quinta-feira, abril 21, 2011

Na grama sintética, no deserto e no Olímpico

A polêmica sobre o local do confronto entre Grêmio e Cruzeiro rendeu bastante. Talvez mais do que deveria. Qualquer pessoa que já chutou uma bola na vida sabe que há uma diferença gritante entre um campo natural e artificial. Uma diferença que talvez não seja condizente com o futebol profissional.

A grama sintética só deveria ser permtida em um caso que inexiste outra opção. No inverno moscovita ela se justifica. Em Porto Alegre não. Tívessemos uma imprensa séria (e parece que não temos) o São José seria fortemente criticado (ou mesmo ridicularizado) pelo seu novo gramado. Uma decisão tomada por quem coloca o desejo de fazer negócios acima do interesse no bem do futebol.

Ninguém retira do Cruzeiro o direito de escolher o local em que enfrentará o Grêmio. Mas é possível questionar a escolha feita, que contraria o desejo do seu técnico, que estava feita antes do início das quartas de final, num acerto entre Novelletto e o presidente cruzeirista, e muito antes das declarações de Renato Portaluppi em Erechim.

E mais uma vez, o presidente da FGF se comportou de maneira bastante questionável, revelando (mais) um conflito de interesses incompatível com o cargo que exerce.

De qualquer modo, me parece que Renato encerrou bem a questão ao fazer a seguinte afirmação:

"Meu grupo está preparado para enfrentar qualquer adversário em qualquer lugar. Não houve bom senso, mas vamos jogar lá, sem problema algum. O Grêmio joga em qualquer lugar, se quiserem marcar a final no deserto, a gente vai."

Acho que esse é o espírito. Um pouco de auto-confiança nunca fez mal a ninguém, pelo contrário, é fundamental nessa reta decisiva. É hora do mata-mata, momento que pelo qual o torcedor gremista tanto espera e anseia.

O Grêmio tem a tradição de respeitar, mas não temer adversário algum. Seja na grama sintética, no deserto e, principalmente, no Estádio Olímpico.

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