Foi o Minwer que teve a brilhante idéia de convidar Valdir Espinosa para tomar uma(s) cerveja(s) com o pessoal do BloGrêmio. No encontro da semana passada o mestre cativou todos os blogueiros presentes, confirmando todas as expectativas e impressões que o torcedor tem a respeito dele. Um grande sujeito, carismático, solícito, atencioso, um baita contador de histórias. Entre os diversos assuntos abordados na noite, é possível destacar alguns pontos:
- Espinosa disse que segue atrás do vídeo do jogo entre a Seleção Gaúcha e Seleção Brasileira (3x3 em 1972), no qual ele compôs a defesa rio-grandense juntamente com Figueroa, Ancheta e Everaldo.
- Disse que o melhor técnico que teve foi Otto Glória, no Grêmio.
- Afirmou que fica arrepiado em cada vez que um torcedor gremista lhe agradece pelo ano de 1983.
- Reiterou que “Libertadores se ganha com estádio lotado”. Que o time e, principalmente, o adversário sente o Olímpico cheio.
- Confirmou que iria mesmo jogar na partida contra o América em Los Angeles, tendo sido autorizado pelo Koff para tanto. Mas após alguma reflexão, deixou tal idéia de lado. Contou que nesse o jogo o time foi treinado por alguns jogadores que não fardaram (entre eles De León)
- Fumante, tinha um ritual nos jogos: Fumava 8 cigarros por partida. 4 em cada tempo.
- Perguntado sobre o temperamento de Renato como jogador, revelou que brigou com ele em duas ocasiões:
1) Na primeira, antes da Batalha de La Plata, em virtude da insatisfação de Renato com uma substituição. Chegou a comunicar ao presidente Koff que iria sacar o ponta da viagem. Mudou de idéia em função de um pedido de De León, que considerava fundamental a presença de Renato na Argentina.
2) Na outra ocasião, Espinosa ficou enraivecido com uma expulsão boba de Renato num Grenal. Estava remoendo o fato na sua casa, quando foi surpreendido pela visita de Osvaldo e Renato, que trazia consigo duas pizzas e um pedido de desculpas.
- Falou sobre a opção na lateral esquerda em Tóquio. Para ele, P.C. Magalhães e Casemiro eram jogadores equivalentes (um mais ofensivo, outro mais defensivo) e o que realmente motivou a decisão foi a parte física (Casemiro voltava de lesão). Contou que sofreu muita pressão da torcida e da imprensa nessa questão, mas ficou ao tranqüilo com a opção feita ao consultar De León já no Japão.
- Aírton é seu grande ídolo no Grêmio, tendo grande admiração pelo Pavilhão desde a época em que era da base gremista. Disse que Aírton “enxerga o jogo” como ninguém, tendo tido inúmeras provas disso ao assistir partidas junto com ele nas cadeiras do Monumental. Confessou que tem imensa curiosidade em saber se os gremistas mais jovens têm a exata dimensão do Aírton representa para o Grêmio. Descreveu com riqueza de detalhes um lance onde Pavilhão se valeu de um corta-luz para evitar um gol do Aimoré no Olímpico.
- Contou que, num dia frio, assistiu a um jogo de forma incógnita, no mesmo lugar das sociais onde ficou sentado após ter sido dispensado como atleta (e onde fez uma importante promessa)
- Afirmou que o Grêmio de 83 era um time jovem, que gostava de festa, mas que também era extremamente responsável e compromissado com o clube.
- Disse que como gremista, ficava agoniado com a responsabilidade do jogo contra o Hamburgo, confessando não saber o que faria no caso de um insucesso.
- No jogo contra Estudiantes no Olímpico, o resultado se caminhava para um empate e o treinador resolveu tirar Renato para colocar Tarciso em campo. Ao ouvir os gritos de burro, virou pro Ithon Fritzen e disse “Quero ver nós sairmos do estádio agora ”. Minutos depois, Tarciso faz o gol salvador e Espinosa comunica a seu preparador “nós vamos sair caminhando”
- Ao analisar o Hamburgo, percebeu que era Mário Sérgio o jogador que precisava para o mundial, tendo o requisitado publicamente nas rádios.
- Seu onze gremista de todos os tempos seria o Grêmio de 1983 com o Aírton na zaga.
Um comentário:
Como se adjetiva um cara que foi e é mestre do Santo?
Espinosa tem uma história maravilhosa no Grêmio e sabe lidar com os gremistas porque é um deles.
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