Algo que muito me incomoda em algumas discussões no futebol é a uma tentativa recorrente de se atribuir toda a responsabilidade pelo que acontece com um time dentro de campo ao treinador. Não consigo concordar com alguns diagnósticos simplistas como "O técnico mandou o time recuar" ou "O técnico obriga o atacante a jogar longe do gol". Creio que, em maior ou menor escala, os jogadores possuem uma prerrogativa de diálogo e até mesmo de uma certa "desobediência" aos comandos do treinador.
Nos minutos finais do primeiro tempo do último Gre-Nal, Rhodolfo trocou de posição com Bressan, passando o ex-Juventude para a sobra uma vez que já tinha cartão amarelo. Foi uma medida simples, mas providencial, que evitou maiores complicações no decorrer da partida. Fiquei positivamente surpreso ao saber que a ideia da mudança partiu do próprio Rhodolfo:
"Quando o Bressan tomou o amarelo, falei com o Renato para mudar de lado para evitar uma expulsão dele"
Acho muito importante que os atletas tenham esse tipo de iniciativa, que sejam capazes de fazer essa leitura. Igualmente importante é o treinador estar aberto para acolher sugestões de quem está dentro de campo. Acho que o Grêmio estava carente de atitudes como esta. Me parece que num jogo tão complexo como o futebol não podemos ficar limitados a ideia simplista da existência de uma separação rigorosa onde "o treinador planeja e os jogadores executam".
Nenhum comentário:
Postar um comentário