domingo, maio 30, 2010

Brasileirão - Flamengo 1 x 1 Grêmio


Flamengo e Grêmio se enfrentavam no Maracanã praticamente vazio. O sentimento rubro-negro aparentava ser de fim de festa, com a saída de Adriano. O tricolor tentava entrar de vez na disputa do Brasileirão, mas começou o jogo devagar, dando muito espaço para o adversário, levando contra-ataque e sendo supreendido na jogada que começou por Petkovic, passou pelo cruzamento de Leonardo Moura e na cabeçada de Vagner Love e terminou novamente com o Sérvio, que abriu o placar aos 7 minutos. O Grêmio se mostrava completamente apático e o Flamengo teve duas boas chances de ampliar, com Vinícius Pacheco e Petkovic, aos 9 e aos 14, respectivamente. Não era possível compreender a proposta de jogo do Grêmio. Hugo jogava aberto pela esquerda, Maylson era praticamente um ponta direita e os dois avantes estavam enfiados dentro da área. A situação melhorou um pouco quando Jonas recuou para buscar jogo. O tricolor ameaçou em chute de Maylson, que cruzou toda a extensão da pequena área, e nas cobranças de falta de Edílson, nas quais Bruno fez boas defesas, mas foi para o vestiário em desvantagem.

Silas mexeu no time. Tirou o inoperante William e colocou Roberson. Antes de ser possível notar os efeitos da mudança o time levava um susto. Aos 2 minutos, Petkovic deu grande passe e deixou Vagner Love na cara de Victor, mas o arqueiro gremista fez grande defesa. Depois disso o Grêmio passou a jogar no campo do Flamengo, buscando o empate, que saiu rápido. Aos 6, Rochemback cobrou escanteio e Rodrigo anotou de cabeça. A partir daí, o ataque tricolor acumulou chances de virar partida, especialmente com Hugo. Aos 26, Jonas perdeu a melhor oportunidade tricolor ao concluir por cima o cruzamento feito por Hugo. Rogério Lourenço fez todas as substituições a que tinha direito e o Flamengo foi para cima (ou foi o Grêmio que recuou?). Contudo, nos últimos 15 minutos de jogo a bola apenas rondou a área gremista, o Flamengo não criou nenhuma situação de gol. Aos 47, Maylson teve a bola para matar o jogo, mas errou ao preferir o chute ao cruzamento.




Foi um bom resultado? Um empate justo? Injusto? Sabor de derrota? Sentimento divido? Estou entre aqueles que consideram um mau negócio o 1x1 de ontem. Tá certo que era o Flamengo no Maracanã, que o Grêmio tinha seus desfalques, mas, como bem ressaltou a chamada da Rádio Gaúcha, o tricolor enfrentava "as ruínas do Império do amor". Não terá chance melhor de vitória tão cedo.

São 5 pontos conquistados em 5 rodadas. Ainda é cedo, mas essa média indica uma campanha de zona de rebaixamento.

Antes do jogo, Alex Bagé (da Rádio Guaíba), fez considerações pouco elogiosas sobre o retrospecto do árbitro. Contudo, é preciso dizer que Wilton Pereira Sampaio teve grande atuação. Não aceitou o cai-cai de Vinicius Pacheco e Léo Moura (o que deveria ser a obrigação de qualquer juiz).

Novamente não gostei do posicionamento do Maylson. Muito próximo dos atacantes, longe demais da meia cancha.

William não contribuiu para o time e tampouco se ajudou.

Silas poderia aprender a falar um pouquinho menos. Antes do jogo, disse que nenhum lateral gosta de ser atacado e por isso Bruno Collaço iria para cima de Leo Moura. Cinco minutos depois, o camisa 2 flamenguista recebia livre na ponta direita e cruzava para jogada do gol. Há um mês atrás, alfinetava Autuori e dizia que agora o Grêmio vencia fora de casa. Nesse Brasileirão teve três belas oportunidades de somar 3 pontos fora de casa e desperdiçou todas.

Fotos: Maurício Val (VIPCOMM), Gilvan de Souza (Lance) e Marcelo de Jesus (UOL)

Flamengo 1 x 1 Grêmio
Petkovic 7'
Rodrigo 51'


FLAMENGO: Bruno; David (Gil, 26'/2ºT), Ronaldo Angelim e Álvaro; Léo Moura, Maldonado, Guilherme Camacho, Petkovic (Ramon,19'/2º) e Juan; Vinícius Pacheco (Diego Maurício, 16'/2ºT) e Vagner Love.

Técnico: Rogério Lourenço



GRÊMIO: Victor; Edilson, Ozeia, Rodrigo e Bruno Collaço; Adilson (Fernando, 35'/2ºT), Fábio Rochemback, Maylson e Hugo (Bérgson, 36'/2ºT); Jonas e William (Róberson, intervalo). Técnico: Silas.



5ª Rodada - Campeonato Brasileiro 2010
Data: 29/5/2010, sábado, 18h30min
Local: Estádio Maracanã, Rio de Janeiro - RJ
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF)
Auxiliares: Enio Ferreira de Carvalho (DF) e Marrubson Melo Freitas (DF)
Cartões amarelos: David, G. Camacho, Ramon (FLA); Adilson, B. Collaço (GRE)
Gols: Petkovic, 7'/1ºT ; Rodrigo, 6'/2ºT

sexta-feira, maio 28, 2010

E o terceiro uniforme?

Como bem disse o Bruno Coelho, a prometida escolha do terceiro uniforme do Grêmio tomou ares de lenda urbana.

No início de março, César Pacheco (vice-presidente de marketing) prometeu que a escolha seria feita em abril.

Abril já se foi e nele só vimos notícias desencontradas. Em maio o atraso da Puma foi atribuído a uma suposta falta de material.

Enquanto isso, a marca alemã segue fazendo lançamentos ao redor do mundo: Sporting, Newcastle, Stuttgart, Hibernian, Leyton Orient, Coventry City, Preston North End, Pumas UNAM, Burnley... Todos versões de modelos já visto aqui no blog.

Houve uma espécie de confirmação da camisa do Tottenham. E o uniforme reserva do Rennes, da França, adota uma versão feita em cima desse mesmo modelo, imagem abaixo:


Com base neste último, foram feitas mais algumas sugestões para a aguardada terceira camisa do Grêmio.

Abaixo, desenhos em preto e azul:


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Desenho único é visto acima, na camisa do Dunfermline Athletic, da Escócia. Uniforme especial em comemoração aos 125 anos do clube.

Também em cima desse modelo é possível especular um desenho para a terceira camisa do Grêmio:

quinta-feira, maio 27, 2010

Brasileirão - Grêmio 3 x 0 Avaí


O Grêmio tinha uma partida complicada no Olímpico. Não só pelo bom momento do Avaí, mas muito mais pela sua própria má-fase. O jogo trazia duas possibilidades: Mergulhar de vez na crise ou lentamente começar a virar a página. Felizmente o time deu uma resposta positiva. Não que tenha sido uma atuação brilhante, mas foi o suficiente para superar o adversário.

O jogo foi bastante aberto, com muito espaço no meio campo. O Grêmio se ajudou abrindo o placar cedo. Aos 10, Jonas bateu falta, a bola desviou na barreira e matou o goleiro. Antes, William já tinha tido boa chance. O gol não mudou a postura do Avaí, que jogava de maneira bastante franca. Aos 25, contra-ataque gremista e Maylson serviu Jonas, que com muita tranquilidade, driblou Zé Carlos e empurrou para o fundo das redes. Três minutos mais tarde, William fez jogada aos trancos e barrancos e a bola chegou em Hugo, que carimbou a trave. O Avaí incomodou bastante, especialmente com Davi e Roberto. Este último sofreu um pênalti aos 44 minutos, mas Evandro Rogério Roman não marcou e com isso diminuiu consideravelmente as chances de uma recuperação avaiana.

Chamusca tentou colocar seu time no ataque, fez alterações já no intervalo, mas o Avaí não reagiu e o jogo se tornou bastante enfadonho. A grande atração passou a ser a "briga" entre Jonas e Emerson. Já no penúltimo minuto, Fernando deu grande passe para Rochemback fazer o terceiro gol gremista.


Tudo bem que foi um jogo bastante movimentado, mas achei o time do Grêmio um tanto faceiro. Meio campo muito aberto. Havia um claro distanciamento entre os 6 jogadores de defesa e os 4 de ataque. Além disso, me parece que a equipe tem demorado bastante na recompactação defensiva.

Maylson foi bastante destacado pela imprensa. Merecidamente, salvo alguns exageros. Contribui bastante para o ataque, é jogador vertical, busca sempre o gol. Contudo, achei que ele meio despreocupado com sua tarefa defensiva.

Não tenho gostado muito da dupla formada por Ozeia e Rodrigo. Os dois são pesados e Rodrigo é obrigado a sair na caça, o que não é uma das suas maiores virtudes.

Silas sabiamente repreendeu Jonas. Tudo bem que não é fácil aguentar calado um soco na nuca, mas Jonas poderia ter evitado o cartão.

Dessa vez não fiquei surpreendido com o baixo número de torcedores no Olímpico.

Fotos: Fabiano do Amaral (Correio do Povo), Valdir Friolin (ClicRBS), Neco Varella e Fabio Berriel (UOL)

Grêmio 3 x 0 Avaí
Jonas 10´
Jonas 25´
Rochemback
89´

GRÊMIO: Victor; Edilson, Ozeia, Rodrigo e Joilson (Bruno Colaço 38´/2º); Adilson, Fábio Rochemback, Maylson e Hugo (Fernando 36’/2º); Jonas e Willian (Roberson 21’/2º).
Técnico: Silas

AVAÍ: Zé Carlos; Émerson Nunes, Rafael e Émerson; Patric, Marcinho Guerreiro (Medina 37 do 2º), Rudnei, Caio e Pará (Robinho, intervalo); Roberto e Davi (Anselmo 21 do 2º).
Técnico: Péricles Chamusca

4ª Rodada - Campeonato Brasileiro 2010
Data: 26 de maio de 2010, quarta-feira, 19h30min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS)
Público total: 9.220 (8.049 pagantes)
Renda: R$109.515,50
Árbitro: Evandro Rogério Roman (Fifa/PR)
Auxiliares: Gilson Bento Coutinho (PR) e Bruno Boschilia (PR)
Cartões amarelos: Davi, Caio, Robinho, Patric e M. Guerreiro (A). Maylson e Jonas (G).
Gols: Jonas (10min e 25min/1ºT) e Fabio Rochemback (44min/2ºT)

quarta-feira, maio 26, 2010

Arbitragens na Imprensa

Já manifestei meu espanto (no blog e no twitter) com o fato de que muitos jornalistas só se manifestam sobre erros de arbitragem quando lhes convém.

Depois de Palmeiras 4x2 Grêmio neste último sábado a coisa não mudou muito. Mesmo com a calamitosa atuação de Paulo Henrique de Godoy Bezerra e as posteriores declarações do meia Hugo e do Presidente Duda Kroeff.

Fiz um pequeno levantamento (sem grande rigor) sobre o que falaram alguns dos colunistas sobre alguns jogos onde ocorreram erros de arbitragem. Escolhi Grêmio 3 x 1 Avaí, pelas oitavas da Copa do Brasil, Banfiel 3x1 Inter, pelas oitavas da Libertadores e Palmeiras 4x2 Grêmio, pela 3ª rodada do Brasileirão.

Foram "analisados" 11 colunistas/blogueiros. Restringi a "pesquisa" a sites e jornais. O resultado foi curioso.

- Todos os 11 falaram sobre a arbitragem que favoreceu o Grêmio contra o Avaí.
- Todos os 11 falaram sobre a arbitragem que prejudicou o Inter contra o Banfield;
- Dos 11, apenas 5 falaram sobre a arbitragem de Palmeiras x Grêmio. Entre esses 5, a imensa maioria tratou de minimizar a importância dos erros do juiz.


Segue abaixo o levantamento:


Wianey Carlet
15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí -
"Auxílio extra – Convém ao Grêmio não esquecer que a boa vantagem que leva para Florianópolis deveu-se, e muito, à arbitragem"

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter -
"Apito mata Inter"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - O comentarista não mencionou nada sobre a arbitragem
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Diogo Olivier
15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí -
"Não é apenas a gritaria contra o erro de arbitragem que antecedeu ao primeiro gol do Grêmio, o escanteio inexistente cobrado por Douglas.'

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter -
"Era só início da lambança do uruguaio Jorge Larrionda", "o Banfield fez 2 a 1 com um gol em impedimento escandaloso de Battión"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio -
"Paulo Henrique Bezerra cometeu dois erros decisivos" "Levou 4 a 2 por isso com toda a justiça"
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Hiltor Mombach
15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí -
" Eram 18min e, num lance equivocado da arbitragem, o Avaí estava levando 1 a 0 e com dez em campo"

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter -
"A derrota passou pelo árbitro"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - O comentarista não mencionou nada sobre a arbitragem
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Adroaldo Guerra Filho (Guerrinha)
15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí -
"É verdade o time do técnico Silas abriu o marcador num erro da arbitragem."

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter -
"além de ser sido operado pelo uruguaio Jorge Larrionda e sua turma"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio -
"Então, o Grêmio não tem perdido pelas arbitragens"
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Ruy Carlos Ostermann
15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí -
"o Avaí tem boas razões para se queixar"

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter - "Um jogo no primeiro tempo, outro depois da expulsão de Kleber e da discussão, um terceiro sem o pênalti sobre Nei, um quarto com os gols do Banfield, e talvez outros menores de duração restrita. O futebol é assim, mas há quem só veja os gols."

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - O comentarista não mencionou nada sobre a arbitragem
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Paulo Roberto Falcão

15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí - "Escanteio, gol no rebote, reclamações, expulsão, cartões amarelos – tudo por conta de uma ilusão de ótica. E de algum autoritarismo por parte da arbitragem"
29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter - "É fato inquestionável que o Inter foi prejudicado pela arbitragem"
22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - O comentarista não mencionou nada sobre a arbitragem-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Maurício Saraiva

15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí - " vitória que começou num erro crasso do bandeirinha Marconi Vieira"

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter - "Em seguida, um erro ainda mais grosseiro de arbitragem proporcionou o segundo gol do Banfield."

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - O comentarista não mencionou nada sobre a arbitragem
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Clube da Bolinha

15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí - " Teve confusão, Caio, do time catarinense, foi expulso, teve polícia em campo… Tudo conspirava a favor do Tricolor."

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter - "A arbitragem prejudicou muito o Inter no jogo diante do Banfield pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Pode ser atribuído à ela em parte o placar de 3 a 1"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - "com uma arbitragem deficitária, que expulsou um jogador de cada lado sem uma gravidade'
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Mário Marcos de Souza

15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí - "O Grêmio começou dando velocidade, pressionando até marcar o primeiro gol, depois de um erro do auxiliar"

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter - "A expulsão e o desfalque perturbaram o Inter e isso foi fatal"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio - "Os dois times consideraram as expulsões exageradas"
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Edegar Schimdt

15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí - "O erro foi grosseiro mas lances como aquele podem enganar qualquer um que não esteja bem atento."

29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter -
"O Inter reclama com razão do árbitro uruguaio"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio- O comentarista não mencionou nada sobre a arbitragem
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Nando Gross

15/04/2010 - Grêmio 3 x 1 Avaí - "O Grêmio fez um a zero aos 18 minutos. Na origem do lance, há um erro de arbitragem"
29/04/2010 - Banfield 3 x 1 Inter -"A arbitragem foi confusa e realmente prejudicou o time gaúcho"

22/05/2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio -
É verdade que o árbitro não marcou pênalti de Vitor que botou a mão na bola [...] O segundo gol do Palmeiras é em completo impedimento. Mas apesar disso, o time gremista chegou ao empate e depois a arbitragem nada mais teve a ver com o resultado.
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P.s.: Seria interessante analisar também um jogo onde o Inter foi favorecido. Mas sabemos que tentar apontar esse tipo de coisa não dá muito certo.

terça-feira, maio 25, 2010

Privilégios?

A discussão sobre a arbitragem no Brasil invariavelmente se dá pelo uso de alguns clichês, de outros tantos chavões e de muita falácias, esbarrando em velhos ranços das partes envolvidas.

Assim, acho que é válido tentar trazer um olhar estrangeiro sobre essa questão. Fiz isso anteriormente, quando citei a teoria do jornalista italiano Mario Sconcerti (ex- editor do jornal "Corriere dello Sport") sobre a influência da mídia sobre os juízes.

Agora, tendo em vista os acontecimento recentes, acho pertinente transcrever trecho de uma matéria publicada em fevereiro pelo site alemão Spox.com, sobre o retorno dos astros brasileiros ao futebol nacional, a qual começa (numa tradução livre) assim:

"Novas estrelas graças ao boom da economia
Robinho, Ronaldo e cia: O foguete foi lançado
A volta de Robinho é só o ponto alto : O crescimento do Brasil como potência econômica proporciona novas estrelas ao times. Empresas milionárias disputam Ronaldo ou Adriano. Mesmo um craque argentino prefere mudar para o país vizinho do que ir à Europa."


A matéria segue citando as diversas causas que ajudam a explicar este fenômeno, e chega num ponto fundamental, explicado pelo jornalista Tim Vickery, correspondente no Brasil para a BBC e a para a revista World Soccer:

"As estrelas no Brasil são endeusadas. Tanto que Robinho nem precisa justificar suas faltas nos treinamentos e mesmo assim joga. As estrelas são tão protegidas pelos juízes, que o apito sempre soa a seu favor. As estrelas no Brasil tem mais privilégios do que na Europa. Tudo isso obviamente representa um grande papel para crianções como Robinho"

É no mínimo curioso, não?



domingo, maio 23, 2010

Brasileirão 2010 - Palmeiras 4 x 2 Grêmio


O Grêmio vinha do revés em Santos. O Palmeiras em crise, sem técnico e sem dois dos seus principais jogadores. Me parece que o tricolor tinha mais time em campo, e isso transpareceu nos primeiros 15 minutos de jogo. Escalado quase num 4-5-1, o time de Silas jogava no campo do adversário, mas não soube converter a superioridade em vantagem no placar, como exemplo disso ficam os diversos escanteios desperdiçados. O castigo veio cedo, aos 15 minutos. O lance seria apenas de um ataque frustrado do Palmeiras, após passe errado do Cleiton Xavier, mas Rodrigo escorregou e Ewerthon ficou livre para chutar da entrada área, abrindo o placar. O gol trouxe um ânimo até então não visto às arquibancadas do Parque Antártica. Aos 30, cruzamento na área do Grêmio, Vinicius concluiu da marca do pênalti, Victor fez grande defesa, mas Ewerthon (impedido) apanhou o rebote e fez o 2x0. O Grêmio respondeu rápido. Dois minutos depois, Leandro deu grande passe e Jonas dominou com pé direito e concluindo com o pé esquerdo. O tricolor poderia ter empatado o jogo ainda no primeiro tempo, quando Jonas retribui o passe recebido e colocou Leandro na cara de Marcos, mas a conclusão saiu torta.

Os times voltaram para o segundo tempo com 10 jogadores cada. Marcos Assunção e Douglas foram expulsos no final da primeira etapa. O Grêmio chegou ao empate logo aos 4 minutos, quando Hugo desviou de cabeça a falta cobrada por Rochemback, mas a reação parou aí. Palmeiras marcava mais e parecia querer mais o resultado. Aos 15, o Grêmio levou um gol muito parecido com o sofrido na rodada passada, Vitor cobrou escanteio e Mauricio Ramos subiu mais que Ozeia, desempatando o jogo. Aí o Grêmio não mostrou mais reação, e levou o quarto, quando permitiu que a jogada de Vinicius se prolongasse até a assistência para Cleiton Xavier.

O Grêmio foi azarado, foi roubado e foi incompetente. Assim sendo, o resultado não tinha como ser outro.

1 ponto conquistado em 9 disputados. Apenas 3 rodadas jogadas e já estamos a 8 pontos do líder. Preocupante.

Mais uma vez o Grêmio é assaltado pela arbitragem. Vitor fez um pênalti escandaloso, aos 12 do primeiro tempo, quando levou a mão a bola dentro da área. Ewerthon estava em clara posição de impedimento quando marcou o segundo gol. Até agora não entendi o que Douglas fez para ser expulso. E ainda ocorreu um descritério na exibição de cartões (Marcos teve um chilique e saiu impune), número igual de faltas e o triplo de amarelos para os atletas gremistas.

Achei o vestiário gremista muito resignado com a calamitosa arbitragem. Apenas o Presidente Duda Kroeff se manifestou com a intensidade que situação exigia.

Curioso o comportamento do comentarista do PFC. Muito embora tenha sido alertado pelo narrador, nada falou sobre a posição de Ewerthon no seu segundo gol. Minutos mais tarde, quando confrontado pela imagem, disse que não tinha se dado conta na hora. Se fez de surdo para não passar por cego.

Lamentável a atuação de Rodrigo. Espero que tenha sido apenas uma jornada de exceção.

Apesar do gol, não gostei da atuação de Hugo. Sua principal contribuição foi constatar que "os times do Sul sofrem com a arbitragem". Frase muito parecida com a feita pelo volante Fabrício, do Cruzeiro, ainda em 2008.

Não acho que Victor tenha falhando no primeiro gol, mas inegavelmente não vive sua melhor fase, o que é plenamente natural e aceitável. Tudo bem que Victor pode estar sendo vítima do padrão que ele mesmo estabeleceu, mas tem gente aproveitando o momento para tentar massacrar o arqueiro gremista. Essa de jornalista propor tratamento psicológico beira o charlatanismo.


Fotos: UOL (Thiago Bernardes)

Palmeiras 4 x 2 Grêmio

PALMEIRAS: Marcos; Vitor, Danilo, Léo (Maurício Ramos 39 do 1
ºT) e Gabriel Silva Armero; Edinho, Márcio Araújo, Marcos Assunção e Cleiton Xavier; Ewerthon (Souza 39 do 2
ºT) e Vinicius (Paulo Henrique 45 do 2ºT).

Técnico: Jorge Parraga.



GRÊMIO: Victor; Joilson, Rodrigo, Ozéia e Bruno Collaço (Maylson 20 do 2ºT); Adilson, Fábio Rochemback, Hugo e Douglas; Jonas e Leandro (William 22 do 2ºT)
Técnico: Silas.


3ª Rodada - Campeonato Brasileiro 2010
Data: 22/05/2010, sábado, 18h30min
Local: Estádio Palestra Itália - SP
Público: 18.635
Renda: R$ 538.961,00
Arbitragem: Paulo Henrique de Godoy Bezerra - SC
Auxiliares: Carlos Berkenbrock e Angelo Rudimar Bechi (SC)
Cartões amarelos: Edinho, Márcio Araújo, Vinicius ; Adilson, Rochemback e Ozéia
Cartões vermelhos: Marcos Assunção (P) e Douglas aos 45 do 1º tempo
Gols: Ewerthon 15/1º e 29/1º; Jonas 31/1º; Hugo , 3/2º, Maurício Ramos , 15/2º e Cleiton Xavier , 25/2º.

quinta-feira, maio 20, 2010

Esgotamento

Como já disse no post anterior, tem sido muito frustrante acompanhar futebol. Confesso sentir um certo esgotamento com essas questões do Grêmio. Quem gosta, quem torce, quem acompanha o time é obrigado a aceitar coisas que são inaceitáveis. Frente a tudo o que acontece, o sujeito fica num dilema, onde aparecem só duas soluções: Se conformar, se resignar ou simplesmente desistir. Nenhuma delas me parece um saída válida.

Não se trata da questão de ganhar ou perder. Isso faz parte, é da natureza do jogo. O problema é a forma como isso vem acontecendo. Ou melhor, o que realmente incomoda é verificar o porquê as coisas NÃO acontecem.

Parece que o pensamento mágico tem muita força no Olímpico. É notório que o "status quo" não nos favorece (muito antes pelo contrário) e ainda assim o que mais se verifca no comando gremista é inação. A displicência com detalhes que fazem a diferença. O descaso com a torcida e com o sentimento do torcedor.

Se vive num eterno "laissez-faire", numa crença estúpida de que as coisas se resolverão sozinhas, mas isso simplesmente não acontece.

Um dos pontos que me incomoda é a relação do Grêmio com a imprensa. Não há respeito mútuo, e nisso o clube é sempre vítima, nunca algoz. Diversos são os exemplos onde o clube nada faz, esperando sentado que a imprensa local crie vergonha e deixa de ser parcial e que a imprensa nacional tenha consciência e deixe de ser bairrista.

Já se falou sobre o descritério e diferença de tratamento da imprensa na relação entre Gauchão e Libertadores em 2009 e 2010. O Grêmio se queixou? Tomou alguma providência?

Ninguém do clube se mexeu quando da publicação de matéria na Zero Hora recheada de erros grosseiros sobre a história do Grêmio. Isso é certo?

Ainda sobre erros históricos, o Grêmio permite que um sujeito como o Sérgio Xavier Filho, que se diz gremista, e é responsável por uma reportagem desse tipo, lance um livro sobre o clube. Fica quieto quando o mesmo cidadão afirma categoricamente que sua revista lançou especial somente sobre o centenário do Inter e não fez sobre o do Grêmio porque não entrou dinheiro. Esse tipo de conivência acaba resultando em manifestações mesquinhas, vingativas e sobretudo falsas, pra azar do clube e para azar da verdade.

E a diretoria aceita calada que o Grêmio seja seguidamente prejudicado nas montagens de tabelas dos campeonatos.

E o Grêmio se volta contra o bairrismo e a falta de um tratamento isonômico por parte da imprensa nacional? Não, nada faz. Pior ainda, dá guarida pra esse tipo de gente, permitindo que gravem programas de dentro do Olímpico, no Museu do clube (que deveria ser um local "sagrado").

Depois não entende porque seus atletas não são convocados para Olimpíadas, Copa do Mundo, porque ganha menos em patrocínio, porque tem menos exposiçao e etc..

Temos um assessor de futebol ávido por aceitação por parte da imprensa (mesmo que tenha que contrariar os interesses do Grêmio e da sua torcida). Aceitação esse que nunca virá, e o assessor não se dá conta que por vezes faz papel de palhaço. Que ele não tenha amor próprio, tudo bem, mas que ao menos demonstre algum respeito com o cargo que ocupa.

Alguém reclama da arbitragem? Reclama da forma com a imprensa trata essa questão? Grêmio foi prejudicado nos dois jogos contra o Fluminense, foi prejudicado contra o Santos no Olímpico e conforme se previa, foi prejudicado na Vila Belmiro. Tomou alguma providência antes? Reclamou depois? Não, e até a imprensa estranhou. Isso pra ficar nos exemplos mais recentes.

E na política o clube se perde em picuinhas e não avança. Revanchismo em diversas áreas, até mesmo contra a Geral, que apesar de seus defeitos (todos facilmente corrigíveis), é uma das melhores coisas que aconteceu no clube ultimamente.

Não vou nem entrar na questão do marketing, mais precisamente da camiseta, que todos estão cansados de saber a minha opinião. Brabo é saber que o Grêmio ainda ganha pouco para suportar isso.

Enfim, posso estar sendo exagerado, até mesmo injusto, mas vejo um somatório de fatores que lentamente vão cansando, gerando um esgotamento no torcedor. Quem quer contribuir, quem se dedica, se dispõe a ajudar de alguma forma, se sente extremamente decepcionado, sem ter o mínimo em troca.

Talvez fosse o caso de não dar tanta importância para o futebol, não sofrer tanto com o Grêmio. Mas isso, novamente, não é opção. Por que de paixão se não muda.






"El tipo puede cambiar de todo, de cara, de casa de familia, de novia, de religión, de Dios, pero hay una cosa que no puede cambiar Benjamin: no puede cambiar de pasión"

Copa do Brasil - Santos 3 x 1 Grêmio


Não deu. Mais uma vez. Mesmo com desfalques e improvisações o Grêmio fez um grande primeiro tempo. Marcação forte e adiantada, valorização da posse de bola e escapadas que resultaram em boas chances de abrir o marcador. O poderio ofensivo do Santos foi neutralizado na primeita etapa.

Aos 6 do segundo tempo, tudo mudou com o golaço de Ganso. O Santos cresceu, o Grêmio não conseguiu mais ir ao campo de ataque e aos 25, em novo golaço, Robinho ampliou. O tricolor então reagiu, descontou com Rafael Marques e mostrou que iria cair lutando. Na base da vontade assustou a Vila Belmiro (recheada de torcedores de ocasião), que só respirou aliviada quando Wesley fez o 3x1 final.

Muito se temia pela escalação da linha defensiva, que de um modo geral foi bem. Infelizmente o trio ofensivo do Grêmio não esteve numa noite inspirada. E Adílson, mais uma vez, foi o melhor gremista em campo.


Não vou entrar muito na questão do merecimento. Me parece que o Grêmio errou muito nos dois jogos, especialmente na primeira partida no Olímpico. E o Santos, apesar da irregularidade, teve momentos de talento, o que bastou para superar o adversário.

Independente disso, tem sido muito frustrante acompanhar futebol. O Santos, assim como no primeiro jogo (e contra Ceará, Atlético-MG, Santo André) foi beneficiado e protegido pela arbitragem. É chato e repetitivo falar disso. E bem possível que mesmo com uma arbitragem perfeita o Grêmio fosse eliminado, mas não foi isso que ocorreu.

E não foi por falta de aviso. Até os jornalistas mais chapa branca alertavam para os perigos de Marcelo de Lima Henrique no apito. O lance em que Ganso pediu (e conseguiu) um amarelo para Hugo foi sintomático. Robinho tentou apitar o jogo (com direito a palavrão) enquanto Victor era advertido na sua primeira reclamação. Aos 32, Jonas foi puxado por Edu Dracena até a sua camisa rasgar. Na origem do 1º gol do Santos, há uma falta clara em Jonas (que é quem acaba dando espaço para jogada). No lance que resultou na expulsão de Jonas e Dracena (dentro da área do Santos), o juiz inverteu a falta (O zagueiro acertou antes o atacante). Ainda, aos 45 do segundo tempo, Edílson foi derrubado dentro da área, e o juiz mandou seguir.

Um juiz ruim, por si só, é revoltante. Pior ainda é a cobertura da imprensa e as pessoas achando isso normal, já acostumadas, resignadas. Acompanhei o jogo no Sportv e a coisa foi triste. Não bastasse a reporter Joana de Assis falando em "RoXemback", André Rizek corneteando Adílson, ainda tivemos o velho problema da parcialidade da seleção de replays. O lance do penalti do Jonas só foi repetido por que ele saiu de campo com a camisa completamente rasgada. Não foi repassado um lance de penalti no Edílson, e o replay da expulsão do Jonas e Dracena só foi mostrado no Sportv News. E a "nossa" imprensa, que tanto falou em Grêmio X Avaí, tanto falou em Banfield x Inter, estranhamente (ou não) silenciou.

Fotos: Agência Lance (Terra), Miguel Schincariol (ClicRBS) e Leandro Amaral (Correio do Povo)

Santos 3 x 1 Grêmio

SANTOS: Felipe, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodriguinho, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Bruno Aguiar), André (Marcel) e Neymar (Madson)
Técnico: Dorival Júnior.

GRÊMIO: Victor, Edílson, Ozeia, Rafael Marques e Joílson; Adilson, Willian Magrão (Willian), Hugo (Leandro) e Douglas; Jonas e Borges.
Técnico: Silas

Copa do Brasil 2010 - semifinal - jogo de volta
Data: 19/05/2010, quarta-feira, 21h50min
Local: Estádio Vila Belmiro, Santos-SP.
Público: 13.896 pagantes
Renda: R$ 592.975,00
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique/RJ (FIFA).
Auxiliares: Hilton Moutinho Rodrigues/RJ (FIFA) e Dilbert Pedrosa Moises/RJ (FIFA)
Cartões amarelos: Ozeia, Hugo, Victor, Edílson. William Magrão, William (Grêmio); Léo, Rodriguinho, Neymar (Santos).
Cartões vermelhos: Jonas, Dracena, Rafael Marques
Gols: Paulo Henrique Ganso, aos 6, Robinho, aos 25, Rafael Marques, aos 30, Wesley aos 40 do 2º tempo

terça-feira, maio 18, 2010

Taça Brasil 1963 - Santos 4 x 3 Grêmio


A grande curiosidade envolvendo o jogo de volta entre Grêmio e Santos, pela semifinal da Taça Brasil 1963, foi a presença de Pelé jogando como goleiro, no final do segundo tempo após a expulsão de Gilmar.

Também chama atenção o fato de a arbitragem ter sido severamente criticado.


GRÊMIO: Alberto; Valério, Airton, Aureo e Ortunho; Cleo e Milton; Marino, Joãozinho, Paulo Lumumba e Vieira
Técnico: Froner

SANTOS: Gilmar ; Dalmo, João Carlos (Joel) e Geraldino; Haroldo e Zito; Batista, Lima, Coutinho, Pelé e Pepe.
Técnico: Lula.

Taça Brasil 1963 - semifinal - jogo de volta
Data: 19/01/1964, domingo, 17h00min
Local: Estádio Pacaembu - São Paulo (SP)
Renda: Cr$ 11.931.500,00
Juiz: Teodoro Nitti
Expulsão: Gilmar 86'
Gols: Pepe 6', Paulo Lumumba 9' e 15', Marino 14', Pelé 30' (pên), 58' e 84' (pên)



"Na verdade, foi um espetáculo de futebol. Venceu o jogo a represetanção do Santos, numa grande injustiça para o futebol do Rio Grande. Foi mais uma experiência para os sulinos. Apenas com a diferença: o Grêmio mostrou sua classe e perdeu por uma dessas coisas que só acontecem em futebol"





"[...] PELÉ - 31' - Pepe adiantou o balão e tentou penetrar na área. Valério foi combatê-lo e levou o pé para cortar a trajetória da pelota. Houve o choque - fora da área, no nosso entender - e, para supresa geral de todos (mesmo dos bimundiais) Teodoro Nitti marcou penalty. [...]

[...]ARBITRAGEM
Péssimo o Argentino Teodoro Nitti. Influiu decisivamente na derrota do Grêmio. Fez "tabelinha" com Pelé... Bons nas laterias Romulado Arpi Filho e Eunápio de Queiroz. Aos 43' expulsou Gilmar. O arqueiro disse "nome feio" para o árbitro. "


"O técnico Carlos Froner irritou-se violentamente contra o juiz do match, quando da cobrança do 1.º penalty, realmente um gravíssimo erro. Tentou invadir o gramado e a muito custo foi contido."

"[...] Quando Gilmar foi expulso - disse um palavrão ao juiz - o Pacaembu vibrou... porque Pelé vestiu a jaqueta negra de arqueiro! O "Rei", provando que é genial mesmo, fez duas grandes defesas, principalmente uma que - felinamente - deu um "peixinho" nos pés de João Severiano, que vinha com tudo para marcar. A torcida em peso torceu para a linha do Grêmio; queria ver Pelé trabalhar como arqueiro..."

Airton

Gol de Pepe

Primeiro gol do Grêmio

Alberto, Pelé e Valério

“[...] Daí a pouco, ainda nos três a um, Paulo Sousa, do Grêmio, perdeu o quarto gol, na cara de Gilmar. [...]


[...] Pelé sozinho descontou a diferença, empatou e depois desempatou e foi acabar o jogo fechando o gol do Santos no lugar de Gilmar que fora expulso de campo. E fez tudo aquilo sorrindo, absolutamente descontraído como se estivesse batendo bola em dia de treino do Santos ou da seleção brasileira. No finalzinho do jogo, conta-me um amigo, Paulo Souza chutou com violência ao ângulo superior da trave, ali na última gaveta. Pois o crioulo saiu do chão, catou a bola e- aqui é que está a diferença entre ele e todos os outros goleiros do mundo – devolveu a bola não com um tiro de meta mas com uma passe preciso para Pepe


Batista e Airton

Lance do 2º penalti para o Santos


Alberto Vs Pelé

Pelé jogando de goleiro
Link
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Fontes: Correio do Povo, Folha da Tarde, Placar e Jornal do Brasil. Mais em http://www.acervosantista.com.br/taca-brasil/1964/01/19-01-1964-santos-4-x-3-gremio-taca-brasil/



segunda-feira, maio 17, 2010

Taça Brasil 1963 - Grêmio 1 x 3 Santos


Em janeiro de 1964, Grêmio e Santos jogaram pelas semifinais da Taça Brasil de 1963. O Grêmio havia passado pelo Metropol (1x1 no Olímpico, 2x0 em Cricíuma) e pelo Atlético-MG (1x1 no Independência e 2x1 no Olímpico).

Os paulistas, assim como os cariocas, entravam direto nas semifinais.

Neste post está o material que coletei sobre o jogo de ida, disputado no Estádio Olímpico.

É interessante verificar a discrepância nos relatos dos jornais. Áureo foi elogiado pelo Correio do Povo, e criticado pelo Jornal do Brasil. Da mesma forma, a questão da organização do jogo foi vista de forma distinta pelos jornais.

GRÊMIO: Alberto; Valério, Airton, Aureo e Ortunho; Cleo e Milton; Marino (Madureira), Joãozinho, Paulo Lumumba e Vieira.
Técnico: Froner

SANTOS: Gilmar; Dalmo, João Carlos e Geraldino; Haroldo e Zito; Dorval, Lima, Coutinho, Pelé e Batista.
Técnico: Lula.

Data: 16 de janeiro de 1964, quinta-feira.
Local: Estádio Olímpico - Porto Alegre (RS)
Renda: Cr$ 21.357.000,00
Público: 45.000
Juiz: Eunápio de Queiros
Gols: Paulo Lumumba 6', Coutinho 25', Coutinho 70' e Pelé 76'



"[...] O elemento que mais impressionou no Grêmio foi Paulo Souza no ataque. Seu trabalho agradou sempre. Deslocou-se bem e acompanhou todos os movimentos da dianteira do Grêmio,a a bem da verdade, não andou como se esperava [...]

[...] O grande valor do Grêmio foi Aureo, que na noite de ontem deixou para traz Aírton, em muitos pontos. Foi mais seguro e mais positivo, apesar da apresentação dos demais. [...]"


“A renda de Cr$ 21.357 mil quebra quase pelo dobro o recorde gaúcho, com 45 mil pessoas presentes”

“[...] Haroldo salvou atabalhoadamente, para, aos seis minutos, Vieira fazer excelente jogada, driblando dois defensores do Santos e lançando Paulo Souza em profundidade, para este marcar 1 a 0, num chute violento e cruzado, de baixo para cima, sem dar oportunidade ao goleiro Gilmar.”


[...] O movimento em Porto Alegre surgido com a realização do jogo Santos X Grêmio foi sem precedentes, chegando a causar, a exploração de cambistas, reclamações no plenário da Câmara Municipal, onde diversos vereadores protestaram contra a falta de combate aos aproveitadores que estavam cobrando Cr$ 500,00 por uma geral, diante da omissão total das autoridades. Três mil cadeiras especiais numeradas foram colocadas na pista e, como todas as demais localidades, integralmente vendidas.”



“O melhor lance do jogo nasceu com Coutinho, que deu um lençol em Áureo e empurrou para Pelé, que cobriu a Aírton e voltou de cabeça a Coutinho. O mesmo feitio de jogada foi feito até dentro da área gaúcha, mas faltou equilíbrio e só restaram os aplausos do público.”

O gol do Grêmio

Alberto Vs. Coutinho



"Realizando um total de 58 ataques durante a partida de quinta-feira, o Santos F.C. realmente esteve mais com a bola, mas atirou menos ao gol que o tricolor [...]"

"[...]O Grêmio, no primeiro tempo realizou 25 avançadas, desviou 3 bolas e acertou 4 vezes o arco. Obteve 1 gol. No segundo tempo, conduziu 28 ataques, desviou 5 bolas e acertou três na meta, exigindo defesas de Gilmar"


“As cadeiras colocadas no gramado tiveram garantia completa e o público correspondeu plenamente as solicitações da Polícia, pois tudo correu bem, sem nenhuma nota dissonante. O serviço de copa andou bem e o povo não usou foguetes e rojões, para dar expansão às suas alegrias”


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Fontes: Correio do Povo, Folha da Tarde e Jornal do Brasil