quarta-feira, janeiro 22, 2014

Divisão de público em 2013 e 2012



Eu tenho observado com alguma atenção os borderôs dos últimos jogos do Grêmio. Existem informações bem interessantes ali. É possível verificar a divisão de público na estádio, quantos são os sócios patrimoniais/contribuintes em cada partida, quantos dos presentes são da modalidade sócio/torcedor, quantos são não-sócios que compram ingresso e quantos são os não pagantes. 

Fiz um levantamento de como se dividiu o público, na média, nos 31 jogos que o Grêmio disputou na Arena em 2013. O resultado está nas três primeiras colunas da tabela acima. Para efeito de comparação, fiz o mesmo com os borderôs dos jogos do Olímpico em 2012 (as duas últimas colunas). Contudo, é preciso fazer a ressalva que não consegui os boletins financeiros das três partidas da Sul-americana de 2012. Se alguém puder me disponibilizar esses documentos eu ficaria extremamente agradecido.

A primeira questão que chama atenção na comparação dos dois últimos anos é a considerável redução no número de não-pagantes (tema já tratado aqui no blog antes). Outro dado a ser considerado é pequena redução na percentagem de sócios-torcedores presentes nos jogos (o que infelizmente pode ser reflexo numa redução do quadro social, ou do aumento do preço dos ingressos, ou do pouco desconto dado nas entradas do anel inferior). Além disso é interessante salientar que houve um aumento significativo (tanto em termos percentuais como absolutos) no número de não sócios que compraram ingressos, o que, com alguma boa vontade, pode ser visto com um potencial para novos sócios. 

Resta saber como o Grêmio pode estudar esses números para aumentar a taxa de ocupação do seu novo estádio e com isso aumentar suas receitas.

Nos primeiros dias do ano, os departamentos de marketing do clube e da Arena anunciaram que irão repetir as promoções praticadas no final de 2013, onde era possível levar um acompanhante gratuitamente no jogo. De fato isso já se verifica no primeiro jogo desse ano. Não me parece ser a medida mais adequada. Se isolarmos os 3 jogos do ano passado onde ocorreram essas promoções (Vasco, Flamengo e Goiás) veremos que a média de público total permaneceu na casa dos 24 mil. Contudo, essa marca foi atingida com o aumento de não pagantes (28,5% nessas três partidas contra 9,7% do ano todo). As demais categorias (Sócio patrimonial, sócio-torcedor e não sócios) tiveram uma redução no comparecimento quando da ocorrência dessas promoções.

Assim, me parece claro que esse tipo de promoção não é a que melhor cumpre com os objetivos do ISO9001 do quadro social do clube ("aumentar a satisfação dos associados; Ampliar o número de associados: Aumentar receita oriunda do Quadro Social; Aumentar participação dos associados nos eventos e promoções do Grêmio"). É claro que a equação não é tão simples, mas para efetivamente encher o estádio e  atingir esses objetivos talvez seja necessário diminuir preço de ingressos, aumentar a oferta de descontos e o percentual dos descontos oferecidos ao sócio-torcedor, reajustar o valor das mensalidades, implementar o check-in, e não simplesmente permitir a entrada gratuita de acompanhantes.

Por fim, como curiosidade, deixo algumas mínimas e máximas dos públicos da Arena em 2014:

PÚBLICO TOTAL
- O jogo com maior público total foi do Atlético-PR na Copa do Brasil: 43.899 espectadores
- O jogo com menor público total foi do Cerâmica no Gauchão: 11.496 espectadores

PÚBLICO PAGANTE
- Em termos absolutos o jogo com maior público pagante foi do Atlético-PR na Copa do Brasil: 41.244
- Em termos percentuais o jogo com maior público pagante foi do Santa-Fé na Libertadores: 96,6%
- Em termos absolutos o jogo com menor público pagante foi do Cerâmica no Gauchão: 10.162
- Em termos percentuais o jogo com menor público pagante foi do Goiás no Brasileirão: 69,5%

NÃO-PAGANTES
- Em termos absolutos o jogo com maior público não-pagante foi do Goiás no Brasileirão: 10.471
- Em termos percentuais o jogo com maior público não-pagante foi do Goiás no Brasileirão: 30,5%
- Em termos absolutos o jogo com menor público não-pagante foi do Cruzeiro no Brasileirão: 801
- Em termos percentuais o jogo com menor público não-pagante foi do Santa-Fé na Libertadores: 3,40%

SÓCIOS PATRIMONIAIS
- Em termos absolutos o jogo com maior nº de sócios patrimoniais foi do Fluminense na Libertadores:  20.711
- Em termos percentuais o jogo com maior nº de sócios patrimoniais foi do Santos no Brasileirão: 62,01%
- Em termos absolutos o jogo com menor nº de sócios patrimoniais foi do Cerâmica no Gauchão: 5.882
- Em termos percentuais o jogo com menor nº de sócios patrimoniais foi  do Goiás no Brasileirão: 34,8%

SÓCIO TORCEDOR
- Em termos absolutos o jogo com maior nº de sócio torcedor  foi do LDU na Libertadores:  8.036
- Em termos percentuais o jogo com maior nº de sócio torcedor foi do LDU na Libertadores: 19,4%
- Em termos absolutos o jogo com menor nº de sócio torcedor foi do Cerâmica no Gauchão: 570
- Em termos percentuais o jogo com menor nº de sócio torcedor  foi  do São Luiz no Gauchão: 4,5%

NÃO-SÓCIOS
- Em termos absolutos o jogo com maior nº de não-sócios  foi do Atlético-PR na Copa do Brasil:  15.871
- Em termos percentuais o jogo com maior nº de não-sócios  foi do Corinthians na Copa do Brasil: 43,6%
- Em termos absolutos o jogo com menor nº de não-sócios  foi do Vasco no Brasileirão: 2.634
- Em termos percentuais o jogo com menor nº de não-sócios  foi  do Caracas na Libertadores: 17,4%


2 comentários:

Causlos disse...

André, enviei os borderôs por e-mail.

Abraço,
Causlos.
http://causlos.blogspot.com/

André Kruse disse...

Atualizei o post com os dados que tu enviou. Muito obrigado.