O futebol gaúcho sofreu um duro golpe na semana que passou. Até é possível minimizar o fato de Porto Alegre ter se tornado uma "cidade coadjuvante" na Copa de 2014. Mas é inegável que a perda da Copa das Confederações é uma derrota. Não há como fugir disso.
É uma derrota não só pelos prejuízos financeiros, mas também pelo simples fato de que Porto Alegre queria ser sede da copa das Confederações. Queria e não conseguiu.
E por que não conseguiu? São vários os motivos, e o que não faltou nesse semana foi o uso da velha tática de "transferência de responsabilidade".
Eu acho válido lembrar da anedota que compara o Rio Grande do Sul a um balde de caranguejos: "Sempre que um caranguejo tenta sair do balde, um outro o puxa de volta". E foi possível ver esse tipo de atitude nas questões relativas a copa de 2014 em Porto Alegre. Além disso, vimos uma série de outras características comumente atribuídas ao povo gáucho na sua forma mais negativa.
Fazendo uma retrospectiva crítica, tudo remonta a inexplicável decisão, feita ainda em 2009, de escolher o Beira-Rio como único estádio de Porto Alegre para a copa de 2014.
Uma decisão que não se sabe por quem foi tomada. O Ministro do Esporte afirmou que a escolha foi do Governo do Estado e da Prefeitura. Já o Secretário Municipal da Copa disse que a decisão foi da Fifa.
Uma decisão tomada ainda em 2009, e aparentemente sob falsas premissas. Por aqui foi pregado que o estádio deveria ser escolhido pelo momento que vivia seis anos antes do mundial. Para tanto, foi necessário ignorar que as obras do Stade de France (principal estádio da Copa de 1998) só começaram em maio de 1995 e que a Allianz Arena (local do jogo inaugural da Copa de 2006) só foi sair do papel em Outubro de 2002.
E ainda por cima, o discurso para legitimar a escolha em 2009 se baseava em informações falsas. Em junho daquele ano, Fortunati afirmou que o Beira-Rio tinha "aproximadamente 95% das obras concluídas". O então secretário mentiu ou acreditou numa mentira.
É uma derrota não só pelos prejuízos financeiros, mas também pelo simples fato de que Porto Alegre queria ser sede da copa das Confederações. Queria e não conseguiu.
E por que não conseguiu? São vários os motivos, e o que não faltou nesse semana foi o uso da velha tática de "transferência de responsabilidade".
Eu acho válido lembrar da anedota que compara o Rio Grande do Sul a um balde de caranguejos: "Sempre que um caranguejo tenta sair do balde, um outro o puxa de volta". E foi possível ver esse tipo de atitude nas questões relativas a copa de 2014 em Porto Alegre. Além disso, vimos uma série de outras características comumente atribuídas ao povo gáucho na sua forma mais negativa.
Fazendo uma retrospectiva crítica, tudo remonta a inexplicável decisão, feita ainda em 2009, de escolher o Beira-Rio como único estádio de Porto Alegre para a copa de 2014.
Uma decisão que não se sabe por quem foi tomada. O Ministro do Esporte afirmou que a escolha foi do Governo do Estado e da Prefeitura. Já o Secretário Municipal da Copa disse que a decisão foi da Fifa.
Uma decisão tomada ainda em 2009, e aparentemente sob falsas premissas. Por aqui foi pregado que o estádio deveria ser escolhido pelo momento que vivia seis anos antes do mundial. Para tanto, foi necessário ignorar que as obras do Stade de France (principal estádio da Copa de 1998) só começaram em maio de 1995 e que a Allianz Arena (local do jogo inaugural da Copa de 2006) só foi sair do papel em Outubro de 2002.
E ainda por cima, o discurso para legitimar a escolha em 2009 se baseava em informações falsas. Em junho daquele ano, Fortunati afirmou que o Beira-Rio tinha "aproximadamente 95% das obras concluídas". O então secretário mentiu ou acreditou numa mentira.
Além disso, eu nunca consegui entender porque os responsáveis pela Copa no RS não usaram o dualismo do futebol gaúcho a seu favor. Se a cultura local é de dois estádios, por que não se valer disso com um trunfo na candidatura? Por que não pleitear mais jogos pelo fato de ter mais estádios? Na pior das hipóteses estaríamos aumentando as chances gaúchas. Mas idéia nunca parecer ser a de incluir, e sim a de excluir.
Ainda, a cantilena sobre a "ausência de plano B" não serviu para mostrar confiança no projeto escolhido, e sim para ilustrar a arrogância e a incoerência de quem comanda a candidatura gaúcha.
Também não me pareceu inteligente a postura de aceitar tão passivamente a idéia de somente um estádio por sede. Ainda mais quando víamos Johannesburgo se valendo do Soccer City e Ellis Park (isso sem falar em diversos outros exemplos históricos). Ademais, me parece estranho que uma sinalização feita por Ricardo Teixeira foi esquecida nesses últimos tempos.
Com tudo isso, eu fiquei supreso com o baixo número de críticas que foram feitas a condução deste processo. Quando os questionamentos partiam de torcedores, apressadamente se taxavam as ponderações como frutos de inveja ou clubismo. Na imprensa, as perguntas demoraram demais a aparecer (Se é que apareceram).
Só agora vemos críticas à "politicagem". Como se não fosse essa mesma "politicagem" a responsável pela escolha do Beira-Rio com único estádio gaúcho para 2014. Ou como se fosse possível dissociar a política de um evento dessa magnitude.
Da mesma forma, só agora vemos críticas à "grenalização" da copa, como se a escolha da sede em 2014 não tivesse sido tratada com um grenal desde o seu início. E tal crítica fica ainda mais estranha quando é feita por quem vive de, cotidianamente, alimentar essa disputa da forma mais maniqueísta possível.
É curioso ver como a mera sugestão de rever a decisão tomada em 2009 gera um desconforto e uma reação totalmente desproporcionais. O revés sofrido em Zurique deveria ser motivo suficiente para rever tudo (Estádio, secretaria, planejamento, comitê, papel da imprensa, etc..), mas infelizmente estamos assistindo um triste jogo de empurra.
Ainda, a cantilena sobre a "ausência de plano B" não serviu para mostrar confiança no projeto escolhido, e sim para ilustrar a arrogância e a incoerência de quem comanda a candidatura gaúcha.
Também não me pareceu inteligente a postura de aceitar tão passivamente a idéia de somente um estádio por sede. Ainda mais quando víamos Johannesburgo se valendo do Soccer City e Ellis Park (isso sem falar em diversos outros exemplos históricos). Ademais, me parece estranho que uma sinalização feita por Ricardo Teixeira foi esquecida nesses últimos tempos.
Com tudo isso, eu fiquei supreso com o baixo número de críticas que foram feitas a condução deste processo. Quando os questionamentos partiam de torcedores, apressadamente se taxavam as ponderações como frutos de inveja ou clubismo. Na imprensa, as perguntas demoraram demais a aparecer (Se é que apareceram).
Só agora vemos críticas à "politicagem". Como se não fosse essa mesma "politicagem" a responsável pela escolha do Beira-Rio com único estádio gaúcho para 2014. Ou como se fosse possível dissociar a política de um evento dessa magnitude.
Da mesma forma, só agora vemos críticas à "grenalização" da copa, como se a escolha da sede em 2014 não tivesse sido tratada com um grenal desde o seu início. E tal crítica fica ainda mais estranha quando é feita por quem vive de, cotidianamente, alimentar essa disputa da forma mais maniqueísta possível.
É curioso ver como a mera sugestão de rever a decisão tomada em 2009 gera um desconforto e uma reação totalmente desproporcionais. O revés sofrido em Zurique deveria ser motivo suficiente para rever tudo (Estádio, secretaria, planejamento, comitê, papel da imprensa, etc..), mas infelizmente estamos assistindo um triste jogo de empurra.
2 comentários:
Belo comentário André. Por um lado, foi gratificante ver a rede do blogs de torcedores, como o seu e o Imortal Tricolor informando muito mais do que os psudo-jornalistas, que chegaram ao cúmulo de dizer mentiras para se defenderem de acusações de favorecimento.
Melhor texto sobre o assunto.
Sobraram picuinhas e politicagem nesse processo todo.
David Coimbra e WC simulam jornalismo.
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