domingo, julho 25, 2010

E o Réver voltou

Seis meses após ir para a Alemanha, Réver retornou para o futebol brasileiro (infelizmente não para Porto Alegre). Não pretendo discutir a disputa entre Grêmio e Atlético Mineiro, e sim fazer algumas considerações sobre essa volta tão repentina.

Entre outros motivos, Réver mencionou a dificuldade de adaptação como a principal causa do seu insucesso no exterior:

"Na verdade, minha maior dificuldade neste meu início de trajetória na Europa foi a adaptação à Alemanha, isso acontece com a maioria dos jogadores brasileiros e no meu caso, ainda fui prejudicado pelas lesões (fraturou a mão em seu último jogo pelo Grêmio), pois não tive a oportunidade de jogar e este era o meu grande objetivo" (ClicRBS - 10/06/2010 | 15h25min)

Réver não foi o primeiro, e nem será o último jogador brasileiro a voltar do abruptamente do futebol estrangeiro. Lendo a declaração acima, imediatamente lembrei de um capítulo do livro "Soccernomics", onde os autores tratam dos principais erros no mercado de transferências de atletas. Um dos tópicos se refere justamente aos problemas de adaptação dos jogadores estrangeiros:


[...]"A maioria das grandes empresas sabe como uma mudança/adaptação é difícil, e fazem o máximo para suavizar essa transição. Quando um executivo senior da Microsoft muda de país, um "consultor em mudança" ajuda a sua família a achar escolas, uma casa e a aprender as convenções sociais do novo país." [...] "Uma adaptação cara pode custar $25.000 ou 0,1 porcento de uma grande transferência. Mas no futebol, a mais globalizada das indústrias, gastar qualquer coisa com uma adaptação/mudança é considerado um desperdício de dinheiro"


Achei interessante esse ponto levantado pelos autores. Obviamente feito a partir do ponto de vista do europeu/comprador. Mas acho que é uma reflexão válida também para "nós", sulamericanos/vendedores. Será que não seria o caso de se investir um pouco nessa área, justamente para agregar valor ao "produto" jogador?

3 comentários:

Alexandre Perin disse...

Para mim a culpa é única e exclusivamente dos jogadores. As noitadas do Réver já eram lendárias em POA mesmo com sua mulher grávida, aliás uma gravidez bem oportuna. Jogadores miseráveis como Tévez e Lúcio dão certo na europa, enquanto outros não por pura e absoluta falta de esforço. O clube paga e paga caro, os jogadores não se ajudam acostumados a serem paparicados pelos clubes brasileiros.

Eduardo disse...

Tivesse alguma empresa, que oferecesse esse serviço, tudo bem. Agora a adaptação é por conta da contratante. O clube vendedor tem que encerrar o vínculo com o atleta mesmo, senão é mais dor de cabeça.

Mas acho que acabaria sendo mais um cabide de emprego, esse serviço de "babá internacional".

Anônimo disse...

Eu acho isso uma iniciativa muito interessante, porque, por exemplo, Réver e Rafael Carioca foram vendidos pelo Grêmio para a Europa, e, em menos de 3 meses, já estavam falando em voltar.
Acredito que isso, com certeza, acaba ocasionando numa queda do preço de venda dos jogadores brasileiros.