quinta-feira, abril 11, 2013

Libertadores - Grêmio 0x0 Fluminense


Eu não sei quem esperava facilidade. O Fluminense desfalcado poderia apresentar menores dificuldades, mas facilidade não. Essa palavra não pode existir numa Libertadores da América. Sem Fred, Deco e Wellington Nem, o Tricolor das Laranjeiras se postou atrás, recolhido no seu campo e esperou o Grêmio. O time de Luxemburgo tinha a bola, rodava ela no meio campo, mas não conseguia acionar os seus atacantes. Invertendo o jogo, o Grêmio conseguia fazer com que os seus laterias chegassem até a intermediária ofensiva, mas ali a jogada parava, o Fluminense marcava forte e sempre apresentava um homem a mais junto ao jogador que detinha bola. Ainda assim surgiram oportunidades, mas nenhuma tão clara, tirando as jogadas de bola parada.

Todo o panorama do jogo mudou aos 45 minutos do 1º tempo, quando Cris fez falta em Rafael Sóbis e foi expulso, no que ao meu ver foi um exagero da arbitragem (que no geral não foi bem). Luxemburgo precisava recompor a sua defesa. Imaginei que ele poderia sacar um dos avantes para colocar um zagueiro, e que Vargas permaneceria na partida em função da sua velocidade. Mas o treinador colocou Bressan no lugar de Marco Antônio e Kléber no lugar do chileno. Naquele momento a substituição fez sentido, uma vez que a intenção parecia ser a de reter a posse de bola no ataque com Kléber e Barcos. 

O problema é que o argentino estava visivelmente descontado e com isso o Fluminense passou a controlar as ações, avançando ao ataque e tendo superioridade numérica em vários setores do gramado. Curiosamente os visitantes não souberam  aproveitar isso e foram ter as melhores chances em erros individuais gremistas, como a bola que Dida soltou e a rebatida mal sucedida  de Bressan. Luxemburgo viu que o adversário rondava a sua área com perigo e colocou Adriano em campo. O Grêmio se restabeleceu e e passou a ter presença ofensiva, especialmente nos avanços de Kléber, Zé Roberto e Fernando, mas o placar permaneceu intacto até o apito final.




O Cris, que até que ele momento estava bem na partida, fez um falta muito pouco inteligente aos 45 minutos do primeiro tempo. Sóbis estava de costas pro gol, e recuava pro seu campo de defesa. Pela burrice o nosso zagueiro merecia um cartão amarelo. O cartão vermelho foi um exagero, especialmente pelo modo que o juiz vinha apitando o jogo. A falta de Cris foi grosseira, mas comum. Jogador tentou pegar a bola e acertou a perna do adversário.

Um dado interessante: O Fluminense fez 21 faltas e recebeu 2 cartões. O Grêmio fez 10 faltas e recebeu três cartões (2 amarelos e 1 vermelho).

Fernando fez um partidaço. Se multiplicou em campo no segundo tempo e mostrou que Felipão fez bem ao convocá-lo para seleção brasileira. Presumo que o guri não leia ou não se abale com a crítica da imprensa local. Ontem um jornalista do estado escreveu que Fernando é o "jogador mais violento e desleal" do futebol gaúcho. Um outro jornalista achou por bem publicar essa frase na sua coluna na Zero Hora

A Brigada Militar divulgou um duvidosa e confusa lista de exigências, orientações e  materiais que seriam  permitidos aos torcedores (inclusive os visitantes) que comparecessem na Arena ontem. Nas rampas de acesso os brigadianos impediam o ingresso de faixas da torcida gremista, pelos mais variados critérios, que mudavam de rampa para rampa. O curioso é que a torcida do Fluminense ingressou com um grande número de trapos e bandeiras. Tenho sérias dificuldades em entender por que a Brigada Militar é mais liberal/permissiva/compreensiva com as torcidas visitantes.

Foi divulgado que todos os ingressos para a partida haviam sido vendidos. Porém, mais uma vez se viu espaços vazios em todos os setores (especialmente no quarto anel). Parece claro que o clube está perdendo a oportunidade de atender uma demanda existente (em outras palavras, está rasgando dinheiro).




Fotos: Correio do Povo (Mauro Schaefer), Ricardo Rimoli (Lance),  Lucas Uebel (Grêmio.net), Guilherme Testa (ACEG/Chute10) e Grêmio1983

Grêmio Grêmio 0x0 Fluminense Fluminense

GRÊMIO: Dida; Pará, Werley, Cris e André Santos; Fernando, Souza, Marco Antonio (Kleber, intervalo) e Zé Roberto; Vargas (Bressan, intervalo) e Barcos (Adriano, 22'/2ºT).  
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wágner; Rhayner (Monzón, 44'/2ºT), Rafael Sobis (Felipe, 38'/2ºT) e Michael (Samuel, 24'/2ºT).  
Técnico: Abel Braga.

Data: 10/4/2013, quarta-feira, 22h00min
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Público: 38.553 (35.067 pagantes)
Renda: R$ 2.046.957,00
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG)
Auxiliares: Kleber Lúcio Gil (Fifa-SC) e Fábio Pereira (Fifa-TO)
Cartões amarelos: André Santos, Zé Roberto (Grêmio); Bruno, Rhayner (Fluminense)
Cartões vermelhos: Cris, 45'/1ºT (Grêmio)

3 comentários:

Raukoores disse...

Bah, concordo plenamente. Vi o mesmo jogo que tu. Até entendi a mudança do luxa, mas acho que tinha que deixar o Vargas mesmo, entrando o Kleber no lugar do Barcos e o Bressan no do M.António. Fernando foi um monstro.
A respeito da expulsão, acho que o arbitro exagerou muito, acho até que ele viu mal o lance, pois ali um amarelinho tava pra lá de bom. O que me irritou mais foi os comentaristas falando que o Cris chegou pra quebrar, que era um absurdo, que ele tentou arrancar as pernas do Sobis... Sou só eu que acho que libertadores é pegada? Se for um lance de agressão, ou um carrinho criminoso, tem que expulsar mesmo, mas aquele lance era pra lá de corriqueiro.

Anônimo disse...

Caro Blogueiro André,

O fato que mais me indignou na arena ontem não foi a partida em sí.
Atualmente nosso estádio é um campo neutro. Enquanto toda a sua arquitetura e planejamento fora criado para ser um verdadeiro caldeirão (espaço especial para uma torcida e proximidade do gramado), o que está se vendo é um local onde os visitantes não sentem este peso que deveria ser.
É claro que o pinricpal de um time deve ser a técnica e um futeol bem jogado. No entando a ajuda da torcida, jogando no mesmo ritmo do time realemte ajuda. E muito. Creio eu que a demora para aliberação do setor da geral, a falta de instrumentos na torcida e claro, um jogo que diz-se estar com ingressos "esgotados", ter como publico total 38.000 pessoas.
Não podemos jogar a libertadores sem a nossa torcida. Quando pegarmos um clube argentino pela frente veremos a fumaceira que irão fazer.

Abraço,

Gremista do Bom Fim.

ArthurJ disse...

Tem sócio com cadeira (em todos os setores) que não vai no jogo, por isso tinha cadeira sobrando.

Enquanto nao fizerem um sistema que o cara avisa qdo nao vai, vamos ver lugares vazios SEMPRE.