quinta-feira, novembro 07, 2013

Copa do Brasil - Grêmio 0x0 Atlético Paranaense


Uma pena que eu ainda não tenha encontrado esse vídeo na internet, mas lembro claramente de um depoimento de Rinus Michels sobre a final da Eurocopa de 1988. Ele reconheceu os méritos da União Soviética naquela partida, mas disse que a vitória da Holanda foi justa pois sua equipe foi melhor num elemento importantíssimo no futebol: Converter as chances em gol.

E o Grêmio não soube converter as oportunidades que teve nessa semifinal. E não foram poucas as situações nessa partida de volta. Como era de se imaginar, o jogo começou truncado. O Atlético ficava todo atrás da linha da bola. No seu posicionamento defensivo, Paulo Baier era o jogador mais avançado (e ficava na altura do círculo central), enquanto Marcelo e Ederson recuavam para bloquear a passagem dos laterais gremistas. Mesmo com essas dificuldade, o Grêmio ia no embalo da torcida e se aproximava da meta adversária, mas só ameaçava em cobranças de escanteios. Susto mesmo o Grêmio só foi dar ao final do primeiro tempo, em dois chutes de fora da área que Weverton espalmou para escanteio (conclusões de Barcos e Alex Telles, respectivamente).

O Grêmio aumentou a carga no segundo tempo, que virou definitivamente um jogo disputado em uma única metade do campo, e assim o tricolor esteve sempre muito perto de marcar. Colocou bola na trave, teve gol anulado, mas pro meu gosto faltou, além de um pouco de sorte, mais velocidade nas ações e mais movimentação (inversões, overlapping e etc). O tempo foi passando e o gol que levaria a decisão para os pênaltis não aconteceu.

É preciso registrar que os homens de frente do Grêmio, embora tenham mostrado empenho, estiveram numa jornada tecnicamente infeliz. Não é justo creditar a desclassificação a um único fator, mas essa pode sim ser uma das razões. Por outro lado, é justo que se reconheça que atletas como Ramiro, Riveros, Souza e Rhodolfo tiveram atuações dignas de jogo decisivo.


O Atlético tem mais qualidade que o Grêmio? Tem mais organização? As duas coisas? Nenhumas das duas, só teve mais sorte?

É bem questionável a marcação do juiz ao apitar falta de Barcos em Luiz Alberto no que seria o gol do Ramiro. Eu considero que aquele tipo de contato (mão nas costas) é faltoso, mas ocorreram lances parecidos com esse na partida em que nada foi marcado.

Mais um jogo decisivo que a torcida do Grêmio é impedida de levar faixas, trapos e bandeiras. Será que é tão difícil resolver essa questão?

É curioso o comportamento de parte torcida. O anúncio do nome do Zé Roberto na escalação foi comemorado como se fosse um gol. Mas na primeira bola que ele segurou um pouco mais (justamente uma das suas características) vários torcedores se impacientaram.

Renato tem grandes méritos na retomada desse grupo do Grêmio. Mas algumas das suas decisões são difíceis de entender. Zé Roberto, que sequer entrou na partida de ida (quando o time estava seriamente desfalcado), acabou virando titular no jogo de volta quando todos os atletas estavam a disposição do treinador. O que mudou nesses 6 dias entre os dois jogos?

O Grêmio jogou seis partidas na Copa do Brasil e marcou apenas 2 gols. Aí fica muito difícil ir adiante, ainda que o time também tenha sofrido poucos (2 em seis jogos).


 Fotos: André Ávila e Mauro Schaefer (Correio do Povo), Daniel Castellano (Gazeta do Povo)

 
Grêmio Grêmio 0x0 Atlético Paranaense Atlético-PR

GRÊMIO: Dida; Pará, Rhodolfo, Bressan e Alex Telles; Souza, Ramiro (Yuri, 35/2T), Riveros (Elano, 20/2T) e Zé Roberto (Vargas, 24/2T); Kleber e Barcos.
Técnico: Renato Portaluppi

ATLÉTCO-PR: Weverton; Léo, Manoel, Luiz Alberto e Juninho; Deivid, Zezinho, Everton (Renato, 38/2T) e Paulo Baier (João Paulo, 31/2); Marcelo e Ederson (Dellatorre, 31/2T).
Técnico: Vagner Mancini

Copa do Brasil 2013 - Semifinal - jogo de volta
Data: 07 de novembro de 2013, quarta-feira, 21h50min
Local:
Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Público total: 43.899 (41.234 pagantes)
Renda: R$ 2.061.192,00
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Auxiliares:
Emerson Carvalho (SP) e Guilherme Camilo (MG).
Cartões amarelos: Juninho, Léo, Manoel, Luiz Alberto, Zé Roberto, Kleber
Cartões vermelhos: Léo (APR) e Kleber (GRE), depois do jogo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tá difícil ser gremista... Pensei que com o velho Koff.. os títulos voltariam... mas ://

Daison disse...

são 12 anos. chega de balela