Em 20 de
agosto,
Ilgo Wink fez a seguinte comentário no Twitter:
"O Gremio tá mais perto de começar a perder também no Olimpico do que de ganhar um jogo fora".Achei interessante a frase, mas não concordei muito com ela. Sobretudo porque o
Grêmio fazia exibições bem sólidas em casa.
Excetuando o jogo contra o Flamengo (onde
Tcheco e
Souza foram desfalques) as goleadas em casa foram merecidas.
Mas
Autuori criou um problema justamente onde não existia.
Tcheco não vive sua melhor fase, mas de forma alguma é o furo do
time, muito antes pelo contrário. Há um exagero na crítica ao capitão, assim como há um
superdimensionamento das capacidades e da maturidade de Douglas Costa.
Creio eu que
Autuori se deixou levar por este clima. Errou. É aquela coisa, tem que saber porque perde e saber porque ganha. Esta história de
modelo europeu,
de anular o Apodi não me convencem.
Ficou evidente o estrago causado pela ausência de
Tcheco. Douglas jogou praticamente de ponta-esquerda,
Souza desapareceu,
Perea não voltou para buscar o jogo. Lúcio incorporou o espírito de
peladeiro e o estreante
Rochemback ficou
sobrecarregado, insistindo no lançamento longo. Onde estava aquele jogador pra ir buscar o jogo junto dos
zagueiros, fazer a bola rodar?
A proposta do Vitória era clara: jogar no contra-ataque, e o
Grêmio facilitava isso. Bola nas costas dos dois laterais, bola pelo meio. Neto
Berola desperdiçou duas chances claras de abrir o marcador. Na terceira, errou o chute, mas surpreendeu
Grohe e acertou o
gol. E o Vitória foi para o vestiário com uma merecida vantagem.
Grêmio voltou para o segundo tempo sem mudanças e sem melhoras. Segue a lentidão e os incontáveis erros de passes. Em menos de 10 minutos o Vitória colocou duas bolas na trave. O tricolor se escapava.
Aos 11, ingressaram
Herrera e
Tcheco. A coisa melhorou um pouco, o
Grêmio passou a jogar mais no campo do adversário. Mas não criou chances
efetivas. O aproveitamento nas bolas paradas era pífio. Com vantagem no
placar e um a menos em campo, o Vitória acabou se resguardando. Ainda assim o
Grêmio não conseguiu fazer o abafa.
Aos 41, cruzamento de
Tcheco e
voleio de Jonas.
Gol para salvar a invencibilidade em casa, porque a esta altura um ponto pouco acrescenta às
prentensões do
Grêmio no campeonato, se é que o
Grêmio ainda tem alguma pretensão.
No apagar das luzes Jonas (artilheiro do campeonato) quase fez o "crime" após lançamento de
Souza. Sim, com o futebol apresentado, uma vitória tricolor no Olímpico seria um crime.
Réver esteve
irreconhecível.
Quem é o lateral-direito do
Grêmio?
Mário Fernandes (de grande
atuação) foi "
efetivado" na
zaga?
Adílson é primeiro volante?
A
direção poderia (ou deveria) intervir preventivamente na
escalação?
Sigo achando estranha a relação da imprensa com
Autuori. Pra fugir do exemplo de
Roth, pergunto. O que seria de
Adílson Batista, após empatar um jogo ao escalar seu
time conforme o adversário?
Fotos: Grêmio.net, Terra e ClicRBSGrêmio 1 x 1 VitóriaNeto Berola 40´
Jonas 86´
GRÊMIO: Marcelo Grohe, Túlio (Joílson, 29'/2T), Mário Fernandes, Réver e Lúcio; Adilson, Fábio Rochemback, Douglas Costa (Tcheco, 11'/2T) e Souza; Jonas e Perea (Herrera, 11'/2T).
Técnico: Paulo Autuori
VITÓRIA: Viafara, Apodi, Fábio Ferreira, Wallace, Robinho; Uelliton, Vanderson, Magal, Leandro Domingues (Marco Aurélio, 30'/2T); Neto Berola (Jackson, 18'/2T) e Roger (Carlos Alberto, 39'/2T).
Técnico: Vagner Mancini
23ª Rodada - Campeonato Brasileiro 2009
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre
Público Total: 20.901 (17.653 pagantes)
Renda: R$ 360.641,00
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Auxiliares: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Carlos Berkenbrock (SC).
Cartões amarelos: Lúcio, Joílson e Herrera (G); Uelliton, Magal, Róbson e Wallace (V).
Cartão vermelho: Magal (V).
Gols: Neto Berola (V), aos 40min do 1º tempo. Jonas (G), aos 41min, no 2º tempo.