sexta-feira, dezembro 06, 2013

As eleições atrapalham o rendimento do time?

Com o jejum vivido pelo Grêmio fica bem mais fácil criar teses rasas que atribuem um único fator para o insucesso do time. Uma dessas teses que mais me incomoda é a que demoniza a política (ou mais precisamente a "briga política"). Como se a participação democrática fosse problema, e não solução.

Como ferrenho defensor da democracia no clube, eu nunca entendi bem porque o argumento de que "as eleições atrapalham o time" é aceito com tanta facilidade, mas sem haver nenhum dado que o confirme. Assim resolvi fazer uma pesquisa. 

O primeiro dado que me ocorreu foi de que as piores campanhas do Grêmio no Brasileirão, desde a volta da Série B, ocorreram justamente nos anos que não ocorreu nenhum tipo de eleição, conforme se pode ver na tabela abaixo:


Mas decidi focar a pesquisa no rendimento antes, durante e depois do período eleitoral. O método que escolhi foi de acompanhar o desempenho do Grêmio no Brasileirão em diversos momentos: 2 meses antes da eleição, 1 mês antes, um jogo após e 1 mês após a eleição. 

Pela minha leitura dos dados fica difícil defender a ideia de que o desempenho do time é atrapalhado pelas eleições. Conforme se pode observar abaixo (e também nas tabelas separadas por aproveitamento e colocação, para facilitar a visualização e pontuação), em alguns anos o rendimento do time até aumentou no mês da eleição, sendo que na maioria das vezes permaneceu praticamente inalterado:







- Dois meses antes da eleição – Grêmio 55,55% de aproveitamento (3º colocado com 25 pontos)
- Um mês antes da eleição – Grêmio 49,48% de aproveitamento (7º colocado com 32 pontos)
- Após rodada posterior a eleição – Grêmio 55,95% de aproveitamento (3º colocado com 47 pontos)
- Um mês após a eleição – Grêmio 54,54% de aproveitamento (5ª colocado com 54 pontos)




- Dois meses antes da eleição – Grêmio 73,33% de aproveitamento (1º colocado com 44 pontos)
- Um mês antes da eleição – Grêmio 64,10% de aproveitamento (1º colocado com 50 pontos)
- Após rodada posterior a eleição – Grêmio 62% de aproveitamento (1º colocado com 56 pontos)
- Um mês após a eleição – Grêmio 63% de aproveitamento (2º colocado com 66 pontos)





- Dois meses antes da eleição – Grêmio 37,50% de aproveitamento (15º colocado com  9 pontos)
- Um mês antes da eleição – Grêmio 35,70% de aproveitamento (15º colocado com  15 pontos)
- Após a rodada imediatamente posterior a eleição – Grêmio 41,27% de aproveitamento (12º colocado com  26 pontos)
- Um mês após a eleição – Grêmio 49,4% de aproveitamento (8º colocado com  43 pontos)




- Dois meses antes da eleição – Grêmio 62,96% de aproveitamento (4º colocado com  34 pontos)
- Um mês antes da eleição – Grêmio 62,8% de aproveitamento (3º colocado com  49 pontos)
- Após a rodada imediatamente posterior a eleição – Grêmio 60,6% de aproveitamento (3º colocado com  60 pontos)
- Um mês após a eleição – Grêmio 62% de aproveitamento (2º colocado com  67 pontos)




- Dois meses antes da eleição – Grêmio 55,55% de aproveitamento (7º colocado com  15 pontos)
- Um mês antes da eleição – Grêmio 58,3% de aproveitamento (3º colocado com  28 pontos)
- Após a rodada imediatamente posterior a eleição – Grêmio 58,3% de aproveitamento (2º colocado com  42 pontos)
- Um mês após a eleição – Grêmio 56,98% de aproveitamento (3º colocado com  53 pontos)





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