terça-feira, fevereiro 07, 2012

Arena - Copa das confederações? Copa 2014?

Eu confesso que não entendi o que motivou o Presidente Paulo Odone a fazer esse discurso pleiteando a entrada da Arena do Grêmio na Copa das Confederações. A pretensão é legítima, o que se questiona é momento que tal pedido foi feito. Entendo que tal pedido já poderia ter sido encaminhado em agosto de 2010, quando Ricardo Teixeira afirmou que estádios que ficassem de fora da Copa poderiam ser usados na Copa das Confederações.

Mas eu tenho dificuldade de entender a postura do Grêmio não só nesse caso, mas também nos demais assuntos relacionados a Copa de 2014. Por vezes a postura do clube me parece um pouco arrogante. Em outras tantas, as atitudes dos próceres tricolores me parecem ingênuas. Mas pode ser que eu esteja errado na minha avaliação e que esse seja efetivamente o melhor modo de encarar o assunto.

Esse tema da Copa em Porto Alegre é muito chato. É um festival de besteiras ditas e escritas. Eu fico um pouco assutado como as informações são conflitantes mesmo quando vindas de autoridades e como isso dá margem a propagação de boatos.

Como já disse aqui no blog, o problema vem desde a escolha, feita em 2009, do Beira-Rio como sede para Copa. Passados quase três anos, nós ainda não temos respostas para as seguintes perguntas:

- Quem foi que escolheu o Beira-Rio com estádio de Porto Alegre para a Copa?

- Por que este projeto escolhido?

- Essa decisão é irrevogável ou existe a possibilidade de se escolher um outro estádio?


A tentativa de responder a primeira pergunta já esbarra em informações contraditórias. O atual Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, afirma que a decisão foi feita pela FIFA. Contudo, Orlando Silva, que ocupava a mesma pasta na época em que a escolha foi feita, garantiu que a decisão foi tomada pela prefeitura e pelo governo do Estado.

Não sabendo quem foi que efetivamente escolheu o Beira-Rio como sede, fica praticamente impossível saber o que motivou essa escolha, restando apenas conjecturar.

Quando a possibilidade de trocar de estádio, a resposta parece clara. O Ministro dos Esportes, o Secretário Municipal e, especialmente, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitem a possibilidade de uma troca de estádio.

Diante dessas informações, é até risível o terrorismo feito por alguns jornalistas e por alguns conselheiros do Internacional, que desesperadamente sustentam que o Beira-Rio é a única opção para ver Porto Alegre na Copa.

A história de Porto Alegre em 2014 começou mal, está sendo mal conduzida e possivelmente poderá terminar mal. Será que a culpa é dos caranguejos?



2 comentários:

Diogo disse...

Secretário da FIFA colocando pressão, ministros se contradizendo e conselheiros tentando mostrar firmeza. Por mim o Grêmio deveria se manter alheio a esse circo, mesmo que tal postura se assemelhe a arrogância.

Felipe disse...

Fala André, tudo bem? Aqui é o Felipe, autor do paper sobre o Hamburgo.
Na minha opinião, considerando tudo o que sabemos sobre a FIFA, a explicação mais clara que me vem à mente sobre a escolha do Beira-Rio e a resistência em cogitar a troca de estádio (embora seja absolutamente claro que seria melhor para a Copa do Mundo o novo estádio do Grêmio) é que muita gente deve levar algo por fora. Blatter, Teixeira, Ministério do Esporte, empreiteras, enfim, a receita está pronta para a corrupção.
Aparentemente, o Grêmio não entrou ou, pelo menos, entrou tarde nos bastidores da negociação sobre o estádio da Copa, a ponto que o esquema já estava consolidado.
Visão pessimista, ou realista, quem sabe, mas não acredito nem um pouco na possibilidade de troca de estádio.