segunda-feira, dezembro 03, 2012

Brasileirão 2012 - Grêmio 0x0 Inter



E o tão aguardado dia chegou. A despedida do Olímpico. Uma data que por sí só entra na história. Mas pra mim o jogo em si e os eventos ocorridos nas horas anteriores e posteriores a partida não tiveram nada de memoráveis.

A tarde começou com uma homenagem a ex-atletas do Grêmio. A idéia é muito legal, mas era praticamente impossível enxergar os homenageados no meio de uma mar de jornalistas, fotográfos e bicões que ocupavam o gramado do Olímpico. Não fosse isso suficiente, Paulo Santana dava sua anunciada e patética volta olímpica (o que será que Marcelo Grohe achou disso?). E pra piorar, enquanto tudo isso tudo acontecia, uma dúzia de torcedores do Internacional ingressou no campo via o túnel dos visitantes e ficaram saltando e tirando fotos dentro das 4 linhas.






Mas então o jogo propriamente dito começou. E começou truncado, como costumam iniciar os Grenais. As duas equipes estavam espelhadas num 4-3-2-1. Aos poucos o Grêmio foi ocupando o campo de ataque, mas atuava de maneira pouco inspirada, o jogo pouco fluía e o tricolor só chegava perto do meta adversária em cruzamentos e escanteios. No outro lado, Marcelo Grohe foi um espectador privilegiado durante todo o primeiro tempo, uma vez que o Inter praticamente não conseguiu atacar nos 45 minutos iniciais.

No segundo parecia que veríamos mais ação em campo. Parecia. Logo aos 2 minutos Saimon lançou Elano e Muriel colocou a mão fora da área para evitar o gol. O arqueiro colorado recebeu o cartão vermelho, mas o jogo demorou uma eternidade para ser re-iniciado (Nesse meio tempo Vanderlei Luxemburgo foi expulso por ingressar no gramado para retirar seus jogadores da confusão). Alguns minutos depois do recomeço, Leandro Damião, centroavante da seleção brasileira, que até ali não tinha visto a cor da bola, foi expulso por acertar um cotovelaço em Saimon. Novamente o jogo ficou um bom tempo parado, dessa vez sem nenhuma explicação, pois o atleta expulso já se encontrava fora do gramado. Aí o Grêmio teria, na teoria, pouco mais de 20  minutos de bola rolando para marcar um gol num adversário nove jogadores em campo. Na prática a bola pouco rolou nesse período. E quando rolou o tricolor não soube fazer valer a sua vantagem, não abriu o campo, não rodou a bola. Insistiu em uma jogada de pivô na frente da área. E o pior é que quase marcou assim. Mas o mais inacreditável é que o Inter quase abriu o marcador quando já jogava com dois jogadores a menos.

E jogo foi encerrado com "chave de ouro". Já nos descontos, Saimon foi buscar uma bola na lateral, Osmar Loss jogou a bola longe e os dois saíram no tapa. Os relatos dão conta que o treinador e sua diretoria ficaram orgulhosos de tal ato. (Num grenal anterior foi o técnico do Grêmio que brigou com um gandula). No meio da confusão alguém joga um rojão para dentro no campo ( o que é muito grave) e um auxiliar do Inter simula ter sido atingido (o que é muito feio). Mais uma vez se enxerga um número excessivos de pessoas no gramado. Mais uma vez o jogo demora uma eternidade para ser reiniciado. Reiniciado não é o termo correto porque, pela última vez, Heber Roberto Lopes tinha a chance de fazer uma arbitragem decente no Olímpico, mas ele decidiu acabar o jogo sem repor o período de acréscimos.





Depois do apito final, alguns atletas do Internacional, que fizeram uma copa do mundo nesses 90 minutos (por que não jogaram assim antes?) comemoraram como tivessem vencido um campeonato, quando na verdade somente obrigaram o Grêmio a disputar dois jogos a mais na Libertadores (No ano passado era o Grêmio que tentava "tirar" o Inter dessa mesma pré-libertadores)

E na despedida, além de uma bonita e espontânea avalanche, só foi possível ver alguns poucos vídeos no telão, alguns pronunciamentos e músicas no sistema de som. Enquanto isso parte da torcida aguardava a oportunidade de pilhar objetos do Estádio Olímpico, numa estranha exibição de carinho a um local que muitos consideram sagrados.

No geral o se viu ontem foram diversas demonstrações de mediocridade, mesquinharia e pequenez que não combinam com a magnitude do evento.

Eu já sinto e certamente sentirei muitas saudades do Olímpico, mas não de partidas como a de ontem.

Fotos: Tiago Baldasso (Tiago Baldasso) Lucas Uebel (Grêmio.net e Guilherme Testa (Guilherme Testa)

Grêmio 0x0 Inter

GRÊMIO: Marcelo Grohe, Pará, Werley (Saimon 32'/1ºT), Naldo e Anderson Pico (Leandro 17'/2ºT); Fernando (Marquinhos 22'/2ºT), Souza, Léo Gago, Elano e Zé Roberto; André Lima
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

 INTERNACIONAL: Muriel, Edson Ratinho (Renan 4'/2ºT), Rodrigo Moledo, Índio e Fabrício; Ygor, Josimar, Guiñazu, Fred (Cassiano 17'/2ºT, depois Folrán 42'/2ºT) e D'Alessandro; Leandro Damião
Técnico: Osmar Loss.

 38ª Rodada - Campeonato Brasileiro 2012
Data: 2/12/2012, domingo, 17h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS)
Público: 46.209 (43.104 pagantes)
Renda: R$ 1.549.230,50
Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa-PR)
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (Fifa-SC) Ivan Carlos Bohn (PR)
Cartões amarelos: André Lima (GRE); Fred e Renan (INT)
Cartões vermelhos: Vanderlei Luxemburgo, 4'/2ºT (GRE) e Saimon 47'/2ºT (GRE); Muriel 2'/2°T (INT), Leandro Damião 13'/2ºT (INT) e Osmar Loss, 47'/2ºT (INT)

2 comentários:

matheus2 disse...

Concordo em genero, numero e grau contigo. Poderia ser melhor, muito melhor. Esse ano me fez lembrar das festividades do ano do centenario devido a varios aspectos: falta de organizacao, eventos organizados "as pressas", sem titulos... Poderia ser um ano muito melhor. Mas, embora, todavia, tiro meu chapeu pro show da torcida durante e depois do jogo. Uma grande amostra pro rio grande e pro restante do brasil de como se torce pra um clube.

martina disse...

No meio de tanta demonstração de pequenez, teve outra coisa que me chamou atenção ontem: a torcida visitante foi praticamente ignorada no jogo ontem. Me deu um certo alívio de ter a comprovação do que tantos tentam negar: o Grêmio e seus símbolos são infinitamente mais importantes do que a rivalidade.