Finalizei o levantamento que estava fazendo desde o início do ano, do custo de ir a todos da Arena pelas diversas modalidades de associação e venda de ingresso. Os resultados são em parte curiosos e em parte preocupantes.
Para lembrar, a metodologia que adotei foi a de levar em conta quanto quanto cada tipo de associação e setor paga por mês (com ou sem antecipação do pagamento de mensalidade),
e também incluí o preço de ingressos avulsos, sem considerar descontos
para estudantes e idosos (uma vez que essa questão não é fixada pelo
Grêmio). E para tornar a comparação possível, considerei que o sujeito
foi sempre no mesmo setor do estádio, apesar de saber que a
possibilidade de variação é um atrativo do programa do sócio-torcedor.
Um dado curioso é que, na maioria dos casos, um sócio-torcedor diamante que foi a todos os jogos acabou pagando um valor total muito próximo do que um sócio patrimonial (ou sócio migrado) paga. Pode ser apenas uma coincidência, mas tal aproximação me parece ser justa. Também não consideraria de todo injusto o sócio patrimonial pagar um pouco a mais pelo fato de ter o seu lugar garantido, restando saber qual seria um montante razoável para se cobrar por essa conveniência.
O dado preocupante é que em muitas categorias o total que um não sócio desembolsa para ir em todos os jogos é menor do que pagam um sócio patrimonial, sócio-torcedor ouro ou diamante. Em outras a diferença em favor dos sócios é menor única e exclusivamente em função do desconto dado para quem paga as mensalidades antecipadamente.
E a comparação poderia ser ainda pior se considerássemos que um não sócio ainda pode contar com os descontos de estudante ou de idoso. Ou mesmo contar com a promoção de levar um acompanhante de graça, que o Grêmio repetiu em diversos jogos nessa temporada.
Tendo isso em vista, me arrisco a dizer que a direção gremista parece não ter feito uma grande reflexão ou estudo ao decidir manter os mesmos preços de mensalidades de 2014 para 2015. E fico um pouco alarmado ao perceber que o cenário para próxima temporada não parece ser tão atrativo quanto o do ano que passou (especialmente pela ausência da Libertadores).
Tenho preocupação ainda com o fato de que o sócio torcedor fique sempre sujeito a política de preço dos ingressos que é feita jogo a jogo. Esse ano, o preço do ingresso da arquibancada custou um mínimo de 30 e um máximo de 50 reais. Não há nenhum garantia (ou mesmo promessa) que a variação não seja maior em 2015, ou mesmo que alguém decida repetir a infeliz ideia do ingresso a R$ 700,00 no Mineirão.
Em 2014 o Grêmio fez 31 jogos na Arena (17 pelo Brasileirão, 9 pelo Gauchão, 4 pela Libertadores e 1 pela Copa do Brasil) Esse número poderia ter chegado a 34, não fosse a punição sofrida para a partida diante do Pelotas, disputada em Novo Hamburgo e a inexplicável inércia da direção na questão do uso da Arena na Copa do Mundo, que fez com que os jogos contra Palmeiras e Botafogo fossem realizados em Caxias). A média de público nesses 31 jogos foi de 24.686 (22.173 pagantes). O maior público aconteceu contra o San Lorenzo 47.244 (44.042 pagantes) e o menor foi diante do Lajeadense 5.029 (3.360 pagantes). Fevereiro foi o mês mais movimentado, com 5 jogos e no mês de junho não foi disputada nenhuma partida na Arena.
Segue abaixo a divisão por setores (clique nas imagens para ampliá-las):
No caso da arquibancada norte (Geral) vale lembrar que o levantamento em relação ao não-sócio é meramente hipotético, uma vez que em diversas partidas, como as da Libertadores, os ingressos para o setor se esgotaram antes de que fosse aberta a venda para o público em geral
Aqui um não sócio acaba pagando menos do que um sócio-torcedor ouro, mesmo que esse último pague sua mensalidade antecipadamente.
Em todos os setores do anel mais alto acaba saindo mais caro comprar ingresso como sócio-torcedor ouro do que como não sócio, o que se reforça a ideia de que essa modalidade se destina a quem não pode ou não deseja ir ao estádio com tanta frequência.
No gramado sul, o sócio migrado que paga mês a mês acabou gastando mais do que um não sócio para ir em todos os jogos do ano. E esse é um setor que é bem raro de se vender todos os ingressos antes da venda para o público em Geral.
Para ir em todos jogos no setor gramado central e corner saiu consideravelmente mais em conta ser sócio-torcedor diamante
Acho importante a existência de cadeiras VIP individuais, aproveitando o mesmo serviço dos camarotes. O conceito parece interessante. Mas o setor gold da Arena, até aqui, parece superdimensionado. Sempre se encontram assentos vazios ali nos grandes jogos. E aqui também saiu mais barato ir nas partidas como sócio torcedor diamante.
Por último, quanto ao estacionamento. No início do ano os valores para o pagamento anual do E1 foram ofertados no guia da partida conforme a imagem acima. R$ 990 para Cadeira Gold e R$ 1.390 para cadeira gramado e cadeira superior. Confesso que não entendi por que a cadeira gold paga menos. Na divisão pelos 31 jogos, o valor por partida ficaria em R$ 31,93 e R$ 44,83. É valido lembrar que o estacionamento E2 custa R$ 30,00 (o que daria um total de R$ 930 para todos os jogos) e o os tickets avulsos para o E1 custam R$ 50,00 (o que daria um total de R$ 930 para todos os jogos), lembrando que até o jogo contra o Bahia, em 31 de agosto, os tickets do E1 só eram disponibilizados para os para torcedores que tem acesso às cadeiras Gold e camarotes. E é de se perguntar por que o sócio não ganha um desconto nesses tickets de estacionamento vendidos jogo a jogo.
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