Ontem, depois de observar tudo o que se falava sobre o jogo fiz o seguinte comentário no Twitter:
"Gostaria de ver um pouco mais de respeito ao Caracas. Não é jogo jogado. Ainda bem que os jogadores não entraram nessa"
De fato não era jogo jogado. Não há como se pensar nisso numa quarta-de-final da Libertadores. Caracas não é galinha morta. O bom é que os atletas gremista aparanteram não ter embarcado nesse clima de oba-oba criado.
O time ficou num dilema. O 0x0 inicial já garantia a classificação. Fora satisfazer o ego e a torcida, não existiam motivos para se jogar deseperadamente ao ataque. Ainda assim, o Grêmio tomou a iniciativa nos primeiros 30 minutos de jogo, e criou oportunidades de abrir o marcador.:Voleio de Souza (fotos abaixo), duas enfiadas para chutes de Maxi Lopez e um chute de primeira de Tcheco, após cruzamento de Fábio Santos. O tricolor ainda teve um pênalti não marcado ao seu favor, aos 30 minutos, quando Barone empurrou a cabeça de Maxi Lopez durante um cruzamento. Os venezuelanos tiveram grande chance em um conclusão de fora da área, na qual Marcelo Grohe fez grande defesa com ponta dos dedos.
Mas somente listar as chances criadas não ilustra bem o que era o jogo, que foi bastante pegado, truncado. Com o gramado molhado as equipes não arriscavam passes mais complicados, optavam pelo balão, disputa no alto de cabeça e pela segunda bola.
O Grêmio tinha alguma dificuldade para sair jogando. Noel Sanvincente posicionou seus meias ofensivos bem abertos pelas pontas, bloqueando a passagem dos laterais gremistas.
O Caracas era uma equipe bastante consciente em campo. Sabia que uma eventual classificação passava primeiro por não sofrer gols do Grêmio. Os venezeulanos conseguiram segurar o ímpeto gremista, retomado na volta para o segundo tempo. O Caracas também era sabedor das suas limitações, e da sua condição de franco atirador. A equipe não tinnha a menor vergonha de forçar sua jogada forte. A bola parada. Em qualquer falta além do meio-campo o time era posicionado no ataque e a bola era erguida em direção ao gol do Grêmio. Sorte nossa que os jogadores ofensivos de maior cartaz do Caracas, Renteria e Figueroa, não estavam em uma noite inspirada, sendo inclusive substituídos.
Com o passar do tempo, o time foi perecebendo que a noite era uma daquelas onde o jogo não flui. Sabiamente os jogadores passaram a jogar com o regulamento embaixo do braço, tentando levar o 0x0 até o final. E foi o que aconteceu, não sem levar ao menos dois grandes sustos:
- Linha de impedimento mal executada, Cichero fica livre dentro da área, pronto para fazer o arremate, e Réver dá um carrinho salvador.
- Escanteio, Herrera corta mal no primeiro pau, Castellin e Barone sobem junto no segundo, mas a bola vai para linha de fundo.
Enfim, ao contrário do que se "previa", um jogo complicado até o último minuto.
Não foi uma atuação brilhante, longe disso. Mas foi uma classificação com a cara do Grêmio, sofrido, copero, jogo de libertadores, etc...
O Grêmio não é mais, nem menos, favorito ao título do que qualquer outra equipe que permanece na competição.
Adílson foi o melhor em campo. Marcou, desarmou, saiu para o jogo, simplificou na hora do passe.
Marcelo Grohe foi mais uma vez muito seguro.
Herrera entrou incendiando o jogo. Fez jogada pelas pontas. Algo que não aconteceu quando Alex Mineiro estava em campo.
Maxi Lopez lutou muito, mas faltou maior "brilho" no momento das conclusões.
Tcheco e Souza, de quem mais se esperava, foram as figuras mais apagadas.
Os zagueiros novamente foram bem no novo esquema.
Caracas valorizou a classificação do Grêmio. Notável a atuação da sua linha defensiva. A equipe deixou o gramado devidamente aplaudida por parte do estádio.
Bom público. Melhorou o humor da torcida. Mas ainda está londe do ideal (2007?). Me parece que ontem tinha muita gente preocupada demasiadamente com a Copa do Brasil.
Caracas valorizou a classificação do Grêmio. Notável a atuação da sua linha defensiva. A equipe deixou o gramado devidamente aplaudida por parte do estádio.
Bom público. Melhorou o humor da torcida. Mas ainda está londe do ideal (2007?). Me parece que ontem tinha muita gente preocupada demasiadamente com a Copa do Brasil.
Não tenho preferência entre São Paulo e Cruzeiro.
Grêmio 0 x 0 Caracas
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Ruy, Leo, Réver e Fábio Santos; Adilson, Túlio, Tcheco e Souza; Alex Mineiro (Herrera, 13' 2º/T) e Maxi López.
Técnico: Paulo Autuori.
CARACAS: Renny Vega; Romero, Rey, Barone e Cichero; Luis Vera, Lucena, Darío Figueroa (Guerra, 21' 2º/T) e Gomez (Prieto, 30, 2º/T); Rentería (Valoyes, 11' 2º/T) e Castellín.
Técnico: Noel Sanvicente
Libertadores 2009 - quartas de final - Jogo de volta
Data: 17/06/2009, quarta-feira, 21h50min
Local: Estádio Olímpico (Porto Alegre, RS)
Público: 40.127 (36.725 pagantes)
Renda: R$ 821.862,00
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Auxiliares: Rodney Aquino e César Franco (PAR)
Cartão Amarelo: Rentería( 5', 1º/T); Figueroa (40, 1º/T); Gomez ( 46', 1º/T); Castellín ( 7', 2º/T); Máxi lópez (15', 2º/T); Souza( 31', 2º/T);
6 comentários:
sabiamente os jogadores passaram a jogar com o regulamento embaixo do braço, tentando levar o 0x0 até o final
Não posso concordar com essa afirmação, de que foi uma decisão "sábia". O Grêmio, ao decidir jogar deste jeito, se expôs de uma forma que não era necessária. Enquanto o tricolor jogou visando o gol, o Caracas praticamente nem chegou a assustar. A partir da metade do segundo tempo, a pressão foi terrível.
Gustavo, não acho que tenha havido pressão, quanto mais terrível. O Caracas chegou em lances pontuais, ambos perigosíssimos, mas só. O clima de tensão sim, é que foi terrível, já que qualquer bola que entrasse dali em diante significaria a eliminação muito perto.
Eu tbm achei que Adílson foi muito bem, assim como contra o Fluminense. Acho que o 4-4-2 favoreceu seu desempenho.
Souza horrível como de costume e discordo que Tcheco foi apagado, deixou os atacantes no mínimo 2 vezes "pifado".
Gustavo, o jogo ofensivo do Grêmio não fluiu. Jogar atrás nos minutos finais foi algo meio imposto, sábio foi não lutar contra isso.
Márcio, eu acho que o Tcheco caiu de produção no segundo tempo. Justamente onde ele seria importante, pisando na bola, pensando o jogo, ganhando tempo, etc...
Tens razão Vicente, não foi grande a pressão ofensiva do Caracas, me expressei mal. Talvez a posse de bola deles, nos 15 minutos finais tenha sido gigantesca, em comparação ao Grêmio, mas pouco se traduziu em chances de gol.
O Souza é uma das poucas chances que o Grêmio tem de fazer alguma jogada que permita ao atacante ficar livre para marcar. Porém, às vezes os defensores conseguem tirar a bola dele com facilidade demais. E, principalmente, peca por complicar jogadas que deveriam ser mais simples. Não foi horrível, no entanto.
Pelo amor de Deus, vocês não podem estar olhando o mesmo jogo que eu...dessa vez ele quase conseguiu ser expulso, tentando deixar o cotovelo na cara de um jogador do Caracas na frente do juiz.
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