Eu fiquei surpreso com a saída de Vanderlei Luxemburgo. Não que a demissão seja injusta, uma vez que o fraco desempenho do futebol gremista justifica plenamente a troca do treinador. O que não dá pra entender é o "timing" dessa decisão. Por que não mudar de técnico após a eliminação na Libertadores? Por que não aproveitar a parada da Copa das Confederações para iniciar um novo trabalho?
Na falta de uma justificativa oficial pululam versões e boatos, boa parte deles risíveis. Não há como aceitar a argumentação de que o presidente foi "obrigado", contra a sua vontade, a ceder a pressão da torcida para renovar com Luxemburgo. Da mesma forma, é pouco crível que essa mesma pressão tenha rendido uma multa contratual excessiva em favor do treinador. Custo a acreditar que qualquer dirigente tome decisões com base no "grito da arquibancada". No caso em questão, custo a acreditar que Fábio Koff, tido e havido como homem experiente e de convicções, tenha errado por ceder a esses apelos.
O fato é que Luxemburgo está fora, e não vejo porque lamentar isso. O desempenho do seu time até que foi razoável no geral, mas tem o sério agravante de ter tido eliminações inadmissíveis, sendo passivamente superado por adversários inferiores na Copa do Brasil, Sulamericana e Libertadores.
Para o seu lugar o Grêmio traz Renato Portaluppi de volta. Não sei se é a melhor opção para o momento, mas inegavelmente é uma boa escolha. Penso que o que escrevi sobre a sua chegada em 2010 e a sua saída em 2011 segue sendo válido.
Qualquer treinador precisa, não só de respaldo, mas também de cobrança, de supervisão e de trabalho em equipe, com uma direção forte, com um clube estruturado. Nem
todos os problemas do Grêmio eram culpa de Vanderlei Luxemburgo. E Renato não pode
ficar responsável por todas as correções a serem feitas. A mera troca de treinador não resolve o problema. Acredito que seja necessário abandonar o
entendimento de que o sucesso ou fracasso do clube seja atribuição de um único
homem, seja ele treinador, diretor ou presidente. Futebol é coletivo, dentro e fora de campo.
2 comentários:
Só não concordo quando tu fala em aproveitar o tempo com a parada da copa das confederações para iniciar um novo trabalho. As 2 semanas de parada foram 10 dias férias e, até sábado passado, somente treino físico. Um novo treinador não poderia ter feito muita coisa mesmo se tivesse assumido 15 dias atrás. Também escrevi um texto sobre a vinda do Renato. Abraço. http://consuladogremistadeencantado.blogspot.com.br/
Renato é bom técnico em certos aspectos, como motivação e liderança, mas na parte tática deixa um pouco a desejar, com um bom auxiliar, deverá fazer um bom trabalho. Foi feliz nos seus comentários, também acredito que o Grêmio tem time pra ganhar taças,espero que agora engrene.
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