Faleceu Airton Ferreira da Silva. De uma maneira egoísta, eu me sinto ainda mais triste por não ter tido a oportunidade de ver o Pavilhão em ação, seja ao vivo, seja em vídeo.
Por mais que seja lamentável, o fato de a carreira de Airton não ser tão fartamente documentada de forma alguma diminuiu a sua aura lendária. Talvez só a tenha aumentado.
Ontem, assim que soube da triste notícia, lembrei da conversa de Valdir Espinosa com o BloGrêmio. Nela, o nosso técnico campeão mundial falou com uma grande admiração sobre o Airton. Em um dado momento, ele se mostrou bem preocupado, revelando uma angústia, pois não sabia se os gremistas mais jovens tinham a exata noção do que Pavilhão representava para o Grêmio.
Lembrei também de uma reunião recente no conselho do Grêmio, onde Aírton compareceu, ainda que se deslocasse com alguma dificuldade, e foi recebido carinhosamente pelos conselheiros mais "antigos". Me marcou muita a aquela cena, na qual senhores de idade voltavam a ser simples fãs diante do ídolo.
Histórias sobre o Airton não faltam. Lendas, tampouco. Diante disso, acho interessante reproduzir algumas frases do próprio Aírton, retiradas da sua biografia "Airton Pavilhão - O Zagueiro das Multidões ", escrita por Celso Sant'Anna:
Lembrei também de uma reunião recente no conselho do Grêmio, onde Aírton compareceu, ainda que se deslocasse com alguma dificuldade, e foi recebido carinhosamente pelos conselheiros mais "antigos". Me marcou muita a aquela cena, na qual senhores de idade voltavam a ser simples fãs diante do ídolo.
Histórias sobre o Airton não faltam. Lendas, tampouco. Diante disso, acho interessante reproduzir algumas frases do próprio Aírton, retiradas da sua biografia "Airton Pavilhão - O Zagueiro das Multidões ", escrita por Celso Sant'Anna:
"Eu nunca dei pontapés, porque sempre achei que quem tem a chave da porta, não precisa arrombá-la".
"O pessoal fala que eu dei balãozinho no Pelé, que eu fui único jogador que fez isso. Eu sempre desminto, porque essa jogada eu nunca fiz com o Pelé. O que houve foi uma jogadinha que sempre fazia com todo mundo. Ele tentou me driblar e eu tirei a bola de letra e isso aí ficou muito famoso. Nós estavamos bem em frente ao pavihão do Grêmio, o Pelé dominou a bola, o campo lotado, e eu então dei o lado esquerdo meio metro para ele sair pelo lado esquerdo. Ele viu que estava muito fácil. Eu até pensei que ele não fosse cair na armadilha. Aí quando ele tocou a bola pro lado esquerdo, o meu pé direito foi por trás do esquerdo, então, eu dei a letra, àquela famosa, aí a torcida do Grêmio parecia morrer ali de tanto grito."
"Sobre o balãozinho, vou repetir, todo mundo fala, mas é mentira. Nunca dei, até porque considero balãozinho antifutebol. Acho um desrespeito, principalmente para o zagueiro tentar. É uma jogada muito difícil de fazer e perigosa. Gosto da coisa certa. Do "será que vai dar certo?", eu não gosto"
"Nunca errei a jogada "de letra". Achava que não dava pra errar. Eu tinha certeza do que fazia. Tens que fazer certo. Era mais fácil que um balãozinho ou que uma janelinha, que considero lances mais perigosos"
"Eu tinha diversos gestos, como levantar o braço em situação de perigo, quando ficava sozinho com o atacante. A gente tinha uma porção de coisinhas (pequenos gestos) na hora de entrar em campo, de que a torcida gostava e que era um meio de fazê-la vibrar. Eram coisas simples e que influenciavam a torcida e sempre deram resultado"
4 comentários:
Excelente post, André. Como sempre, teus relatos são muito mais profundos e interessantes que os da "grande imprensa". A impressão que tenho é que estes sujeitos tem preguiça de levantar a bunda da cadeira e consultar a biografia do Airton, preferindo a via mais curta.
Excelente post, André. Como sempre, teus relatos são muito mais profundos e interessantes que os da "grande imprensa". A impressão que tenho é que estes sujeitos tem preguiça de levantar a bunda da cadeira e consultar a biografia do Airton, preferindo a via mais curta.
Oi!
Meu nome é Menser Beatriz, e fui criada na Azenha, próxima ao Olímpico. O edifício onde eu morava fica em frente á casa do Pavilhão. Tive a alegria e o privilégio de ter sido pega no colo por ele quando eu era criança.Não o vi em campo, mas meu pai conta as histórias da época em que ele jogava no Grêmio.Pavilhão foi um exemplo para os jogdores de hoje de que é preciso botar o amor ao clube á frente do amor pelo bolso!Deixa um legado e muita saudade nos que o conheceram. Para quem além de Queixada e Pavilhão, ele também era o Véio, como meu pai e eu carinhosamente o chamávamos.
também ouvi histórias do Aírton desde pequeno(tenho 32 anos), o pai de um amigo meu,colorado, que me contava s histórias, o que comprova que o Aírton, pelo seu talento, sempre teve respeito inclusive do maior rival.Infelizmente eu percebo que realmente os mais jovens, e inclusive amigos da minha idade pouco sabem que foi o Aírton...é lamentável que alguém tão importante na história do clube tenha tão pouco reconhecimento...Aírton não teve a TV para que seu futebol pudesse ser visto por todos e eternizado.Mas de minha parte farei questão de que meus filhos saibam quem foi esse grande atleta gremista.Descance em paz.
Vitor Medeirs.
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