sexta-feira, abril 15, 2011

Libertadores - Oriente Petrolero 3 x 0 Grêmio


Disseram que era o Grêmio que entrou em campo na Bolívia ontem. Custei a acreditar. Disseram que era praticamente o mesmo time que venceu o Junior na semana passada. Ficou ainda mais difícil de entender. A impressão era de que os atletas tinham sido apresentados uns aos outros cinco minutos antes do início da partida (alguns pareciam ter sido apresentados a uma bola cinco minutos antes do jogo). A atuação apática já era irritante nos vinte primeiros minutos de jogo, quando absolutamente nada aconteceu. Piorou na segunda metade do primeiro tempo, quando o desinteressado Oriente Petrolero passou a exigir boas defesas de Victor em chutes de longa distância.

Mas o pior mesmo aconteceu na segunda etapa. Logo com cinco minutos, Arce aproveitou o espaço dado por Rodolfo e cruzou na área, Rafael Marques acompanhou a distância e Fernandez abriu o marcador de cabeça. O Grêmio tentou entrar na partida, mas tinha imensa dificuldade em articular jogadas. Os atletas pareciam não conseguir manter o controle da bola e raros eram os lances em que mais de três passes eram trocados com sucesso. Ainda assim, duas boas chances foram criadas a partir dos 25 minutos. Borges chegou a driblar o goleiro, mas mandou a bola na trave quando tinha o gol vazio a sua frente. Gabriel também desperdiçou boa oportunidade em chute cruzado. Esses dois lances, ocorridos num intervalo de 2 minutos, mostravam que o Grêmio poderia virar o jogo com um pouco de esforço e um mínimo de inspiração. Mas isso não aconteceu. As alterações feitas não ajudaram e, em contra-ataques, o Oriente Petrolero chegou ao segundo (com Saucedo) e ao terceiro gol (com Arce). O 3x0 foi ficou ainda mais inapelável a partir do momento em que os bolivianos passaram a alegrar a sua torcida com o famigerado “olé”.



E, como a muito tempo não acontecia, a sorte olhou para o Grêmio e sorriu. O Grêmio fez de conta que não era com ele. A sorte insistiu, deixando claras as suas intenções. Não satisfeito em somente desdenhá-la, o Grêmio resolveu cuspir na cara da sorte.

Fracasso, vergonha, vexame... Vai ser difícil considerar algum desses termos exagerados para o que o Grêmio apresentou ontem. O resultado e, especialmente, a atuação (contra um time já eliminado) foram inaceitáveis.

Bastante questionável a idéia de Renato para substituir Douglas. Gabriel tem muita qualidade, mas anda sem força para jogar na sua posição de origem. Improvisado no meio de campo rendeu ainda menos do que vinha rendendo na lateral.

Mas não seria justo depositar tudo na conta do técnico quando nenhum jogador teve uma atuação minimamente digna. Escudero foi um que se esforçou, tentou bastante, mas em duas vezes tropeçou na bola.

O time segue deixando que o adversário jogue muito facilmente. É preciso botar mais gana na recuperação da bola. O ataque do oponente raramente deixa de ir até a área do Grêmio.

Eu já disse, mais de uma vez, que o Grêmio vem tendo algumas duras lições nesta temporada. Ainda não se sabemos o efetivo tamanho do prejuízo trazido por esse resultado negativo (Além da desvantagem de decidir fora de casa). Mas uma coisa é certa: O Grêmio perdeu todos os jogos que “poderia” perder em 2011. A partir de agora todas as partidas são decisivas. A margem para erro é mínima.

Fotos:
Lance, El Deber, Aizar Raldes (UOL)


Oriente Petrolero 3 x 0 Grêmio

ORIENTE PETROLERO: Etulain, Hoyos, Schiapparelli, Caamaño e Gutierrez; Fernando Saucedo, Terrazas, Aguirre e Veizaga (Campos 20'/2T); Fernández (Peña 20'/2T) e Arce (Melén 35'/2T)
Técnico: Ariel Russo.

GRÊMIO: Victor, Mário Fernandes (Diego Clementino 11'/2T), Rafael Marques, Rodolfo e Bruno Collaço (Fernando 31'/1T); Fábio Rochemback, Adilson (Vinícius Pacheco 11'/2T), Lúcio e Gabriel; Escudero e Borges
Técnico: Renato Portaluppi

6ª Rodada - Fase de Grupos - Libertadores 20111
Data: 14/4/2011, quinta-feira, 22h45min
Local: Ramón Tahuichi Aguilera, em Santa Cruz de la Sierra (BOL)
Público: Entre 6 e 10 mil espectadores
Arbitro: Omar Ponce (EQU)
Auxiliares: Juan Cedeño (EQU) e Christian Lescano (EQU)
Cartões amarelos: Fábio Rochemback (GRE)
Cartões vermelhos : Rodolfo 40'/2T (GRE)
Gols: Fernández, aos 5min, Saucedo, aos 30min, e Arce, aos 34min do segundo tempo

5 comentários:

Anônimo disse...

"pregunto": qual a serventia do Escudero? Tal qual o Maxi Lopes: NENHUMA! Direção do Grêmio está pecando nas contratações: Traz qualquer um, só pra dizer que tem "alma castellana"! Sobra do Boca... Bah!

João Kruse disse...

O time não joga nada, mas as entrevistas são ótimas. Já vi isso antes, Autuori? Só tem vaidoso nesse Grêmio.

...Escudero foi um dos menos piores em campo.

Eduardo disse...

Gremio marca mal. Ontem chegou a estar com 3 zagueiros e 3 volantes no time. Aì na hora de mudar, Renato tirou o que melhor desarma e faz a cobertura dos laterais/zagueiros que é o Adilson. Longe de ser um craque, erra passes, mas é uma questao de principio: volante tem que marcar. Rochemback sozinho nao consegue marcar e o que já era ruim ficou pior.

Realmente nada de bom sobrou ontem.
Tá na hora de pararem de apontar sempre os mesmo culpados, de queimar jogador e ver que o problema principal ta na montagem do esquema. Repito o que ja disse outra vez aqui. O time de 2011 é o de 2010 sem o Jonas, ou seja, piorado e insuficiente pra ganhar um titulo. Tem que mudar o jeito de jogar. Depositar toda a esperança no Weverson agora é no minimo perigoso.

Alexandre disse...

Não dá pra fazer terra arrasada. No próximo jogo pela Libertadores entrarão William Magrão, Leandro e voltará o Douglas. Terá o Carlos Alberto também à disposição. O que preocupa mesmo é que o segundo jogo é fora de casa e até agora longe do Olímpico foi um desastre.

Emely Siqueira disse...

É como disse, não estava encontrando o Grêmio em campo, estava dificil de acreditar que era o mesmo time. Erros de passe,muitas finalizações perdidas. A turbulência de sentimentos que eu estava sentindo ao ver o Grêmio Imortal jogar daquela maneira...
O gauchão está aí, precisamos de uma nova tática,precisamos resolver esse problema, pois se não for resolvido a tempo a LA nãos erá nossa.