quinta-feira, março 31, 2011

Gauchão - Juventude 3 x 2 Grêmio


O primeiro lance do jogo deu uma boa amostra do que veríamos ao longo dos 90 minutos: Num passe displicentemente errado pelo Grêmio, Cristiano ficou de frente pro gol e carimbou a trave de Victor. O Juventude demonstrava mais vontade, mas passado o entusiasmo inicial d logo se viu um predomínio tricolor, muito mais pela maior qualidade do que propriamente pelo empenho do seus jogadores. O Grêmio conseguiu articular jogadas de ataque, teve oportunidades (bem como um susto, em nova bola no poste) e abriu o placar com Borges, que de cabeça completou a boa jogada feita na combinação entre Gílson e Lúcio pela ponta esquerda. O 1x0 foi um justo placar para a primeira metade do jogo.

Contudo fica difícil falar em justiça no segundo tempo. Os termos “castigo” e “quem não faz leva” definem melhor o que aconteceu. Logo aos 2 minutos, o Juventude mandou sua terceira bola na trave, mas Júlio Madureira apanhou o rebote e empatou o jogo. O Grêmio não se abalou, voltou a carga e após uma rápida pressão, marcou o 2x1 com Weverson Leandro, que recebeu lançamento longo (ou seria um chutão?), driblou o goleiro e tocou para o fundo das redes. A partir daí o jogo ficou extremamente fácil para o tricolor. Weverson e Borges perderam grandes chances aos 29 e 30 minutos, respectivamente. O Juventude teve Rafael Pereira expulso, e passou a contar apenas com a vontade. O Grêmio tinha amplos espaços para atacar, mas não os aproveitou e tampouco se fechou no seu campo. Mas ainda assim é preciso dizer que o empate só saiu num lance de extrema infelicidade de Gílson, que foi cortar o cruzamento de cabeça e mandou para dentro da meta de Victor, anotando um tragicómico autogol. Aí sim os comandados de Renato sentiram o golpe e não conseguiram articular nada parecido com uma reação. Pra piorar, aos 44 minutos, numa saída errada do Grêmio, Ramiro chutou de longe e virou o jogo.


Um menor interesse dos atletas em partidas do Gaúchão até seria compreensível, mas só isso não explica o que se viu por parte do Grêmio no Jaconi. A parte mais difícil, de se colocar em vantagem, por duas vezes, foi feita. A parte “fácil”, de matar (ou administrar) o jogo contra um adversário com 10 em campo é que foi preguiçosamente postergada. O time resolveu brincar com o azar e se deu mal.

Gílson anda muito afoito. O gol contra é apenas um doloroso exemplo disso. Parece não lembrar a máxima do lateral que é a de “só ir na boa”.

Talvez seja falta de um maior ritmo, mas Gabriel parece estar devagar, muito longe do seu melhor desempenho.

Rochemback, Rodolfo e Adílson fazem falta não só pelo futebol que apresentam, mas também pela atitude que demonstram em campo. O time parecia muito apático ontem sem eles, o que é preocupante.

Gostei da atuação de Neuton. Não sabia dessa sua característica de ser batedor de faltas.

Acho que a meia preta combinaria melhor com a camisa azul e o calção negro.

A nota positiva foi a exibição de Weverson Leandro. Impressiona pela tranqüilidade que tem para jogar com apenas 17 anos.

Por tudo o que se viu no jogo é possível dizer que o resultado final foi um tanto surreal. O Grêmio vem tendo duras lições neste ano, resta saber se está conseguindo absorver o aprendizado.

Fotos: (O Caxiense) e Ricardo Giusti (Correio do Povo)

Juventude 3 x 2 Grêmio

JUVENTUDE: Jonatas; Celsinho (Bressan), Rafael Pereira, Fred e Alex Telles; Umberto, Gustavo (Jardel), Jander (Ramiro) e Cristiano; Júlio Madureira e Zulu.
Técnico: Picoli

GRÊMIO : Victor; Gabriel, Rafael Marques, Neuton e Gilson (Vinícius Pacheco); Fernando, Willian Magrão (Mateus Magro), Lúcio (Bruno Collaço) e Douglas; Weverson Leandro e Borges.
Técnico: Renato Portaluppi

1ª Rodada (Jogo atrasado) - 2º Turno - Campeonato Gaúcho 2011
Data: 30/03/2011, quarta-feira, 20h00min
Local: Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul -RS
Público: 8.990 torcedores
Renda: R$ 199.240,00
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves (RS)
Assistentes: Marcelo Barison e José Inácio de Souza ( RS)
Cartões amarelos : Douglas, Willian Magrão, Lúcio , Fernando, Fred, Rafael Pereira , Cristiano , Bressan
Cartões Vermelhos : Rafael Pereira (JU)
Gols: Borges, do Grêmio, aos 32 minutos do primeiro tempo; Júlio Madureira, do Juventude, a 1; Leandro, do Grêmio, aos 9; Gilson (contra), aos 37 minutos e Ramiro, aos 44 minutoso segundo tempo;

quarta-feira, março 30, 2011

Seu Petry


O falecimento do seu Petry é muito triste. Parece que todas as bonitas histórias que os gremistas estão contando hoje não são capazes de dar a real dimensão sobre quem foi Rudi Armin Petry.

Eu era um guri quando o conheci, mas naquele momento pra mim ele era tão somente o avô do Guilherme. Só depois de um tempo que eu fui descobrir o que aquele simpático senhor representava para o Grêmio.

Mas o mais importante era o que o Grêmio representava para ele. O "currículo" deixa claro que o seu Petry estava sempre a disposição do clube, indepedente do momento, cargo ou função.

Deixará saudade e o eterno exemplo do "assunto de economia interna".

terça-feira, março 29, 2011

Reunião do Conselho - 29 de Março 2011

ORDEM DO DIA:

1) Apreciar o relatório do Presidente do Grêmio, gestão 2010;
2) Tomar conhecimento do parecer do Conselho Fiscal;
3) Tomar conhecimento do parecer da Comissão para Assuntos Econômico-Financeiros;
4) Julgar as contas do Conselho de Administração referentes ao exercício de 2010;
5) Eleger e empossar 02 (dois) Conselheiros Fiscais, com mandato de 03 (três) anos

Como não poderia deixar de ser, Raul Régis começou a reunião lamentando a morte do ex-presidente Rudi Armin Petry. O presidente do conselho pediu uma salva de palmas em homenagem ao seu Petry, que foi longa.

De imediato a palavra foi passada para o Presidente Paulo Odone, que anunciou o luto oficial do clube. Depois, fez algumas considerações sobre a última reunião do conselho, explicando a sua saída e ressaltando que entendia as divergências. Não concordava, mas as entendia. Sobre a pauta do dia, lembrou que deveria ser encarado como a gestão de todos os gremistas, que o estaria sendo discutido era tão somente a aprovação das contas. Que já tinha tido acesso aos números e os aprovava.

O ex-presidente Duda Kroeff lembrou que era adolescente quando conheceu o seu Petry, dizendo que o mesmo era muito amigo de seu pai. Fez uma rápida brincadeira com Paulo Odone, falando que já estava com saudade do Olímpico, mas que vinha dormindo melhor. Chamou Irany Sant'ana Jr. para apresentar o relatório de 2010.

Irany disse que no primeiro semestre de 2009 o clube ficou "perto do 0x0", já no segundo semestre houve uma readequação de valores, que o time de 2008 tinham valores muito abaixo do restante do mercado (o que não deixava de ser um mérito da gestão anterior). Afirmou que foi feita uma aposta em 2010, mas que a resposta só aconteceu no segundo semestre. Explicou ainda a questão referente as antecipações, afirmando que elas se faziam necessárias para retomar a credibilidade com pagamento de outros passivos e para desonerar a área do Olímpico

O parecer do Conselho Fiscal foi lido pelo conselheiro Roberto Sommer, onde foram detalhadas as contas, o deficit e foi enfatizado que "mínimas foram as melhorias em relação a 2009", mas que não havia maior objeções técnicas em relação aos números apresentados.

O conselheiro Carlos Biedermann, Presidente da Comissão de Finanças, saudou a grande presença de conselheiros na sala e fez algumas considerações sobre o parecer da auditoria (que será publicado no final de abril) . Lembrou que o clube não tem nenhum imposto vencido. Deu alguns números do condomínio de credores, mencionou o êxito no processo relativo ao Banco Central e ressaltou que o clube não cumpria requisitos de governança previsto no capítulo X do estatuto (mas que tal situação foi em parte resolvida com a contratação de Crisitiano Koehler).

E as contas foram aprovadas pelo conselho.

Houve uma única chapa inscrita para preencher 2 vagas do conselho fiscal, e assim sendo, os conselheiros Eduadro Magrisso e Jaime de Marco foram aclamados para os cargos.

O levantamento sobre o número de conselheiros presentes ainda não havia sido feito no momento em que a reunião acabou.

domingo, março 27, 2011

Gauchão - Pelotas 1 x 3 Grêmio


O jogo do Grêmio no primeiro tempo simplesmente não fluiu. Lúcio não se movimentou como de costume, o apoio dos laterais foi tímido e Escudero não encontrou seu melhor posicionamento no ataque. O Pelotas foi pra cima com a correria de Makelele, mas esbarrou na falta de conclusões mais efetivas e num confiante Marcelo Grohe. Por sua vez, o goleiro áureo-cerúleo Dionatan fez duas boas defesas nas cabeçadas de Rodolfo e Escudero, o que encaminhou o 0x0 da primeira etapa.

Com Weverson Leandro no time (Escudero saiu lesionado) o Grêmio ficou melhor distribuído em campo e passou a ter mais presença no ataque. É notável a capacidade do guri em reter a bola e partir para o mano-a-mano contra o zagueiro. Mas os gols gremistas saíram em jogadas de bola parada. Aos 8 minutos, Vuaden marcou uma falta próxima a meta pelotense, mas permitiu que a barreira ficasse muito próxima. Rodolfo pegou a inevitável sobra, cruzou na área e William Magrão apareceu por trás da zaga, abrindo o placar. A resposta do Pelotas foi imediata, o interminável Sandro Sotilli foi lançado com espaço e não deu chances para o arqueiro gremista. Mas a reação do Lobo se esgotou nisso e o tricolor voltou a carga, criando algumas chances, e chegando a vitória através da bola área, com os tentos anotados por Rodolfo e Rafael Marques.


Todos sabem que Fábio Rochemback é peça essencial na engrenagem do Grêmio. A sua ausência foi acentuada pelo fato de W.Magrão e Adílson não serem volantes que se notabilizam pelo passe.

Marcelo Grohe teve mais uma atuação segura.

Teve narrador "depositando na conta" de Rodolfo o gol de Pelotas. Não vi dessa forma. A falha foi coletiva.

Eu custo a acreditar que o tema principal das entrevistas pós-jogo tenha sido um campeonato de futvolei.

Fotos: Cristiano Estrela (Correio do Povo), Paulo Rossi (Diário Popular) e Wesley Santos (Terra)

Pelotas 1 x 3 Grêmio
William Magrão 53'
Sandro Sotilli 54'
Rodolfo 74'
Rafael Marques 90'

PELOTAS: Dionatan; Eduardo Eré, Jonas, Júnior Paulista e João Rodrigo; Gavião, Wanderson (Cléber), Makelele (Márcio Tinga) e Alan (João Paulo); Sandro Sotilli e Clodoaldo
Técnico: Armando Desessards.


GRÊMIO: Marcelo Grohe; Gabriel, Rafael Marques, Rodolfo e Bruno Collaço; Willian Magrão (Vinícius Pacheco, Adilson, Lúcio e Douglas; Escudero (Weverson Leandro) e Borges (Fernando).
Técnico: Renato Portaluppi



5ª Rodada - Segundo Turno - Campeonato Gaúcho 2011
Data: 27 de março de 2011, domingo, 16h00min
Local: Estádio da Boca do Lobo, em Pelotas (RS)
Público: 8.113
Renda: R$ 179.860,00
Árbitro: Leandro Vuaden
Assistentes: Júlio César Rodrigues dos Santos e Paulo Ricardo Conceição
Cartão Amarelo : Eduardo Erê, Wanderson, João Rodrigo ; Adilson, Escudero, Willian Magrão
Gols: Willian Magrão, aos 8 minutos, Sandro Sotilli, aos 9 minutos; Rodolfo, aos 29 minutos do segundo tempo e Rafael Marques, aos 45 minutos do segundo tempo.

sexta-feira, março 25, 2011

Gauchão - Grêmio 6 x 0 Inter-SM


Em franca crise, o Inter de Santa Maria tem toda a pinta de um time rebaixado. A equipe de Suca não fez um primeiro tempo tão ruim quanto o placar indica, mas parece padecer das desgraças típicas dos clubes que flertam com o descenso. O Interzinho soube reagir ao gol tomado num pênalti bobo (Sofrido por Gílson e convertido por Douglas) logo aos 3 minutos. Valeu-se de um ritmo desacelerado do Grêmio para ir ao ataque, tendo exigido duas grandes defesas de Marcelo Grohe. Aos 21 minutos, Cadu perdeu um gol feito, ao errar a conclusão desferida de frente pro crime. O Grêmio entrou no jogo de novo, Escudero animava a torcida com as jogadas pela ponta esquerda, mas o segundo gol surgiu em jogada pelo lado direito. Mário Fernandes foi ao ataque, recebeu passe de calcanhar de Viçosa e venceu o arqueiro Pedro Paulo com um chute rasteiro. 12 minutos mais tarde, Dinei desperdiçou o pênalti por cometido por Rodolfo (Cometido? Ele teve intenção de levar a mão na bola?). Desperdiçar talvez não seja o verbo mais correto, em virtude da grande intervenção de Grohe, que ouviu Renato, catimbou e foi buscar a bola de mão trocada. Impossível não lembrar da mitológica de defesa de Mazarópi contra o América de Cali.

Excluindo uma falta cobrada por Thiago Correa, é possível afirmar que o segundo tempo foi todo do Grêmio, com o jogo acontecendo em somente uma metade do campo. O principal mérito tricolor foi o jogo coletivo, com o troca de passes, sem ninguém tentando carregar a bola em excesso. Exemplo disso foi o terceiro gol, onde Douglas generosamente deixou Viçosa na cara do goleiro, e o avante gremista marcou num leve toque. O Inter de Santa Maria teve um jogador expulso logo após sofrer o terceiro gol e se viu sem nenhuma possibilidade do oferecer resistência ao Grêmio. Renato colocou o jovem Leandro no lugar de Adílson, e o Grêmio aumentou o ritmo no ataque. Rafael Marques marcou o quarto gol, completando de cabeça a bola desviada por Mário Fernandes no primeiro pau. Vinícus Pacheco entrou após o 4x0 e fez grande jogada, cruzando rasteiro para Leandro marcar o quinto. O mesmo Leandro estabeleceu o 6x0 final, concluindo rápido contra-ataque puxado por Douglas.


Fazia tempo que eu não havia o estádio tão vazio. Azar dos que não foram. Quem esteve no Olímpico certamente gostou do que viu.

Tocaram "Porto Alegre é demais" no sistema do som do Monumental. Acredito que a capital poderia ser homenageada sem a necessidade de maltratar os ouvidos da torcida.

Marcelo Grohe mostrou que efetivamente não é reserva de um goleiro qualquer. Foi um dos melhores em campo na goleada gremista, ainda que tal afirmação pareça um tanto estranha. Mas o arqueiro gremista foi bem em todas as ocasiões em que foi exigido.

A torcida tem todo o direito de estar empolgada com o que Leandro/Weverson tem mostrado. Contudo, é acertada a cautela da direção e da comissão técnica. Um guri de 17 anos está sujeito a oscilações, não pode ser queimado por precipitações alheias.

Eu sigo achando muito estranha essa manga longa usada por baixo da camisa de manga curta. Fica ainda pior com essa diferença de tom entre os azuis. Espero que a Topper providencie logo a camisa de manga longa (Na verdade já deveria ter providenciado)

Gostei de Mário Fernandes na lateral direita. Teve sua melhor atuação no ano. O debate sobre sua posição parece que não irá acabar tão cedo. E precisa acabar?

O único senão do jogo foi o fato dele não servir muito como parâmetro. A análise da volta do meio campo de 2010 (com um maior poder de marcação) ficou prejudicada.

Fotos: Richard Ducker (Ducker.com.br) e Nabor Goulart (UOL)

Grêmio 6 x 0 Inter-SM
Douglas (pênalti) 3´
Mário Fernandes 23´
Júnior Viçosa 48´
Rafael Marques 65´
Leandro 77´
Leandro 87´

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Mário Fernandes, Rafael Marques, Rodolfo e Gilson (Bruno Collaço); Rochemback, Adílson (Leandro), Lúcio e Douglas; Escudero (Vinícius Pacheco) e Júnior Viçosa.
Técnico: Renato Portaluppi

INTER-SM: Pedro Paulo; Diogo Fernandes, Diego Borges, André Bahia e Luiz Henrique; Elias, Deurick (Leonardo), Thiago Corrêa, Wendes; Cadu (Faguinho) e Dinei (Roni).
Técnico: Suca

4ª Rodada - 2º Turno - Campeonato Gaúcho 2011
Data: Quinta-feira, 24 de março de 2011, 19h30min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre
Público: 5.099 (4.291 pagantes)
Renda: R$ 55.104,50
Árbitro: André Cieslak
Assistentes: José Javel Silveira e Carlos Henrique Selbach
Cartões amarelos : Douglas, Adilson, Luiz Henrique e Diogo Fernandes
Cartão vermelho : Diogo Fernandes (9min/2ºt) e Luiz Henrique (31min/2ºt)
Gols: Douglas (3min/1ºT), Mário Fernandes (23min/1ºT), Júnior Viçosa (3min/2ºT), Rafael Marques (20min/2ºT), Leandro (32min/2ºT, 42min/2ºT)

quarta-feira, março 23, 2011

Reunião do Conselho - 22 de Março de 2011

A ordem do dia na era a seguinte:

1) Apreciar e votar reavaliação do orçamento de 2011;
2) Votar o Planejamento Estratégico até o período de 2014;
3) Assuntos gerais.

Como já sabido por todos, dentro dos assuntos gerais foi abordado o contrato de televisionamento do Brasileirão com a rede Globo.

Foi uma sessão longa e bastante acalorada (especialmente na sua parte final). Na minha opinião a reunião foi esclarecedora, em muitos aspectos. Fico preocupado é com o foco errado de muitos dos envolvidos. Isso sim preocupa. Muito mais que as picuinhas políticas e eventuais disputas de vaidade. Mas vamos aos assuntos tratados:


Reavaliação do orçamento de 2011

Foi o Presidente Odone que começou a explanação do tema. Disse que faria uma exposição mais prática e menos técnica, e apresentou uma evolução histórica de diversas números do Grêmio nos últimos 10-15, como por exemplo arrecadação total, despesas, sócios em dia, vendas na GrêmioMania, TV, Venda de Atletas, Rendas, Passivo, Resultado, Antecipação de Receitas, Investimento na base (dizendo que em 2008 foi o pico, que o Grêmio deveria retomar investimento no setor), gastos do departamento de futebol (queixando-se dos altos valores praticados no Brasil, citando como exemplo o salário dos treinadores)

O CEO Cristiano Koehler apresentou a reavaliação do orçamento propriamente dita, colocando lado a lado os números do orçamento feito em novembro de 2010 com os ajustados na reavaliação.

O conselheiro Roberto Sommer fez a leitura do parecer do Conselho Fiscal, que recomendava a aprovação da reavaliação, mas destacou que o orçamento previa um cenário muito otimista, que havia uma grande influência do resultado de campo nos números e alertando que os pedidos de suplementação no final do ano tem virado rotina.

O presidente da Comissão de Finanças, o conselheiro Carlos Biedermann saudou o número elevado de presentes, no que o Presidente Raul Régis revelou que 203 conselheiros (182 efetivos e 21 suplentes) compareceram na reunião. Biedermann mencionou uma mudança de critério nas despesas e receitas, que elevaram os valores, mas se mostram mais adequados. Também foi registrada a preocupação com o cenário otimista projetado. Reiterou-se que o clube não vem demonstrando disciplina orçamentária e que deveria adotar regras de convergência. Por último, Biedermann fez duas sugestões: 1) que o clube também observasse a questão do fluxo de caixa nas suas demonstrações. 2) que fosse reduzido o custo de futebol (o que ele acredita que é possível) e que o momento para começar a reduzir o custo do futebol em 2012 é agora.

A palavra foi colocado a disposição:
- O conselheiro Luis Gustavo Schmitz ressaltou que não tinha assinado o parecer do conselho fiscal, dizendo que não tinha tido acesso aos documentos necessários para tanto em função de não ter ido a uma das reuniões do órgão. Disse que faria a leitura de um parecer independente. Nisso o Conselheiro José Simões levantou uma questão de ordem, afirmando que tal tema era de competência interna do conselho fiscal. O presidente Raul Régis disse que o conselheiro Schmitz poderia se manifestar como conselheiro, e este leu seu aparecer, sugerindo a aprovação da reavaliação.
-O conselheiro Renato Moreira questionou a nomenclatura de uma conta utilizada e foi esclarecido que a mesma se referia a comissão técnica.
-O conselheiro Antônio Carlos Azambuja questionou um repasse feito a Grêmio empreendimentos, e foi esclarecido que o mesmo era referente a contratação do escritório do arquiteto De La Corte para acompanhar a obra. O conselheiro Azambuja mais uma vez manifestou contrariedade com a formatação jurídica da Grêmio Empreendimentos, tendo solicitado a leitura de um parecer seu sobre o tema. O presidente Raul Régis negou tal pedido, mas garantiu que tal material seria colocado a disposição dos conselheiros.
- O conselheiro Denis Abraão saudou o fato de que o o Grêmio tinha como objetivo ganhar títulos.

O tema foi colocado em votação e foi aprovado por unanimidade.


Planejamento Estratégico até o período de 2014

O documento referente ao planejamento estratégico ficou a disposição dos conselheiros na secretaria do conselho deliberativo. Li o material na última sexta-feira.

O consultor Claus Süffert fez uma explanação do funcionamento do Planejamento Estratégico, desde sua implementação no clube em 2003. Deu detalhes de como o Conselho de Administração pode trabalhar para atingir as metas previstas ali.

O presidente da comissão de acompanhamento do planejamento estratégico, conselheiro Gabriel Mello detalhou o trabalho feito e sugeriu que fossem feitas reuniões trimestrais para o acompanhamento da execução do PE.

A palavra foi colocada a disposição: O conselheiro Paulo Luz destacou o trabalho dos envolvidos, em especial do conselheiro Marcos Herrmann, no que foi sugerida uma salva de palmas pelo Raul Régis. O conselheiro Minwer Daqawiya relatou que tinha solicitado que o documento referente ao PE fosse disponibilizado on-line aos conselheiros, ressaltando que nem todos tem disponibilidade em comparecer no clube no horário marcado e que era de extrema importância que os conselheiros tivessem conhecimento do documento apresentado. O presidente Raul Régis disse que a sugestão foi considerada, mas que o arquivo em questão era muito pesado para ser colocado no site do clube. O conselheiro Jeferson Thomas disse que tal disponibilização não era possível em virtude da possibilidade de vazamentos, já que não é possível afirmar que todos os conselheiros são confiáveis. **

E o Planejamento Estratégico foi aprovado por unanimidade.


Contrato Televisonamento 2012-2015 Rede Globo

O presidente Paulo Odone fez um longo e minucioso relato da escolha do Grêmio e dos números do contrato com a Rede Globo (acrescentando vários dados aos já divulgados na sua entrevista na TVCOM)

Começou com um comparativo da questão do direito de imagem na Europa, onde o direito a negociação cabe ao mandante do jogo. O presidente disse que felizmente no Brasil a legislação prevê a participação dos dois clubes na negociação do direito de arena, e que isso é um trunfo dos times, evitando maiores disparidades

Odone fez um histórico da criação do Clube dos Treze em 1987. Relatou das dificuldades do enfrentamento dos clubes com a CBF/Fifa, da ameaça de perder o passe dos jogadores e do apoio que teve dos parceiros da Copa União (Globo e Coca-cola). Disse que deveria existir uma unidade entre o clubes, com todos recebendo o mesmo valor.

Listou alguns critérios que no entender da diretoria deveriam nortear a escolha da proposta das redes de TV: Preço, Tecnologia, Know-how, Abrangência (capilaridade) e Audiência.

Odone achava que o Clube dos Treze deveria fazer a licitação levando em conta preço e técnica (citou o exemplo das licitações no ramo publicitário). Mas o Clube dos Treze optou por levar e conta somente o preço, dando um ágio de 10% em favor da Globo (o que acabou sendo derrubado)

O presidente disse que ligou para Fábio Koff antes de falar com a Globo.

Disse que entrou em contato com a Record, mas que a diretoria da emissora não compareceu a uma reunião agendada e depois disso quis tratar somente com o C13. Odone enfatizou que a proposta da Record para o Corinthians é ilegal. Disse que a proposta total da RedeTV é muito pouco superior a da Rede Globo (Diferença de 8 milhões no geral) e ainda depende da garantias financeiras e da anuência de todos os 20 clubes.

Odone ressaltou que todo o conselho de administração e a a diretoria-executiva do Grêmio participaram das reuniões com a Globo.

Na questão do aspecto técnico, a Topper (Alpargatas S/A) foi consultada, dizendo que é grande a diferença para o patrocinador em relação ao jogo ser exibido na Globo ou em outra emissora. A Globo possuiria 75% do mercado de patrocínio no futebol.

Então foram apresentados os números exatos do acordo com a Globo, e a divisão deles na contas (TV Aberta, TV Fechada, Pay-per-View, etc...). Obviamente foi pedido sigilo ao conselho.

Também foram explicadas as novas divisões dos Grupos (I, II, III e IV), onde ficou clara a questão da diferença percentual entre cada grupo (tabela abaixo). Lembrando que o Grêmio está no Grupo III



Acho que era esse um dos pontos fundamentais do contrato. A diferença entre Grêmio e Corinthians caiu de 40% para 31% (quando muitos diziam que iriam aumentar). Em relação ao Vasco o percentual caiu de 40% para 18%.

O Grêmio ainda celebrou algumas garantias formais ("side letter") com a Globo, que asseguram a manutenção desse percentual (ou seja, caso algum clube receba a mais, o Grêmio também terá seu valor reajustado). Outras questões garantidas são a do "Naming Rights", de placas de publicidade, e que o cronograma priorizará o horário diurno aos domingos.

Odone enfatizou que a opção feita pelo Grêmio era puramente técnica. Lamentou muito a situação atual do clube dos treze, que se encontra esfacelado, sem uma perspectiva de acerto tão fácil/rápida. Queixou-se do papel exercido pela entidade, citando o exemplo do pouco dinheiro recebido na Libertadores e da falta de representatividade do clubes brasileiros na Conmebol. Disse que vai trabalhar na reconstrução de tal unidade, mas que isso demanda tempo.

A palavra foi colocado a disposição. Eu pedi pra falar mas acabei não sendo atendido*.
- Adalberto Preis fez uma exposição sobre a necessidade do tema passar pelo Conselho Deliberativo, mencionado o artigo 65, XXVI do estatuto e decisões do CADE.
- O conselheiro Zé Pedro Goulart falou da sua preocupação com o fato de a Globo não levar em conta critérios futebolísitcos na escolha dos jogos, no que o conselheiro Francisco Santos lembrou que a tabela dos jogos exibidos segundo turno fica aberta, sendo definida conforme o desenrolar do campeonato.
- O conselheiro Renato Moreira lamentou a falta de união entre os clubes, lembrando do ano de 1996, quando uma emissora se dispos a pagar pela final do Brasileirão quantia superior a que o Grêmio tinha recebido no campeonato inteiro.
- O conselheiro Romildo Bolzan se queixou da forma como a questão foi conduzida, da falta de transparência e do fato do Grêmio estar indo contra o Fábio Koff. Paulo Odone respondeu de forma enérgica, reiterando que a escolha foi absolutamente técnica, visando o melhor para o clube. Solicitou que os conselheiros que estavam de acordo com a condução do negócio ficassem de pé. A imensa maioria do conselho se levantou.
- Visivelmente irritado, o presidente acabou deixando a sala. A irritação do Odone é compreensível, mas não justifica a saída. Não saberia precisar quantos minutos, mas pouco depois da manifestação o Romildo Bolzan também foi embora. É importante dizer que vários conselheiros (sejam de situação ou oposição) deixaram a sessão antes do seu final.
- O Vice-presidente Antônio Vicente Martins disse que ao contrário do que vinha sendo dito, as manifestações anteriores eram sim políticas. E que isso é natural. Que ele já foi oposição e poder vir a ser daqui a pouco tempo. Disse que o posicionamento do Grêmio não é um desrespeito ao Fábio Koff. Que é preciso fazer uma separaração da figura mítica do presidente campeão do mundo do presidente do C13. Disse ter profundo respeito pelos ex-presidentes do clube, mas que em muitos momentos divergiu deles. Disse que o artigo evocado por Preis permite interpretações diversas, que o estatuto deve ser interpretado num todo, que o conselho não foi chamado anteriormente a opinar sobre algumas matérias, como venda de jogadores e que, em última análise, o conselho estava se pronunciando a respeito do tema.
- O conselheiro Homero Bellini Jr. criticou a retirada do Presidente Odone. Lembrou do lobby pelo encerramento das ligas regionais no início da década de 2000 (que era uma iniciativa de união dos clubes). Disse que também tinha dificuldade em aceitar algumas divisões nas cotas de TV, que todo o gremista acha que o Grêmio é o maior time do mundo, mas que é preciso reconhecer o tamanho da torcida de Corinthians e Flamengo. Disse ainda que foi minoria no conselho por um longo período e que esperou no mínimo 6 meses para fazer qualquer crítica a gestão Duda Kroeff no conselho.
- O Vice-presidente Marco Antônio Scapini divergiu da interpretação do estatuto feita por Adalberto Preis.
- O conselheiro Paulo Ferrer disse que o Grêmio não poderia ter sido o primeiro clube a ir contra Fábio Koff, no que foi esclarecido que o clube não foi o primeiro a assinar com a Globo.

Raul Régis disse que conversou algumas vezes com Fábio Koff ao longo do processo. Disse que o ex-presidente havia sido informado que o tema seria tratado nessa reunião e que como conselheiro do Grêmio ele fora devidamente convocado e poderia se fazer presente.

Ainda, Raul Régis esclareceu a interpretação feita por ele do estatuto, dizendo que o inciso XXVI do artigo 65 se refere a passivos, e que o novo contrato de TV é um ativo. Lembrou ainda que tal matéria nunca passou pelo Conselho Deliberativo.

Diante de todas as circunstancias apresentadas eu fiquei convencido que o Grêmio escolheu a melhor opção possível na questão da TV.

* No final da sessão eu mencionei isso ao Presidente Raul Régis. Ele me pediu desculpas e disse que o fato seria devidamente registrado.
** O conselheiro Jeferson Thomas fez o seguinte esclarecimento: "disse não confiar em determinados conselheiros porque já é fato provado o vazamento de informacoes confidenciais"

domingo, março 20, 2011

Gauchão - Porto Alegre 0 x 3 Grêmio


Ninguém esperava que o Porto Alegre pudesse fazer frente ao time reserva do Grêmio. As atrações da tarde eram Escudero e o gramado sintético do Passo d'areia. O argentino logo apresentou seu cartão de visitas, marcando um golaço de sem pulo, logo aos 4 minutos de jogo. Passado o entusiasmo incial, foi possível ver o tricolor escalado num 4-4-2 mais clássico, com Mithyuê e Pessalli mais abertos nos flancos. Com o apoio de Collaço, o jogo fluía mais pelo lado esquerdo, e foi dali que surgiu o segundo gol. Escanteio curto, cruzamento na área e Viçosa marcou de cabeça.

O segundo tempo foi bem menos movimentado. O Grêmio teve uma grande chance na bola cruzado pro Mithyuê, mas a bola chutada por Maylson foi cortada pela zaga. Outras chances só saíram em cobranças de escanteio. Renato promoveu a troca da dupla de ataque e o jovem Leandro deu grande passe para V.Pacheco driblar o goleiro em velocidade e tocar para o gol vazio.



Eu gostei da atuação do Escudeiro, mas ainda espero mais dele. Achei alguns elogios meio exagerados.

Eu sigo achando uma palhaçada essa história de grama sintética em Porto Alegre (Cidade que não possua um clima extremo, ao contrário do que muitos pensam). O gramado artificial claramente afeta o pique e a forma que a bola rola. Novelleto poderia fazer obras mais utéis em seu estádio (ex: mais bilheterias, mais um portão para a torcida vistante), mas isso não lhe renderia manchetes.

E o escanteio curto finalmente resultou em gol. Bela jogada do Pessalli.

O sujeito não deve ter culpa de compartilhar o nome com os pilantras, mas precisa estampar ele numa camisa do Grêmio? Precisa usar essa camisa justo no jogo contra o Porto Alegre?

Fotos: Pedro Revillion (Correio do Povo), Richard Ducker e Neco Varella (UOL)

Porto Alegre 0 x 3 Grêmio

Escudero 4'
Júniro Viçosa 27'
Vinícius Pacheco 90'

PORTO ALEGRE: Giovani, Airton (Saraiva), André Ribeiro, Mailson e Sityá; Junior, Rodolfo, André Luiz e Juninho (Yuri); Da Silva e Vanilson (Fábio).
Técnico: Luis Antônio Zaluar.

GRÊMIO: Victor; Maylson, Saimon, Neuton e Bruno Collaço; Fernando, Willian Magrão, Pessalli e Mithyuê (Mateus Magro); Escudero (Leandro) e Junior Viçosa (Vinícius Pacheco).
Técnico: Renato Portaluppi.

3 Rodada - Segundo Turno - Campeonato Gaúcho 2011
Data: 20 de março de 2011, domingo, 16h00min
Local: Estádio Passo D'Areia, em Porto Alegre.
Público: 2358 pagantes
Renda:
R$ 38,610,00
Árbitro:
Fabrício Neves Corrêa
Auxiliares : Alexandre Antônio Kleiniche e Tatiana Jacques de Freitas.
Cartões amarelos : André Ribeiro, Saraiva (Porto Alegre); Neuton (Grêmio).
Gols: Escudero (Grêmio), aos 4minutos; Júnior Viçosa (Grêmio), aos 27 minutos, do primeiro tempo. Vinicius Pacheco (Grêmio), aos 45 minutos do segundo tempo.

sexta-feira, março 18, 2011

Libertadores - León de Huánuco 1 x 1 Grêmio



Foi uma partida em que o Grêmio praticamente se “recusou” a ganhar, e teria que se esforçar muito para conseguir perder. O León criou menos dificuldades como mandante do que na partida do Olímpico. Inexplicavelmente o tricolor não conseguia se impor. O jogo se desenvolvia de forma lenta, sem grandes ações. Mesmo sem forte marcação do adversário, o meio de campo gremista se atrapalhava na organização de jogadas. Rochemback voltou a ficar isolado na saída de bola (Fernando não o auxiliou na tarefa). Aos 36 minutos o empate já parecia mau negócio, e Renato promoveu a entrada de mais um atacante. A iniciativa de mudar o time é louvável, mas a repetição de tal expediente já incomoda. Não houve uma grande melhora com Viçosa em campo, e aos 44 minutos o Leon marcou o 1x0, quando a cabeçada do flácido Elias acabou encobrindo Victor. Ainda que o primeiro tempo do Grêmio tenha sido de uma obscena displicência, o gol sofrido talvez tenha sido um castigo exagerado, porque o Léon também não fez por onde (o atacante Gonzales “Ray Jackson” Vigil não chegou perto da meta gremista).

No início do segundo tempo houve uma ligeira melhora no Grêmio e no nível do jogo. A bola começou a rodar com um pouco mais de velocidade e jogadas de área finalmente foram vistas. Borges concluiu com perigo, de pé-esquerdo, logo na primeira jogada, e aos 9 minutos, numa das poucas jogadas onde o Grêmio conseguiu fazer uma seqüência de passes, Carlos Alberto recebeu assistência de Douglas e empatou. Uma virada não dependia de tanto esforço, mas o Grêmio caiu na partida. O problema da falta de conclusões se repetiu (Apenas Borges teve duas boas chances). Os atletas gremistas dificilmente ganhavam algum embate com os adversários (seja no drible, seja no desarme) e falta de iniciativa pessoal era maior inimiga do que a equipe peruana. Os erros de passe (já demasiados em todo o jogo) se acentuaram, o que tornou ainda mais irritante os minutos finais do confronto.


Me arrisco a dizer que foi a pior atuação do time titular no ano. Parecia que essa equipe jamais tinha treinado junto.

Pela primeira vez é possível questionar a saída de Carlos Alberto. Não que sua atuação tenha sido um primor, mas parecia mais a vontade jogando perto da área e claramente servia mais ao time assim, tendo inclusive anotado o gol. Era motivo de preocupação para o adversário.

Difícil de entender foi a entrada de Collaço, com a permanência de Gílson e Lúcio no time. Três laterais esquerdos em campo (seis canhotos no total), sendo que Lúcio era o mais recuado deles. Collaço, posicionado quase como um meia-direita, pouco foi visto na cancha.

Viçosa foi uma tentativa válida de Renato, mas o avante não entrou tão ligado como das outras vezes. Clementino, mesmo tendo jogado poucos minutos, conseguiu produzir mais (e ainda assim foi pouco).

Eu gostei da comemoração feita no gol. Era uma resposta necessária. O debate futebolístico no Rio Grande do Sul anda completamente desvirtuado. É bom ver iniciativas desse tipo, de indignação no plantel, mas os jogadores precisam ser respaldados.

O Grêmio certamente não merecia melhor sorte na partida. Não obstante, é preciso registrar a fraquíssima atuação do juiz mexicano. Um belo exemplo disso foi a falta não marcada após o violento carrinho de Cardoza em Carlos Alberto. O meia gremista fazia fila e a meia lua iniciada o deixaria na cara do gol. Era lance para cartão amarelo (e seria o segundo do peruano).

Rochemback, novamente, foi o destaque positivo do Grêmio. Está se matando para manter um padrão minimamente organizado de jogo. Victor foi bem, muito embora o gol sofrido seja criticável.

O resultado não foi tão ruim quanto a exibição (dificilmente seria). A classificação está encaminhada. O que ficou distante foi a primeira colocação do grupo (que era uma meta atingível), mas a conseqüência disso não é tão nefasta quanto andam apregoando. O que efetivamente preocupa é a possibilidade do time apresentar essa mesma postura apática contra um adversário mais qualificado.

Fotos: De Chalaca e Terra

León de Huánuco 1 x 1 Grêmio
Elias 44´
Carlos Alberto 54´

LEÓN DE HUÁNUCO: Juan Flores; Espinoza, Cambindo, Salas e Cardoza; Zegarra, Ferrari, Carlos Elías (Otálvaro 35/2ºT), Céspedes (Peña 22/2ºT) e Orejuela (Rodriguez 39/2ºT); Gonzáles-Vigil.
Técnico: Franco Navarro

GRÊMIO: Victor; Gabriel, Rafael Marques, Rodolfo e Gilson; Fábio Rochemback, Fernando (Júnior Viçosa 36/1ºT), Lúcio e Douglas; Carlos Alberto (Bruno Collaço 28/2ºT) e Borges (Diego Clementino 38/2ºT).
Técnico: Renato Portaluppi

4ª Rodada – Fase de Grupos – Libertadores 2011
Data: 17 de Março de 2011, quinta-feira, 17h00min
Local: Estádio Heraclio Tapia, em Huánuco, no Peru
Árbitro : Roberto García Orozco (MEX)
Assistentes : Jose Luis Camargo (MEX) e Alberto Morin (MEX)
Cartões amarelos : Cardoza, Elías, Ferrari, Rodolfo, Borges
Gols: Carlos Elías , aos 44 minutos do 1º tempo; Carlos Alberto, aos 9 minutos do 2º tempo.

terça-feira, março 15, 2011

Tabela Brasileirão 2011 - Rodada de Clássicos

A CBF finalmente divulgou a tabela do campeonato brasileiro 2011. A primeira coisa que muitos gremistas fizeram diante de tal informação foi procurar a data na qual o Dentuço Pilantra dará um migué para não vir ao Estádio Olímpico.

Mas acho que existem dados mais interessantes a serem analisados. O primeiro deles é a correção de uma distorção que vinha acontecendo nos últimos anos: O desequilíbrio na distribuição entre os jogo do final de semana e meio de semana. O Vicente Fonseca fez o levantamento no Carta na Manga e fez a seguinte constatação:

"Tanto Grêmio como Inter jogarão 14 vezes em seus estádios nos finais de semana, contra 5 jogos em meios de semana. Isto porque a tabela, sem o aperto da Copa do Mundo, terá bem menos rodadas às quartas-feiras: serão só 10, contra 28 aos sábados e domingos. O preço disso é a não interrupção para a Copa América, o que pode desfalcar alguns times durante bom tempo"

O dado é ótimo, pois é sabido que os jogos em finais de semana levam mais torcedores ao Olímpico. Claro que ainda resta saber o horário e dia da semana das partidas, mas é notícia, nesse aspecto é muito boa.

A má notícia fica por conta da adoção da chamada "Rodada de Clássicos". Não exatamente uma novidade, em 1998 o campeonato começou com os clássicos. Eu não gosto, prefiro esses embates distrubuídos ao longo de certame. Mas é uma questão de gosto. Subjetiva. O problema está no motivo que levou a CBF colocar o "derbys" na 38ª rodada do Brasileirão 2011.

Diante das supostas "entregas" que marcaram os últimos Brasileirões, a imprensa, através de um Brainstorming (pra não usar o termo "evacuação de tese") chegou a uma solução mágica. Uma derradeira rodada de clássicos resolveria todos os problemas do campeonato de pontos corridos. Ignoraram diversos fatos e exemplos históricos. Pouquíssima gente parou pra pensar se tal medida é mesmo uma solução, ou se a questão do desinteresse dos times não passa por um defeito inerente ao campeonato de pontos corridos.

O PVC foi um que lembrou que em 2008, a suposta entrega aconteceu na 33ª Rodada. Em outros campeonatos a partida de maior polêmica acontece na penúltima ou antepenúltima rodada. E nem sempre a questão do desinteresse do jogo passa por uma rivalidade regional (ex: Inter e Goias em 2007). O Leonardo Bertozzi apontou os problemas de possiveis clásicos esvaziados e de logística. E ainda é possível fazer alguns outros questionamentos. Desde quando Atlético Goianiense e América-MG é clássico? O Bahia não pode querer entregar para o também nordestino Ceará em detrimento de um time do centro do país? São Paulo e Santos não podem amorcegar um empate que prejudique o Corinthians?

Mas o que efetivamente me incomoda é constatar quem a CBF está ouvindo ao adotar tal medida. Já tem gente requerendo a paternidade da idéia. E infelizmente não será a a primeira vez que a imprensa do RJ e SP empurra suas sugestões goela abaixo. Não faz muito tempo que o Milton Neves influenciava os julgamentos do STJD com a repetição exaustiva de lances de choque. Soninha Francine foi uma das maiores lobbystas pelo jogos por portões fechados, após ouvir reclamações de Estevam Soares naquele Grêmio x Palmeiras em Pelotas e não podemos esquecer que decisão da anulação de todos jogos de Edílson P. de Cavalho em 2005 (ainda que eu concorde com ela) foi tomada no programa "Bem Amigos". De tal modo, eu sempre fico com um pé atrás quando figuras como Juca Kfouri ou Renato Maurício Prado passam a ditar as normas do futebol nacional.


domingo, março 13, 2011

Gauchão - Grêmio 0 x 2 Cruzeiro


Foi uma tarde em que pouquíssima coisa no Grêmio deu certo. O tricolor se viu forçado a usar um time reserva, sem conjunto justamente contra o time mais entrosado do campeonato. No início do jogo o Grêmio até teve chances de abrir o placar, mas logo o Cruzeiro passou a dominar as ações jogo, com um bom toque de bola. Aos 32, Diego Torres fez o 1x0 numa bola que entrou pelo meio da defesa gremista. O Grêmio tinha muita dificuldade de articular uma jogada de ataque.

As chances de reação no segundo tempo foram praticamente extintas com a expulsão de Carlos Alberto (Não houve o pênalti, mas era lance para um segundo amarelo? Aqui não vale o "não estragar o espetáculo" defendido por alguns?) daí em diante o Grêmio não se achou mais no campo e o Cruzeiro aproveitou, marcando os segundo com Almir e deixando de marcar outros tentos.

Renato, ao invadir o campo, protegeu Carlos Alberto, mas deixou o outros dez jogadores desamparados.

Um dos poucos destaques positivos do Grêmio foi a boa atuação do goleiro Matheus.


Fotos: Edu Andrade (Terra), Luciano Leon (FinalSports)

Grêmio 0 x 2 Cruzeiro
Diego Torres 32'
Almir 62'

GRÊMIO: Matheus; Maylson, Mário Fernandes (Saimon), Neuton e Bruno Collaço; Fernando, Emerson, Vinícius Pacheco (Mateus Magro) e Carlos Alberto; Diego Clementino e Wesley (Lins).

CRUZEIRO: Fábio; Márcio (Alex), Léo, Claudinho (Sandro), Léo Maringá, Alberto, Almir, Faisca e Diego Torres; Jô e Rafael (Juninho).
Técnico: Leocir Dall'Astra.

2 Rodada - 2 Turno - Campeonato Gaúcho 2011
Data: 12/03/2011, Sábado, 16h00min
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS).
Público: 8.304 ( 6.845 pagantes)
Renda: R$ 93.223,50.
Árbitro: Márcio Coruja.
Auxiliares: João Lúcio Monteiro de Souza Júnior e Renata Schaefer.
Cartões amarelos: Carlos Alberto (Grêmio); Léo, Almir, Sandro (Cruzeiro).
Cartões vermelhos : Carlos Alberto (Grêmio).
Gols: Diego Torres, aos 32 do 1º tempo; Almir, aos 17 do 2º tempo (Cruzeiro).

sexta-feira, março 11, 2011

Valdir Espinosa - BloGrêmio



Foi o Minwer que teve a brilhante idéia de convidar Valdir Espinosa para tomar uma(s) cerveja(s) com o pessoal do BloGrêmio. No encontro da semana passada o mestre cativou todos os blogueiros presentes, confirmando todas as expectativas e impressões que o torcedor tem a respeito dele. Um grande sujeito, carismático, solícito, atencioso, um baita contador de histórias. Entre os diversos assuntos abordados na noite, é possível destacar alguns pontos:

- Espinosa disse que segue atrás do vídeo do jogo entre a Seleção Gaúcha e Seleção Brasileira (3x3 em 1972), no qual ele compôs a defesa rio-grandense juntamente com Figueroa, Ancheta e Everaldo.

- Disse que o melhor técnico que teve foi Otto Glória, no Grêmio.

- Afirmou que fica arrepiado em cada vez que um torcedor gremista lhe agradece pelo ano de 1983.

- Reiterou que “Libertadores se ganha com estádio lotado”. Que o time e, principalmente, o adversário sente o Olímpico cheio.

- Confirmou que iria mesmo jogar na partida contra o América em Los Angeles, tendo sido autorizado pelo Koff para tanto. Mas após alguma reflexão, deixou tal idéia de lado. Contou que nesse o jogo o time foi treinado por alguns jogadores que não fardaram (entre eles De León)

- Fumante, tinha um ritual nos jogos: Fumava 8 cigarros por partida. 4 em cada tempo.

- Perguntado sobre o temperamento de Renato como jogador, revelou que brigou com ele em duas ocasiões:
1) Na primeira, antes da Batalha de La Plata, em virtude da insatisfação de Renato com uma substituição. Chegou a comunicar ao presidente Koff que iria sacar o ponta da viagem. Mudou de idéia em função de um pedido de De León, que considerava fundamental a presença de Renato na Argentina.
2) Na outra ocasião, Espinosa ficou enraivecido com uma expulsão boba de Renato num Grenal. Estava remoendo o fato na sua casa, quando foi surpreendido pela visita de Osvaldo e Renato, que trazia consigo duas pizzas e um pedido de desculpas.

- Falou sobre a opção na lateral esquerda em Tóquio. Para ele, P.C. Magalhães e Casemiro eram jogadores equivalentes (um mais ofensivo, outro mais defensivo) e o que realmente motivou a decisão foi a parte física (Casemiro voltava de lesão). Contou que sofreu muita pressão da torcida e da imprensa nessa questão, mas ficou ao tranqüilo com a opção feita ao consultar De León já no Japão.

- Aírton é seu grande ídolo no Grêmio, tendo grande admiração pelo Pavilhão desde a época em que era da base gremista. Disse que Aírton “enxerga o jogo” como ninguém, tendo tido inúmeras provas disso ao assistir partidas junto com ele nas cadeiras do Monumental. Confessou que tem imensa curiosidade em saber se os gremistas mais jovens têm a exata dimensão do Aírton representa para o Grêmio. Descreveu com riqueza de detalhes um lance onde Pavilhão se valeu de um corta-luz para evitar um gol do Aimoré no Olímpico.

- Contou que, num dia frio, assistiu a um jogo de forma incógnita, no mesmo lugar das sociais onde ficou sentado após ter sido dispensado como atleta (e onde fez uma importante promessa)

- Afirmou que o Grêmio de 83 era um time jovem, que gostava de festa, mas que também era extremamente responsável e compromissado com o clube.

- Disse que como gremista, ficava agoniado com a responsabilidade do jogo contra o Hamburgo, confessando não saber o que faria no caso de um insucesso.

- No jogo contra Estudiantes no Olímpico, o resultado se caminhava para um empate e o treinador resolveu tirar Renato para colocar Tarciso em campo. Ao ouvir os gritos de burro, virou pro Ithon Fritzen e disse “Quero ver nós sairmos do estádio agora ”. Minutos depois, Tarciso faz o gol salvador e Espinosa comunica a seu preparador “nós vamos sair caminhando”

- Ao analisar o Hamburgo, percebeu que era Mário Sérgio o jogador que precisava para o mundial, tendo o requisitado publicamente nas rádios.

- Seu onze gremista de todos os tempos seria o Grêmio de 1983 com o Aírton na zaga.

quinta-feira, março 10, 2011

Gauchão - Grêmio 2 x 2 Caxias (4x1 nos pênaltis)


Um jogaço. Foi isso que fizeram Grêmio e Caxias ontem no estádio Olímpico. Os motivos que levaram a partida a se desenrolar de forma tão frenética foram vários: O começo tibuteante do Grêmio, o Caxias decidido no primeiro tempo, o nervosismo da final, a torcida atuante, a retração grená e a insistência tricolor no segundo tempo.

O Grêmio teve as mesma dificuldades já apresentadas em jogos anteriores. Saída de bola lenta e consequente pouca criatividade no ataque. Rochemback seguia desamparado na distribuição de jogo, o que era acentuado pela inteligente marcação individual feita por Dê. A marcação tricolor era distante, e o Caxias chegava com alguma facilidade na área gremista. Itaqui abriu o marcador aos 19, cobrando falta. aos 39, Gerley fez o 1-2 em cima de Gabriel e chutou cruzado, marcando o 2x0. Sem infiltração e jogadas de linha de fundo as melhores chances do Grêmio foram em chutes de fora da área. André Sangalli deu rebote nos arremates de Rochemback e Douglas, mas não chegou na bola mandando no cantinho por William Magrão, aos 44 minutos do primeito tempo.

No segundo tempo o Grêmio conseguiu jogar mais pelos lados do campo, especialmente pela esquerda, e passou a forçar mais na bola área. André Lima e, principalmente, Borges perderam boas chances. Apesar do abafa, o Grêmio continuou com problemas defensivos, e estave muito perto de levar um terceiro gol. Mas, aos 50 do segundo tempo, depois de diversas chances criadas e muita cera do Caxias, surgiu o empate gremista. Confusão na área, Borges ganhou no chão e Rafael Marques aninhou a pelota nas redes.

O aspecto "emocional" dos pênaltis era todo favorável ao Grêmio. Victor pediu para que a torcida fosse para a sua goleira, defendeu duas cobranças e viu seus companheiros acertarem todos os chutes, garantindo a vaga na grande final do Gauchão 2011.


Gostei muito do que Renato falou na coletiva. Reafirmou que muda o time tão logo ache necessário (como fez com a entrada de Collaço, ainda no primeiro tempo). Me parece ter enxergado bem o jogo, detectando os problemas apresentados. Fez bem em acatar a sugestão de Rodolfo, passando W.Magrão para zaga no final do jogo. E achei perfeita a síntese que ele fez sobre cobrança de penalidades, reconhecendo a importância do treinamento sem esquecer do elemento "sorte" no resultado final.

Fábio Rochemback, mais uma vez, jogou demais. Lucidez e consciência tática impressionantes. Deu alguns lançamentos espetaculares.

Lúcio é titularíssimo desse time. Seja na meia, seja na lateral. Me parece que é seguro afirmar que Bruno Collaço é seu reserva imediatado nas duas posições.

O André Lima não deve ser um cara tão fácil de lidar em campo. Mas nada justifica a infeliz declaração do bandeirinha Altemir Hausmann.

Lisca provavelmente é uma das maiores figuras do atual futebol gáucho. Inexplicavelmente, saiu de campo girando camisa na mão. Na coletiva, bem sereno, reclamou dos descontos dados e logo depois reconheceu a cera por parte do seu time e lembrou dos 10 minutos de descontos dados pelo mesmo Márcio Chagas da Silva no jogo entre Juventude e São José.

Odone faz muito bem em cobrar maior presença da torcida gremista.

Fotos: Richard Ducker (Ducker.com.br), Ramiro Furquim (Sul21), Luciano Leon (Final) e Pedro Revillion (Correio do Povo)

Grêmio 2 x 2 Caxias
Itaqui 19´
Gerley 39´
William Magrão 44´
Rafael Marques 90+5

GRÊMIO: Victor; Gabriel, Rodolfo, Rafael Marques e Gilson (Lúcio 17 do 2ºt); Rochemback, Willian Magrão, Carlos Alberto (Bruno Collaço 26 do 1ºt) e Douglas; Borges e André Lima (Diego Clementino 28 do 2ºt).Técnico: Renato Portaluppi
CAXIAS: André Sangalli; Alisson, Edson Rocha (Neto 22 do 2ºt), Marcelo Ramos e Gerley; Marcos Rogério, Itaqui (Diogo 24 do 2ºt) , Edenilson e ; Everton e Lima (Pedro Henrique 38 do 2ºt).Técnico: Lisca

Final - 1º Turno - Campeonato Gaúcho 2011Data: Quarta-feira, 9 de março de 2011, 21h50minLocal: Estádio Olímpico, em Porto AlegrePúblico Total: 23.465 ( 21.147 pagantes)Renda: R$ 633.833,00Árbitro: Márcio ChagasAuxiliares: Altemir Hausmann e Júlio César SantosCartões Amarelos : Willian Magrão, Rodolfo, Douglas, André Lima (G) Alisson, Edenílson, Marcos Rogério, Éverton, André Sangalli eCartões vermelhos : Rodolfo e Marcelo Ramos. André Lima(G)
Gols: Itaqui, aos 19; Gerley, aos 39 e Willian Magrão, aos 44 minutos do primeiro tempo. Rafael Marques, aos 50 minutos do segundo tempo.
- Pênaltis: Borges marcou (1x0); Dê errou (1x0), Douglas marcou (2x0); Diogo errou
(2x0); Rochemback (3x0) marcou; Everton marcou (3x1) e Lúcio marcou (4x1)

quarta-feira, março 09, 2011

Grêmio x Caxias - Gauchão 1988


A Juliana de Brito lembrou de dois importantes confrontos entre Grêmio e Caxias na história: As partidas do Gauchão de 2000 e 2007.

Eu acrescentaria mais um jogo a esta lista. O empate sem gols no Centenário que garantiu o Tetracampeonato Gaúcho do tricolor em 1988. Jogo que ficou marcado pela grande presença da torcida gremista em Caxias.

O Grêmio venceu o primeiro e o segundo turno da competição, garantindo dois pontos extras no hexagonal final. Na penúltima rodada um movimentado empate por 3x3 no Grenal disputado no Olímpico manteve a vantagem gremista para a rodada final.

O tricolor foi até Caxias com o regulamento embaixo do braço e com apoio maciço de seus adeptos, garantindo o 0x0 que precisava para sagrar-se campeão.


Abaixo seguem matérias da Placar, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo sobre o jogo:



No inicio desta década, o Grêmio colocou como prioridade a conquista da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes. Com estas duas façanhas, em 1983, conseguiu ofuscar o brilho dos quatro títulos regionais obtidos pelo arquiinimigo Internacional de 1981 a 1984. Domingo, em Caxias do Sul — 131 km de Porto Alegre e a 817 m de altitude —, os gremistas trituraram de vez com este que era o único orgulho recente dos torcedores adversários; também é tetra-campeão nos anos 80.

Para maior agonia dos colorados, o titulo não foi definido num Grenal, como de costu­me, e, sim, num econômico empate sem gols com o Caxias. Se esta final não teve a emoção das anteriores, o fato é que o time do Olímpico colhia os dividendos de sua exuberante campanha durante toda a competição. Afinal, ganhou os dois turnos classificatórios e entrou no hexagonal decisivo com dois pontos de bonificação. Uma vantagem que soube conduzir até a derradeira partida e determinou a medida certa que o separou do rival.

Desta vez o Grêmio-Show não esteve dentro de campo, mas nas arquibancadas. O Estádio Centenário, do Caxias, foi invadido pela torcida tricolor. Desde o início da manhã, uma festiva romaria de 152 ônibus tomou conta da estrada que faz ligação com a capital gaúcha. Ao entrar no gramado, os donos da casa tiveram de ouvir uma vaia digna de um Estádio Olímpico.

Assim à vontade, os jogado­res do Grêmio trataram de correr atrás da bola de olho no regulamento: precisavam somente de um ponto para sacramentar o título. E conseguiram. Pela primeira vez, o time colocou de lado a idéia fixa de atacar, que o conduzira até ali e fez somente o necessário para garantir a conquista. "Esta partida mostrou a verdade do Gauchão", afirmava o treinador Otacílio Gonçalves. "Não existe jogo fácil no interior". Especialmente quando o adversário tem uma motivação a mais para correr: o prêmio extra de 3 milhões de cruzados oferecidos pelo Inter.

"Nem com gratificação eles seguram o Grêmio", exultava o presidente de futebol do clube, Raul Régis de Freitas Lima. Momentos antes, ele e os jogadores haviam sido carregados pela torcida, que invadiu o gramado, derrubou as traves e rasgou as redes para comemorar.

"Foi a vitória da harmonia", definia Otacílio "O equilíbrio entre o espetáculo e a competição”.Essa é, em essência, a filosofia atual do Grêmio-Show. Uma equipe que conseguiu conciliar o futebol de suas três estrelas neste campeonato: o meio-campo Cristóvão e os atacantes Valdo e Lima.

Cristóvão só não recebeu a coroa de craque da competição porque o centroavante Lima esteve mágico- Isso mesmo. E a ponto de passar a antecipar seus gols em sonho. Contra o Caxias — a exemplo do que acontecera contra o Pelotas e no último Grenal — previu que iria marcar. Desta vez, contudo, seus passos de vidente falharam. "Diante dessa conquista, o gol nem era necessário", procurou desconversar. Mas não será esta promessa não cumprida que manchará a campanha do artilheiro do campeonato. Afinal, os 17 que marcou neste ano foram decisivos para a equipe.

Já Valdo representou o terceiro vértice da tríade de astros gremistas. Vendido ao Benfica desde o inicio de março, disputou o campeonato sob forte carga emocional. Domingo, vestiu a pela última vez a cami­sa tricolor e não resistiu à homenagem dos companheiros antes de entrar em campo. Chorou. "Este titulo tem um sabor especial para mim por ter sido o derradeiro", dizia.


Numa partida que representou a despedida do ponteiro Valdo dos gramados brasileiros (a camimnho do seu novo clube, Benfica, de Portugal), o grande espetáculo ficou mesmo com a torcida gremista, que levou mais de 140 ônibus de Porto Alegre e animou, gritou, cantou, chorou e riu. Dois minutos antes do final do jogo, alguns torcedores invadiram o campo, levando o juiz Carlos Martins a suspender o jogo. No final, era a festa, o carnaval regado a vinho e polenta.


Fontes:
Revista Placar, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Arquivo Gremista e Arquivo Grená

S.E.R Caxias 0 x 0 Grêmio F.B.P.A

CAXIAS: Chico; Paulinho, Sérgio Odilon, Jairo e Ricardo; Caçapava, Leco e Mazzari; Zico (Gérson Lopes), Sanabria e Marquinhos
Técnico: Homero Cavalheiro

GRÊMIO: Mazarópi; Alfinete, Henrique, Luís Eduardo e Aírton; Bonamigo, Cristóvão, Cuca e Valdo; Zé Roberto (Darci) e Lima
Técnico: Otacílio Gonçalves

Campeonato Gaúcho 1988 - 10ª Rodada - Hexagonal Final
Data: 26 de Junho de 1988, domingo
Local: Estádio Centenário(Caxias do Sul)
Público: 18.370 pagantes
Renda: Cz$ 6.871.050,00
Árbitro: Carlos Sérgio Rosa
Cartões Amarelos: Caçapava e Valdo