domingo, fevereiro 20, 2011

O Cruzeirinho é perigoso


O futebol repete ensinamentos ao longo da história. A lição revista nesse fim de semana é a de que o Cruzeirinho é um time perigoso, especialmente contra os grandes da capital.

O Grêmio passou por isso no Gauchão de 1960, quando foi surpreendido pelo estrelado em pleno Estádio Olímpico. 3x1 para o Cruzeiro.

Abaixo a matéria da Folha da Tarde sobre o jogo:



Fazia tanto tempo que o Grêmio não era vencido em jogos pelo certame local que o público já andava esquecido de que isso podia acontecer... O estupor da derrota parece ter atingido em cheio os meios esportivos. E os não esportivos também!

- Que vergonha! - ouve-se exclamar a dona da casa que apenas dá uma espiada no jogo pela televisão.

Depois de 12 partidas sem um empate sequer, dobrando o primeiro turno sem pontos perdidos, chegando assim quase no final do segundo, todo o mundo estava desacostumado com insucesso tricolor. Seria uma coisa anormal uma derrota do Grêmio.

Realmente, o clube do Olímpico trabalhando dentro de uma orientação mais do que acertada havia reunido elementos para que isso acontecesse. Depois de ganhar quatro campeonatos seguidos, tratara de corrigir as posições falhas, com a conquista de reforços como Suli, Marinho, etc, enquanto desenvolvia esforço para manter Aírton.

Agora, já próximo do fim da temporada, repete o esforço hercúleo e mantém em seu plantel Gessi e Elton, dando-lhes até automóvel para aplainar as dificuldades de uma reforma de compromisso.

Bem, assim é a vida, e esta formidável esquadra cai derrotada ante a "Fera do Velho Mundo" que já havia feito esquecer até a ferocidade dos seus rugidos que se fizeram ouvir no alvorecer do campeonato.

Como teria feita o Cruzeiro (a agora todos vão querer a fórmula!) para derrotar o Grêmio? Qual teria sido a misteriosa "chave"?

Responderemos simplesmente que não houve nenhuma chave misteriosa, nem "despacho", nem "feitiço", nada, nada deste jaaz.

Simplesmente, um Cruzeiro o football mais tradicional e despido de artifícios do mundo, procurando fazer a pelota rolar sobre a grama que este é o seu verdadeiro "habitat", e procurando assim envolver bater a defensiva inimiga.

E o que aconteceu em particular na primeira etapa foi isso. Caiu envolvida a retaguarda do clube do Olímpico, com Enio Rodrigues e Airton, e também Figueiró, sendo superados um instante sobre o outro pelos contendores.

Apenas sobrava Ortunho, multiplicando-se para conter Tesourinha, e procurando corrigir as situações criadas pelo três outros companheirosn de defensiva.

E foi assim que se estabeleceu a superioridade estrelada. Primeiro com o goal de Raul Tagliari, oriundo de uma jogada em que Figueiró foi claramente batido. Depois, com Airton contra aos 24 minutos, pouco depois do empate de Marino.

E finalmente. com o terceiro tento conquistado em plena segunda fase, quando a equipe gremista, nervos tentos buscava desesperadamente o empate. Lutava, conseguia estabelecer-se no campo estrelado, mas descia desordenamente, atiando de todas as distâncias e maneiras, e propicinado ao arqueiro Picasso a oportunidade para se redimir plenamento do insucesso no lance do goal gremista (que que foi culpado) até se tornar figura de proa na vitória de sua esquadra.

[...]

Finalmente o juiz. Laje Filho. A esta altura não seria mais necessário dizer nada, que o leitor já entende, quando a gente diz que o juiz foi Laje filho, que algo de errado andou acontecendo. Andou mesmo. Inverte faltas, engana-se, engana-se de novo, etc... Deixou de dar um penalty claríssimo de Nene sobre Marino. Poderia ter pegado bola na mão do lance de Carazinho, que os tricolores também pedem penalty. Mas, seus "enganos", são sempre clamorosos. Foi um mau juiz no Gre-Cruz de ontem.


2 comentários:

martina disse...

"A esta altura não seria mais necessário dizer nada, que o leitor já entende, quando a gente diz que o juiz foi Laje filho, que algo de errado andou acontecendo."
Hahahahahahah. Não se faz mais jornalista com colhão hoje em dia. ;P

Diogo disse...

Coisa que pouca gente se dá conta é que o Esporte Clube Cruzeiro foi fundado quase 30 anos antes do Cruzeiro Esporte Clube.