O Grêmio fez um jogo de altos e baixos em Caracas. Apesar de ter levado um susto logo no começo, o primeiro tempo foi de domínio tricolor, que tratou de impôr seu jogo. Mesmo com o gramado horrível o Grêmio tratou de tentar fazer a bola andar. Com os seus meias bem abertos, o time se valia dos lados do campo para atacar, usando de inversões e cruzamentos para vencer a marcação. Aos 17 minutos, André Santos cruzou da esquerda e Elano, fechando no segundo pau, completou de cabeça. Mesmo após o 1x0 o tricolor seguiu atacando e teve chances de marcar o segundo. A principal dificuldade era a bola "viva" em função do terreno irregular e as marcações confusas do juiz da partida. Mas essas são dificuldades correntes na Libertadores. Aos 47, o Caracas teve uma falta questionável marcada próximo ao bico da área. A cobrança estourou na barreira, mas Peña pegou o rebote sozinho, na meia lua, e anotou o 1x1
É difícil saber se foi o gol de empate ou o intervalo que fez mal o Grêmio. O certo é que o time voltou mal para o segundo tempo. Até teve oportunidades de gol, mas não mais tinha o domínio da partida. Aos 21, a defesa gremista estava mal posicionada, Werley foi superado por Cure, Cris não acompanhou Farias, que arrematou de primeira. Depois disso o Grêmio não conseguiu reagir e nenhum das modificações feitas por Luxemburgo trouxe resultado.
Esse jogo lembrou muito a partida que o Grêmio fez contra o Millonarios em Bogotá no ano passado. O Grêmio fez um bom primeiro tempo, saiu em vantagem mas levou a virada de um adversário que buscou a vitória na base do puro entusiasmo e do "vamo que vamo". Derrotas acontecem, mas eu gostaria de ver o Grêmio "vendendo caro" um eventual resultado negativo. Ontem o Caracas fez muito pouco para conseguir o 2x1.
"Tentamos jogar como se não estivéssemos numa Libertadores", foi o que disse Luxemburgo na coletiva. E Ele tem razão. O problema que é a segunda vez que isso acontece num intervalo de 30 dias (em 2 dos 6 jogos até aqui disputados). É muito, ainda mais se levarmos em conta que a Libertadores é a principal (ou única) preocupação do TIME do Grêmio no momento.
Para Souza "faltou malandragem". Também tem certa dose de razão. Os diagnósticos estão corretos. Resta saber quais medidas serão adotadas para corrigir os problemas. Com a qualidade que possuem, os jogadores do Grêmio não podem ver um jogo decidido pela catimba. E o time não pode oscilar tanto de um jogo para o outro, o mesmo do primeiro para o segundo tempo. É preciso encontrar um jeito de manter um padrão mesmo quando as condições não são tão favoráveis.
Para um time que anunciou que apostaria na ligação direta o Grêmio ganhou muito pouco a chamada segunda bola. O mesmo aconteceu com os rebotes ofensivos e defensivos.
Agora o grupo ficou todo embolado. O Grêmio ainda só depende de si, mas não tem nenhum gordura para queimar (pouquíssimos times tem esse luxo nessa Libertadores). E já passa a ser prudente fazer as contas para a classificação as oitavas.
Fotos: Luis Acosta (Lance) e Lucas Uebel (Grêmio.net)
Caracas 2x1 Grêmio
CARACAS:
Baroja, Amaral, Edwin Peraza, Sánchez e Carabalí; Juan Guerra, Jiménez
(Quijada - 26'/2ºT), Peña (Vivas - 40'/2ºT) e Otero; Farias e Cure (Febles -
34'/2ºT)
Técnico: Ceferino Bencomo.
GRÊMIO: Dida, Pará, Werley, Cris e André Santos; Fernando (Welliton - 26'/2ºT), Souza, Elano (Marco Antônio - 29'/2ºT) e Zé Roberto; Vargas (Willian José - 31'/2ºT) e Barcos
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
4ª Rodada - Fase de Grupos - Libertadores 2013
Data: 12/3/2013, terça-feira, 21h30min
Local: Olímpico de la UCV, Caracas (VEN)
Árbitro: Óscar Maldonado (Fifa-BOL)
Auxiliares: Efrain Castro (Fifa-BOL) e Arol Valda (Fifa-BOL)
Cartões Amarelos: Peña, Amaral e Guerra (CAR), Vargas, Elano e Werley
Gols: Elano, aos 17 minutos e Peña , aos 47 minutos do primeiro tempo; Farías, aos 21 minutos do segundo tempo
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