terça-feira, dezembro 11, 2007

Campeão do Mundo - 24 anos

11 de dezembro de 1983.

acrescentei mais coisas no blog especial sobre o mundial:

http://www.mundial1983.blogspot.com/

a ideia é ter o máximo de imagens, dados e informações lá.

2 comentários:

Unknown disse...

O ano era 1983, na

América do Sul, um tal C.A. Peñarol, defendia o título de melhor da América e melhor do mundo. Seu

adversário, uma equipe raçuda e guerreira, que aliava bravura e técnica. Era Brasil Vs Uruguai, um

confronto que dispensa comentários. Essa equipe brasileira, possuía uma qualidade que

diferenciava das demais brazucas, possuía além do toque de bola, raça e destemor, o que a fazia

rivalizar com os tradicionais platinos e charrúas. O Brasil levou a melhor, com um gol que entrou para

a história da Taça Libertadores da América, uma competição extinta, em que jogadores trocavam

socos e pontapés, antes mesmo de começar a partida. O Brasil, representado pelo Grêmio F.B.P.A.,

venceu os adversários da camisa dourada e negra do Peñarol, e mais que isso, venceu

(diferentemente de ganhar), com um gol, que caso fizessem um livro contando a história da extinta

competição, esse gol emblemático estaria muito bem cotado para servir de foto de capa. Do outro

lado do oceano, italianos e alemães, antes parceiros na Segunda Guerra Mundial, agora enfrentavam

-se para ver quem era o dono da Europa. As apostas davam a Juventus italiana como favorita, mas

mesmo quem apostava nos italianos, sabia que do outro lado, estava a escola alemã, que talvez junto

com a escola inglesa, possua os jogadores mais obedientes e treinados taticamente em futebol. E foi

o que aconteceu, a seleção de estrelas da Juventus sucumbiu ao posicionamento tático alemão, que

assim como seu povo, é disciplinado desde o berço, e perdeu a decisão que conquistaria 2 anos

mais tarde. Depois desse jogo, o austríaco Ernst Happel, técnico do alemão Hamburgo S.V., foi

chamado de "o mestre da tática", só para ter uma idéia. O embate para ver quem mandava no mundo

em 83, foi novamente decidido em Tóquio, um jogo único, matar ou morrer, sem segunda chance,

agora ou nunca. No Domingo pela manhã no hotel, antes de ir para o Estádio, os japoneses queriam

fazer uma foto no saguão entre Ernst Happel e Valdir Espinosa, técnico do Grêmio, mas Happel

recusou dizendo: "...não conheço ninguém do Grêmio, quero ir logo para o Estádio, ganhar o título e

ir embora pra casa....". Renato, o ponta do time brasileiro, pediu a um tradutor o que o austríaco tinha

falado e ficou furioso, se inflamando ainda mais para a final, ele que disse no aeroporto Salgado Filho

no embarque para Tóquio a frase profética: "...eu vou trazer esse título...". No palco da decisão, vê-se

o Estádio dividido entre o azul do Grêmio e o vermelho do Hamburgo, ao som das saudosas

cornetas estridentes que não paravam um só segundo, fazendo música para os ouvidos. Via-se a

entrada dos pavilhões dos dois clubes levados por moças japonesas comportadamente vestidas,

anunciando que era chegada a hora do confronto final. O árbitro francês Michel Vautrot dá início ao

jogo e daí pra frente é história. Como esquecer de China, o guerreiro, que seguiu jogando até o fim

com o tornozelo inchado e na prorrogação quase não podia andar em campo? E o que dizer dos

toques "vesgos" de Mário Sérgio jogando a bola para um lado e os alemães para o outro, que

causavam admiração e arrancavam suspiros de "Oohh" nos maravilhados japoneses e

desconcertavam os alemães? As arrancadas de De León para o ataque, a velocidade do "flecha

negra" Tarciso, que com mais de trinta anos, corria como um garoto, levava pancada e seguia

correndo, e acredito que ainda hoje corra mais que muito moleque metido a bom, certamente. A

segurança de Mazaroppi, a muralha Baidek, Caio o "artilheiros das decisões" que perdeu um gol que

não costumava perder, ele que entrou no lugar do autor do passe para o primeiro golaço de Renato,

P.C. Cajú e acabou cruzando a bola para o segundo golaço do ponteiro. E falando em ponteiro, é

claro, não poderia faltar, ele, o artista maior, Renato, o homem que Telê Santana não permitiu que

fosse para o México três anos mais tarde para dar o Tetra Campeonato Mundial para o nosso País

apenas por ser gaúcho. Nem mesmo a comoção nacional que pedia Renato, incluindo até Jô Soares

com um personagem seu que dizia "...bota ponta nesse time Telê..." convenceu o treinador. Mas

deixa pra lá, Renato deu o troco um ano mais tarde dando praticamente sozinho um Campeonato

Brasileiro para o Flamengo (ou no caso, o campeão foi o Sport) e ainda levantando a Bola de Ouro

como craque da competição. Mas voltando ao ano de 1983, vale ressaltar a morte de Garrincha, o

maior 7 que o mundo viu, em Janeiro, e em Dezembro veio a maior homenagem que Mané poderia

receber. Pelos pés habilidosos dele, Renato, o mundo viu atônito e maravilhado, um lance que

deixou boquiabertos os espectadores japoneses e alemães que lotavam o Estádio, e o mundo inteiro

que naquele momento, dirigia seus olhos para a decisão de Tóquio, nós gremistas, também ficamos

maravilhados, mas não surpresos, pois já estávamos acostumados com as maluquices daquele

garoto cabeludo de meias abaixadas. Um lance que representa o que é ser ponteiro, um lance que

Garrincha, com toda certeza, bateu palmas de pé lá no céu, obrigado Mané, por sua existência, por

sua humildade e por fazer tantas pessoas felizes. Vale lembrar a valentia e a abnegação dos

jogadores alemães, base da seleção daquele país, que um ano atrás havia perdido o título para a

Itália, a mesma Itália que pôs fim ao sonho do time mágico do Brasil naquela mesma Copa. A técnica

de Felix Magath, as peripécias do jovem Stein no gol alemão, a luta de Schröeder tendo que marcar

Renato, Tarciso e Paulo Roberto que caíam pelo seu lado, autor do gol de empate no final do jogo, e

predestinado à levar o drible mortal de Renato no segundo gol do Grêmio na prorrogação, o

desespero de Hieronymus que fazia a cobertura de Schröeder, quando este se mandava para o

ataque, e que foi o escolhido por Renato para fazer parte de seu gol de placa e entrando em definitivo

para a galeria do Mundial de Clubes, como o homem que levou três dribles desconcertantes do maior

ponta brasileiro na época. E é claro que não podemos esquecer do Leão chamado Jackobs, do

grande zagueiro Jackobs, com 300 jogos pela liga alemã, e o destaque maior do time guerreiro

alemão, ele marcou, driblou, bateu e apanhou, defendeu e ainda atacou, sendo dele o toque para o

meio da área brasileira para Schröeder empatar, um jogador que exibiu para o mundo todo seu

supercílio aberto flagrado pela TV japonesa em close, quando era costurado pelo médico alemão

segundos antes de começar o segundo tempo da prorrogação. Enfim, um jogo de toques mágicos,

jogadas improváveis, luta, muita luta, entrega, raça, disposição e bravura, para dois times esgotados

correndo feito loucos em uma prorrogação. O Hamburgo foi escolhido o time do ano em 1983, e esse

time curvou-se perante o agora conhecido Grêmio, aliás, após fazer o segundo gol, Renato foi em

direção ao banco alemão e apontou para Happel dizendo: "....agora você conhece o Grêmio.....", o

japonês próximo do banco, traduziu na hora. Foi um jogo emocionante, os dois estão de parabéns,

mais uma vez, aqueles atletas alemães eram Vice-Campeões Mundiais, mais uma vez para uma

camisa azul, só que dessa vez era o azul do Grêmio, o azul que pintou o mundo um ano após a Itália

também o fazê-lo. Parabéns aos heróis do título, vocês estão tatuados na bandeira do Grêmio Foot-

Ball Porto Alegrense, parabéns a todos nós torcedores simpatizantes, agradecidos e apaixonados

por este clube, que mesmo sendo massacrado por bandidos que se disfarçam em árbitros, consegue

erguer todos os títulos que um clube pode erguer, e vejam só, até quando fomos Campeões do

Mundo fomos roubados, pois o árbitro francês, não marcou um pênalti escandaloso de Hieronymus

em Renato no segundo tempo, mas aquilo acho que foi pra dar emoção, afinal, não iríamos para a

prorrogação, e não seria aquela emoção de ambos os lados como se pode presenciar, a propósito,

porque será que todo mundo diz que Schröeder levou os três dribles de Renato no primeiro gol, se

quem levou foi Hieronymus? Schröeder só levou o drible do segundo gol, ehheeheheh é estranho,

mas tudo bem. Parabéns meu Grêmio querido, o mundo todo viu naquele dia como seu uniforme é

belo, e como seus títulos são suados mas acima de tudo merecidos e com direito a gols de placa

e/ou emblemáticos, foi assim com Baltazar na Estrela de Bronze, foi assim com o levantamento

inteligentíssimo de Renato para o gol suicida de Cézar na Estrela de Prata, e assim também foi com

os dribles espetaculares de Renato na Estrela de Ouro, e todas elas bordadas com sangue, suor e

lágrimas de alegria no lindo fardamento gremista, Grêmio, três Estrelas, três cores de uma só paixão,

parabéns Grêmio, Campeão Mundial de Futebol há 24 anos, mas eterno em nossos corações.

Anônimo disse...

che. referenciamos teus site no gremiocopero.com ... belo trabalho. forca gremio