Reunião do Sempre Imortal

Efetivamente foi muito interessante a reunião promovida pelo blog Grêmio Sempre Imortal. Não quero ser repetitivo, mais detalhes sobre o que encontro podem ser achados no referido blog. Realmente é elogiável a postura de muitos conselheiros que se dispuseram a comparecer e dialogar. A disposição do Presidente Duda Kroeff em receber sugestões vindas de torcedores, por mais repetidas ou estapafúrdias que sejam.

Tranquilizadora e didática foi a presença do presidente da Grêmio Empreendimentos, Adalberto Preis, se mostrou extremamente antenado com a questão dos blogs e fez questão de prestar todo o tipo de esclarcimento sobre a Arena. Preis falou algo que me parece acertado, que enxerga no Grêmio hoje um "conflito de gerações", e que nenhum dos lados pode ou deve ganhar. Que pelo bem do Grêmio é preciso achar um meio termo.

Neste sentido, entra um trecho de um livro com o qual fui presenteado pelo conselheiro Antonio Carlos de Azambuja, também conhecido como Cacaio. No livro o autor relata sua decepçao com algumas mudanças que não ocorriam no Grêmio, ano de 1991, e acaba encontrando alguma explicação nas palavras do patrono Fernando Kroeff:

“Um dia, seguramente, o teu clube será isso aí que vocês escreveram. Ou coisa parecida. Trata-se de uma fatalidade histórica. Não podem subsistir do jeito que vão. Agora, enquanto não ocorrer algo de muito forte, de fora para dentro dele, isto não acontecerá. Existem muitos interesses, há bastante tempo (equivalente ao de minha vida útil) assentados e localizados dentro dele para que, num sopro, desapareçam, dando lugar a novas estruturas, vale dizer, novos lugares a demandar novas pessoas. Por enquanto todas as cadeiras estão ocupadas e seus detentores haverão de lutar muito para não renunciarem ao direito de legarem-nas àqueles que lhes interessam. Essas pessoas não são más, nem o órgão espúrio. Afinal de contas não fazem ou deixam de fazer nada que outros, da mesma forma agraciados com oportunidades similares e ocupantes dos mesmos assentos, em qualquer ramo de atividade pública ou privada, de natureza coletiva, não o fizessem ou deixassem de fazer. O clube também deve a elas muitíssimo, embora, particularmente, eu pense que houve, nesse aspecto, reciprocidade, posto que a grande maioria não seria nada se não fosse ele. Estão quites, portanto. A paixão, no entanto, é tanta, que estimula a perpetuidade. De outra parte, para que alterações ocorram não bastam princípios constitucionais, muito distantes do homem comum. Não sei mesmo se a própria lei, mais próxima do entendimento geral, seria suficiente para quebrar essas hegemonias. A política que entendem e praticam versa quase só sobre as atitudes dos homens; de vez em quando prende-se a fatos, rarissimamente tem por fundo as idéias. De qualquer forma, vale o esforço e alguma luz provirá de tudo isso. Muito obrigado.” ("Clube Empresa - Preconceitos, Conceitos e Preceitos" Ed. Sérgio Fabris, 2000, Antonio Carlos de Azambuja, páginas 205/206)

Considero visionárias as palavras do patrono. Impressionante como elas se moldam ao presente momento do clube, se mantendo atuais mesmo depois de passados mais de 15 anos