terça-feira, maio 08, 2012

Copa do Brasil 1997 - Corinthians 1x2 Grêmio


No dia 08 de maio de 1997, o Grêmio enfrentou o Corinthians no Morumbi, pela semifinal da Copa do Brasil. O clima em São Paulo era tenso. No dia anterior, veio à tona o escândalo Ivens Mendes, no qual o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, estava envolvido.

Era mais um jogo da maratona que o Grêmio foi submetido naquele semestre. Dois dias antes, o tricolor tinha passado, nos pênaltis, pelo Guarany do Paraguai, nas oitavas de final da Libertadores.

Além disso, o tricolor tinha outras dificuldades para partida. Danrlei estava suspenso em razão do cartão vermelho recebido contra o Vitória, na Fonte Nova, pelas quartas de final. Murilo, que voltava de uma lesão no tornozelo assumiu a responsabilidade de defender a meta gremista. Mas foi o terceiro goleiro do Grêmio que acabou se tornando um dos principais personagens daquele jogo.

Sílvio já estava com um dedo quebrado (o mínimo da mão esquerda) quando apenas assistia a partida do banco de reservas. De lá ele saiu ainda no primeiro tempo, para ocupar o lugar de Murilo, que havia sido expulso. Mesmo com um jogador a menos em campo, o Grêmio abriu 2x0. Silvio não conseguiu evitar que Marcelinho Carioca descontasse em cobrança de falta, mas garantiu a vitoria gremista com uma boa dose de sacrifício: Aos 42 minutos, Márcio Rezende de Freitas marcou um pênalti inexistente para o time da casa. Marcelinho acertou a trave e na volta a bola atingiu a já lesionada mão esquerda do goleiro gremista, quebrando mais um dedo (o anular).



"A história da partida sofreu alteração aos 37 minutos. Túlio escapou em velocidade. Murilo saiu da goleira e, fora da área, ao ser driblado, defendeu com a mão. Levou o vermelho. A exemplo dos 2 últimos jogos, mais uma vez o Grêmio ficava com 1 jogador a menos. Logo depois, Dinho sentiu lesão e pediu para sair. O jogo começava a ficar dramático." (Correio do Povo - 9 de maio de 1997)

"Tudo parecia bem, mas aos 34 Marcelinho marcou de falta e, aos 40, o juiz assinalou um pênalti inexistente. Só que Marcelinho acertou na trave. No final, Márcio Resende de Freitas deixou de assinalar uma falta dentro da área. Paulo Nunes foi obstruído e o juiz poderia ter marcado, pelo menos, dois toque com barreira.

O Grêmio seguiu se defendendo, povoando as imediações da grande área e saindo em contra-ataques perigosos, baseados na habilidade de Carlos Miguel e Paulo Nunes. Otacílio, de tanto correr, sentiu cãibras e foi substituído. Em diversos chutes de meia distância o Corinthians chegou a ameaçar, mas então, o terceiro goleiro, Sílvio, brilhou. O Grêmio resistiu. Mais um drama. Mais uma vitória do Grêmio" (Zero Hora - 9 de maio de 1997)


"Corinthians perde pênalti e partida Equipe teve a chance do empate em pênalti desperdiçado por Marcelinho, aos 42 minutos do segundo tempo

O Corinthians perdeu para o Grêmio ontem, por 2 a 1, no Morumbi, na primeira partida semifinal da Copa do Brasil.
O segundo jogo será disputado em Porto Alegre, na próxima quinta, dia 15.
No início do jogo, precavidos, os dois times evitavam arriscarem-se ao ataque.
O Grêmio, bem fechado na defesa, insistia em interromper a partida com faltas _foram sete, antes dos 15 minutos iniciais.
Já o Corinthians tentava as jogadas pela direita, com triangulações entre Rodrigo, Donizete e Marcelinho.
A primeira grande chance do jogo só aconteceu aos 31min. Souza fez boa jogada pelo meio e lançou Donizete, que chutou por cima.
Seis minutos depois, Túlio carregou a bola e, ao tentar passar pelo goleiro gremista, este evitou o drible desviando, fora da área, a bola com a mão. O goleiro foi expulso.
Na segunda etapa, o técnico Nelsinho Batista tirou o volante Gilmar e colocou o atacante Romerito, tentando se beneficiar do fato de ter um jogador a mais.
A tática não deu resultado e, aos 24min, o Grêmio, que não tinha criado uma chance clara de gol, recebeu a ajuda da defesa corintiana.
Rodrigo foi tentar cortar um cruzamento de Paulo Nunes e marcou gol contra.
O Corinthians partiu para o ataque e, sete minutos depois, Paulo Nunes recebeu livre dentro da área, driblou Ronaldo e fez 2 a 0.
O Corinthians diminuiu aos 33min, quando a torcida vaiava, com Marcelinho cobrando falta.
Aos 40min, o juiz marcou pênalti duvidoso de Roger em Rodrigo. Marcelinho chutou na trave, desperdiçando a última chance." (Folha de São Paulo, 9 de maio de 1997)



"Garra tricolor
O goleiro Sílvio, do Grêmio, quebrou um dedo da mão esquerda na vitória contra o Corinthians, quinta-feira, pela Copa do Brasil. Mas não reclama. ''É preferível quebrar o dedo a perder'', disse Sílvio, terceiro goleiro do Grêmio. Sílvio entrou frio na partida contra o Corinthians, mas conseguiu fazer defesas importantes. Ainda teve sorte, pois Marcelinho Carioca chutou na trave o pênalti _na rebatida, a bola quebrou seu dedo." (Folha de São Paulo, 9 de maio de 1997)

"Silvio, que atuou com o minguinho fissurado, saiu de campo com outra fratura na mão esquerda e o Grêmio pode ficar sem goleiro reserva no banco no jogo de volta, quinta feira. No pênalti desperdiçado por Marcelinho Carioca, o goleiro fraturou o dedo anular. "Não posso falar gente, estou com muita dor", justificou-se aos repórteres. " (Zero Hora - 9 de maio de 1997)

"Braço esquerdo numa tipóia, dois pinos instalados na mão, resultado da operação realizada pelo médido e diretor de futebol Márcio Bolzoni (E), o goleiro Sílvio está fora da partida contra o Corinthians. Como Murilo foi expulso em São Paulo, caberá ao júnior Eduardo (18 anos e 1,88m) a tarefa de ficar no banco. Ontem Sílvio já não sentia mais dor no local da operação. "Mas no sábado eu urrava, mesmo com antibiótico", recordou o goleiro. Enquanto seus companheiros treinavam. Sílvio contava os bastidores da partida no Morumbi. Num deles, o goleiro lembrou que, quando o árbitro Márcio Rezende de Freitas argumentou com os jogadores paulistas que a lesão era grave e, portanto, justificava-se a entrada dos médicos em campo, o atacante Donizete saiu gritando: "Ele quebrou a mão, vamos chutar vamos chutar!". Sílvio não gostou nem um pouco da atitude de Rezende. "Ele deu uma de dedo-duro", reclamou" (Zero Hora - Maio de 1997)



"Indignado, o vice de futebol César Pacheco caminhava de um lado pra o outro, quase acendendo um cigarro no outro. "Que juizinho esse, a falta e o pênalti não existiram", berrava. Depois da partida, o lateral Rodrigo, que levou o terceiro amarelo, admitiu que cavou o pênalti: "Não existiu", revelou.

A indignação de Pacheco era um imenso sorrio se comparada à fúria do técnico Evaristo de Macedo. Antes da partida, ele já havia demonstrado a sua contrariedade à escalação de Márcio Resende, afirmando que não tinha confiança em seu trabalho. Evaristo lembrava que o árbitro já tinha prejudicado o Grêmio em 1990, nas semifinais do Brasileirão. "Não vou falar agora, não", avisou, passando com um jato em direção ao vestiário." (Zero Hora - 9 de maio de 1997)





Corinthians 1 x 2 Grêmio

CORINTHIANS: Ronaldo; Rodrigo, Célio Silva, Henrique e André Luiz; Silvinho (Gilmar Fubá 11/1), Fábio Augusto, Marcelinho Carioca e Souza; Donizete e Túlio.
Técnico: Nelsinho Baptista

GRÊMIO: Murilo; Arce, Luciano, Mauro Galvão e Roger; Dinho (Marco Antonio 39/1), Luiz Carlos Goiano, Otacílio (Djair 25/2) e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Rodrigo Gral (Sílvio 40/1).
Técnico: Evaristo de Macedo

Copa do Brasil 1997 – Semifinal – jogo de ida
Data: 8/5/1997 21:30, Quinta-feira
Estádio:Morumbi,São Paulo-SP
Público: 38,182 pagantes
Renda: R$ 472,160.00
Juiz: Márcio Rezende de Freitas-MG
Cartões Amarelos: Arce, Otacílio, Rodrigo Gral
Cartões Vermelhos: Murilo 38/1
Gols: Rodrigo 24/2T (contra), Paulo Nunes 31/2T, Marcelinho Carioca 33/2T

3 comentários:

@snel disse...

Que jogo! Que atuação de Sílvio Baleia!

André Kruse disse...

Foi uma grande atuação do Silvio mesmo. Só superada por aquela da final do Gauchão de 1995.

Pablo Retamoso disse...

Que época tche...inesquecível...vamo Grêmio!!