30 anos do gauchão de 1977, Todo mundo sabe das histórias. Do sofreimento, do salto "quase" mortal de André Catimba, do Oberdan, da invasão de campo. O que pouco se fala é do treinador. Com justiça se diz que o Grêmio é identificado com técnicos gaúchos, alguns chegam a defender que só gaúchos deveriam treinar o Grêmio. Telê Santana, juntamente com Evaristo de Macedo, é um dos "extrangeiros" que marcaram época no Grêmio.
Yura deu um importante depoimento no livro "até a pé nos iremos" : "Aí mudou em 77, quando chegou o Telê. Foi um dos maiores treinadores. Tudo que o Grêmio tem foi graças ao Telê. O Telê modificou a alimentação, modificou os treinamentos, modificou o comportamento dos jogadores, o comportamento dos diretores. Ele mostrou que era preciso ser profissional. Antes, nós não tinhamos direito a discutir nada, era tudo de cima para baixo. E aí chegou o Telê e modificou tudo, começou a conversação, o Telê dava liberdade.
Yura deu um importante depoimento no livro "até a pé nos iremos" : "Aí mudou em 77, quando chegou o Telê. Foi um dos maiores treinadores. Tudo que o Grêmio tem foi graças ao Telê. O Telê modificou a alimentação, modificou os treinamentos, modificou o comportamento dos jogadores, o comportamento dos diretores. Ele mostrou que era preciso ser profissional. Antes, nós não tinhamos direito a discutir nada, era tudo de cima para baixo. E aí chegou o Telê e modificou tudo, começou a conversação, o Telê dava liberdade.
Éder e Yura voltam a dar depoimento parecido na Zero Hora de hoje, transcrevo aqui o texto coloco aqui as fotos do site da Zero Hora.
1977: O ano do renascimento
Gol de André Catimba determinou o fim da série de oito títulos gaúchos consecutivos conquistados pelo Inter
O apito do árbitro mal havia terminado de trilar e Tarciso chorava, as mãos para o céu em um misto de protesto e raiva. O Inter ganhara por 2 a 0 mais um Gre-Nal, o da decisão de 1976. Era campeão gaúcho pela oitava vez seguida. Situação insustentável, imaginou o flecha negra, o que justificava plenamente a heresia a seguir.
- Mas será que não tem justiça nessa vida? Eu treino, corro, apanho do Figueroa e não adianta? Será que eu nunca vou ganhar deles e ser campeão? Será que Deus existe mesmo?
Pelo que se viu no ano seguinte, em 1977, a ira santa de Tarciso deu resultado. Porque eles começaram a chegar: Éder, a bomba mineira de Vespasiano. Tadeu Ricci, parceiro de Zico do Flamengo. Ladinho, o maior lateral da história do Atlético-PR. André, centroavante experiente, matador, matreiro. Oberdã, o xerife que chegou fincando placa de propriedade na área do Grêmio. Todos estes se juntaram aos vaiados Ancheta, Iúra e Tarciso para formar um esquadrão lendário sob o comando do não menos lendário Telê Santana. E o Grêmio nasceu. Ou renasceu, para não arrumar briga com os historiadores. Sim, porque depois daquele 25 de setembro, há 30 anos, foi moleza: campeão brasileiro em 1981, da Libertadores e do Mundo em 1983, a fartura dos anos 90. Mas na década de 70, não. Era preciso suar sangue para ganhar do Inter. Era preciso recomeçar. Por isso nada era mais importante para o Grêmio do que o Gauchão de 1977.
- Com o Telê, o Grêmio adotou métodos profissionais. Os resultados apareceram - diz Iúra, um ex-vaiado convertido em símbolo de raça.
Eram 42 minutos do primeiro tempo quando Tarciso bateu falta pela direita. O Olímpico silenciou. A bola sobrou para Tadeu Ricci, que atraiu a marcação de Caçapava e Gardel e enfiou entre os dois. Quando André Catimba ajeitou o corpo, o tempo parou. De pé trocado, lado esquerdo da área, ele encontrou o ângulo direito. Grêmio campeão, 1 a 0, enfim.
André saltou de alegria. Era para ser um salto mortal, mas o baiano de olhos verdes se espatifou feito saco de batatas: abriu uma distensão, uivou de dor, saiu de campo. Mas e daí? Lá estava Benitez - o paraguaio cortejado pelo Grêmio meses antes - agachado, olhar perdido. Vencido. Jair, Batista, Marinho Perez, Valdomiro, Caçapava. Eles iam perder. André Catimba: foi ele quem fez os colorados sorverem o cálice de fel após oito anos.
Hoje, exatamente hoje, há 30 anos.
Gol de André Catimba determinou o fim da série de oito títulos gaúchos consecutivos conquistados pelo Inter
O apito do árbitro mal havia terminado de trilar e Tarciso chorava, as mãos para o céu em um misto de protesto e raiva. O Inter ganhara por 2 a 0 mais um Gre-Nal, o da decisão de 1976. Era campeão gaúcho pela oitava vez seguida. Situação insustentável, imaginou o flecha negra, o que justificava plenamente a heresia a seguir.
- Mas será que não tem justiça nessa vida? Eu treino, corro, apanho do Figueroa e não adianta? Será que eu nunca vou ganhar deles e ser campeão? Será que Deus existe mesmo?
Pelo que se viu no ano seguinte, em 1977, a ira santa de Tarciso deu resultado. Porque eles começaram a chegar: Éder, a bomba mineira de Vespasiano. Tadeu Ricci, parceiro de Zico do Flamengo. Ladinho, o maior lateral da história do Atlético-PR. André, centroavante experiente, matador, matreiro. Oberdã, o xerife que chegou fincando placa de propriedade na área do Grêmio. Todos estes se juntaram aos vaiados Ancheta, Iúra e Tarciso para formar um esquadrão lendário sob o comando do não menos lendário Telê Santana. E o Grêmio nasceu. Ou renasceu, para não arrumar briga com os historiadores. Sim, porque depois daquele 25 de setembro, há 30 anos, foi moleza: campeão brasileiro em 1981, da Libertadores e do Mundo em 1983, a fartura dos anos 90. Mas na década de 70, não. Era preciso suar sangue para ganhar do Inter. Era preciso recomeçar. Por isso nada era mais importante para o Grêmio do que o Gauchão de 1977.
- Com o Telê, o Grêmio adotou métodos profissionais. Os resultados apareceram - diz Iúra, um ex-vaiado convertido em símbolo de raça.
Eram 42 minutos do primeiro tempo quando Tarciso bateu falta pela direita. O Olímpico silenciou. A bola sobrou para Tadeu Ricci, que atraiu a marcação de Caçapava e Gardel e enfiou entre os dois. Quando André Catimba ajeitou o corpo, o tempo parou. De pé trocado, lado esquerdo da área, ele encontrou o ângulo direito. Grêmio campeão, 1 a 0, enfim.
André saltou de alegria. Era para ser um salto mortal, mas o baiano de olhos verdes se espatifou feito saco de batatas: abriu uma distensão, uivou de dor, saiu de campo. Mas e daí? Lá estava Benitez - o paraguaio cortejado pelo Grêmio meses antes - agachado, olhar perdido. Vencido. Jair, Batista, Marinho Perez, Valdomiro, Caçapava. Eles iam perder. André Catimba: foi ele quem fez os colorados sorverem o cálice de fel após oito anos.
Hoje, exatamente hoje, há 30 anos.
DIOGO OLIVIER
A mira de Éder e o salto de André
Trinta anos depois, ficaram as histórias fantásticas, algumas inéditas, de um time que se tornou uma família. Ancheta cansou de reunir os companheiros em casa, para um bom churrasco, enquanto ensaiava os primeiros agudos como cantor de bolero. O técnico Telê Santana pendurava um pneu em uma corda e mandava Éder atravessá-lo com seu míssil de canhota. Era preciso força e direção no chute, conforme ficou provado na estréia do Brasil na Copa de 1982, quando nem o vôo de Dasaev impediu o golaço de fora da área contra a União Soviética. Telê conhecia Éder muito bem. Trouxe a promessa do América-MG com 19 anos.
- Éder, o seu Telê está chamando - disse o supervisor Antônio Carlos Verardi, lá pelos idos, claro, de 1977.
- Mas agora, no meio do banho? - resmungou Éder.
- Só sei que ele mandou te chamar. Acho melhor tu ir - devolveu Verardi.
Trinta anos depois, Éder sorri com a lembrança.
- Eu não tinha treinado falta naquele dia. Saí do banho, fardei de novo e fui mirar o pneu. O seu Telê era assim. Por isso a gente ganhou daquele timaço do Inter - diz Éder.
E tinha também a concentração dois dias antes. Se o jogo era domingo, na sexta-feira estavam todos no Olímpico. Como havia rodada no meio da semana, o esquadrão de 1977 praticamente morava nas imediações da Azenha.
- É que o Éder dava muito trabalho. A gente tinha que ir atrás dele nas boates, aí o seu Telê nos trancava - diverte-se André Catimba, ex-motorista de táxi, ex-funcionário do Polo Petroquímico de Camaçari, ex-técnico e, agora, representante de vendas.
Pai de quatro filhos, André ganhou dinheiro no Olímpico. Comprou carro e apartamentos em Salvador, onde mora até hoje. Mas o espírito boêmio e a paixão pelo jogo criaram o ralo por onde escoou a estabilidade financeira conquistada graças aos gols e habilidade ímpar com a bola nos pés. O então presidente Hélio Dourado o convidava para tomar uísque na sala da presidência, disposto a mantê-lo, ao menos, dentro de casa.
- Não lembro de ter pulado tão alto em minha vida - suspira André.
Trinta anos depois, ficaram as histórias fantásticas, algumas inéditas, de um time que se tornou uma família. Ancheta cansou de reunir os companheiros em casa, para um bom churrasco, enquanto ensaiava os primeiros agudos como cantor de bolero. O técnico Telê Santana pendurava um pneu em uma corda e mandava Éder atravessá-lo com seu míssil de canhota. Era preciso força e direção no chute, conforme ficou provado na estréia do Brasil na Copa de 1982, quando nem o vôo de Dasaev impediu o golaço de fora da área contra a União Soviética. Telê conhecia Éder muito bem. Trouxe a promessa do América-MG com 19 anos.
- Éder, o seu Telê está chamando - disse o supervisor Antônio Carlos Verardi, lá pelos idos, claro, de 1977.
- Mas agora, no meio do banho? - resmungou Éder.
- Só sei que ele mandou te chamar. Acho melhor tu ir - devolveu Verardi.
Trinta anos depois, Éder sorri com a lembrança.
- Eu não tinha treinado falta naquele dia. Saí do banho, fardei de novo e fui mirar o pneu. O seu Telê era assim. Por isso a gente ganhou daquele timaço do Inter - diz Éder.
E tinha também a concentração dois dias antes. Se o jogo era domingo, na sexta-feira estavam todos no Olímpico. Como havia rodada no meio da semana, o esquadrão de 1977 praticamente morava nas imediações da Azenha.
- É que o Éder dava muito trabalho. A gente tinha que ir atrás dele nas boates, aí o seu Telê nos trancava - diverte-se André Catimba, ex-motorista de táxi, ex-funcionário do Polo Petroquímico de Camaçari, ex-técnico e, agora, representante de vendas.
Pai de quatro filhos, André ganhou dinheiro no Olímpico. Comprou carro e apartamentos em Salvador, onde mora até hoje. Mas o espírito boêmio e a paixão pelo jogo criaram o ralo por onde escoou a estabilidade financeira conquistada graças aos gols e habilidade ímpar com a bola nos pés. O então presidente Hélio Dourado o convidava para tomar uísque na sala da presidência, disposto a mantê-lo, ao menos, dentro de casa.
- Não lembro de ter pulado tão alto em minha vida - suspira André.
Zerohora.com resgata a íntegra do texto publicado em Zero Hora no dia 26 de setembro de 1977.
Grêmio campeão com o gol de André
Os oito anos de sofrimento do Grêmio terminaram com o time de Telê Santana vencendo o Inter por 1 a 0, ontem no estádio Olímpico. Mas a festa que a torcida do Grêmio esperava fazer não pôde ser como ela queria. O jogo foi interrompido aos 42 minutos do segundo tempo, houve invasão de campo e o Inter acabou se retirando do estádio, depois de ter jogadores agredidos, alegando que não havia condições de segurança para a partida chegar a seu final.
O jogo não teve a movimentação técnica de outros Gre-Nais, nem chegou a ter jogadas, empolgantes, com freqüência. Teve duas características, ditadas pelo gol de André. O Inter começou mais cauteloso, fazendo questão de prender a bola e só indo à frente com segurança. O Grêmio mostrava mais força ofensiva, embora no início sentisse a marcação por pressão do adversário.
Como maior preocupação defensiva Gardel em cima de André (Marinho sobrava), Vacaria matava Tarciso com a ajuda de Caçapava, enquanto o resto marcava por setor. Mesmo assim o Grêmio levava ligeira vantagem tática, pois a movimentação e postura de seus jogadores era melhor. Tanto que ia à frente com mais perigo do que o adversário. No entanto, o primeiro lance perigoso de gol só foi ocorrer aos 19 minutos. Caçapava demorou para sair com a bola da defesa, Éder recebeu um passe de Iura e chutou forte para Benitez fazer boa defesa.
Aos 22 minutos o Grêmio teve uma grande chance de abrir o marcador, quando Gardel colocou a mão na bola dentro da área, em jogada que sua defesa tinha dominado, assustado com a proximidade de André e Éder. O juiz assinalou, os jogadores do Inter reclamaram muito, fizeram catimba, mas Luis Torres confirmou o pênalti. Tarciso, encarregado da cobrança, chutou forte, mas seu pé bateu no chão e a bola desviou para fora, pelo lado esquerdo de Benitez, que saltara para o canto direito.
O pênalti perdido deu moral ao Inter, sua torcida começou a gritar. Mas o Grêmio era melhor em campo e numa jogada rápida, acabou fazendo seu gol. Aos 42 minutos, Tarciso bateu uma falta pela direita, a bola veio para Tadeu que fez um "corta-luz" levando o seu marcador. Iura, com a bola, atraiu a marcação de Caçapava e Gardel e deu para o lado esquerdo onde entrava André. O centroavante ainda trocou de pé e chutou forte, bem colocado, no ângulo direito de Benitez que pulou inutilmente. Aí o trabalho do Grêmio foi só esperar terminar o primeiro tempo.
Para o segundo, em desvantagem, o Internacional voltou mais ambicioso, enquanto era a vez do Grêmio prender a bola, segurar o resultado. Buscando mais força, Gainete tirou Bereta (Batista foi para lateral), entrando Jair e Santos saiu para Dario entrar. O Inter foi cercando, Telê colocou Alcindo no lugar de André, que se lesionara na comemoração do gol. Depois foi a vez de Wilson substituir Iúra o Grêmio foi dando cada vez mais espaço ao adversário, enquanto esperava o tempo passar.
O clima do jogo ficou muito nervoso alguns jogadores já deixavam a bola para ir com mais violência no adversário. Mas Luis Torres ainda controlava as ações. Éder já tirava bola em sua área pelo lado direito, o Grêmio ia recuando, tentando jogar em contra-ataques, uma tática que sempre deu os melhores resultados contra mesmo adversário. A defesa do Inter avançava, procurando se juntar ao ataque. O tempo ia passando, entrou nos 15 minutos finais, quando começou, pouco a pouco, a invasão de campo pelos torcedores. Primeiro os do Grêmio, eufóricos com a vitória. E a invasão de campo aconteceu porque a torcida achou que a partida estava terminada, quando o juiz paralisou uma jogada aos 42 minutos. Houve invasão geral, alguns jogadores do Inter brigaram com torcedores, acabou abandonando o estádio a partida teve de ser suspensa. O Grêmio fez sua festa, só não pode complementá-la, embora a euforia dos torcedores fosse justa, o time jogou melhor, merecia sair vitorioso. Teve a melhor campanha do campeonato, foi o melhor no Gre-Nal da decisão. Agora a questão se transfere para os tribunais, o Grêmio com a garantia de ter vencido dentro de campo, enquanto o Inter desesperado vai tentar mudar o resultado no TJD. E só se consola em ter prejudicado a grande comemoração do adversário.
GRÊMIO: Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan, Ladinho, Vitor Hugo, Tadeu, Iúra (Vilson), Tarciso, André (Alcindo) e Éder.
Técnico: Telê Santana
INTER: Benitez, Beretta (Jair), Gardel, Marinho, Vacaria, Caçapava, Batista, Escurinho, Valdomiro, Luisinho, Santos (Dario).
Técnico: Gainete
Arbitragem: Luis Torres, auxiliado por Adão Alipio Soares e Paulo Serafim.
Local: Estádio Olímpico.
Público: 57.186 pagantes
Renda: CR$ 1.642.960,00
Grêmio campeão com o gol de André
Os oito anos de sofrimento do Grêmio terminaram com o time de Telê Santana vencendo o Inter por 1 a 0, ontem no estádio Olímpico. Mas a festa que a torcida do Grêmio esperava fazer não pôde ser como ela queria. O jogo foi interrompido aos 42 minutos do segundo tempo, houve invasão de campo e o Inter acabou se retirando do estádio, depois de ter jogadores agredidos, alegando que não havia condições de segurança para a partida chegar a seu final.
O jogo não teve a movimentação técnica de outros Gre-Nais, nem chegou a ter jogadas, empolgantes, com freqüência. Teve duas características, ditadas pelo gol de André. O Inter começou mais cauteloso, fazendo questão de prender a bola e só indo à frente com segurança. O Grêmio mostrava mais força ofensiva, embora no início sentisse a marcação por pressão do adversário.
Como maior preocupação defensiva Gardel em cima de André (Marinho sobrava), Vacaria matava Tarciso com a ajuda de Caçapava, enquanto o resto marcava por setor. Mesmo assim o Grêmio levava ligeira vantagem tática, pois a movimentação e postura de seus jogadores era melhor. Tanto que ia à frente com mais perigo do que o adversário. No entanto, o primeiro lance perigoso de gol só foi ocorrer aos 19 minutos. Caçapava demorou para sair com a bola da defesa, Éder recebeu um passe de Iura e chutou forte para Benitez fazer boa defesa.
Aos 22 minutos o Grêmio teve uma grande chance de abrir o marcador, quando Gardel colocou a mão na bola dentro da área, em jogada que sua defesa tinha dominado, assustado com a proximidade de André e Éder. O juiz assinalou, os jogadores do Inter reclamaram muito, fizeram catimba, mas Luis Torres confirmou o pênalti. Tarciso, encarregado da cobrança, chutou forte, mas seu pé bateu no chão e a bola desviou para fora, pelo lado esquerdo de Benitez, que saltara para o canto direito.
O pênalti perdido deu moral ao Inter, sua torcida começou a gritar. Mas o Grêmio era melhor em campo e numa jogada rápida, acabou fazendo seu gol. Aos 42 minutos, Tarciso bateu uma falta pela direita, a bola veio para Tadeu que fez um "corta-luz" levando o seu marcador. Iura, com a bola, atraiu a marcação de Caçapava e Gardel e deu para o lado esquerdo onde entrava André. O centroavante ainda trocou de pé e chutou forte, bem colocado, no ângulo direito de Benitez que pulou inutilmente. Aí o trabalho do Grêmio foi só esperar terminar o primeiro tempo.
Para o segundo, em desvantagem, o Internacional voltou mais ambicioso, enquanto era a vez do Grêmio prender a bola, segurar o resultado. Buscando mais força, Gainete tirou Bereta (Batista foi para lateral), entrando Jair e Santos saiu para Dario entrar. O Inter foi cercando, Telê colocou Alcindo no lugar de André, que se lesionara na comemoração do gol. Depois foi a vez de Wilson substituir Iúra o Grêmio foi dando cada vez mais espaço ao adversário, enquanto esperava o tempo passar.
O clima do jogo ficou muito nervoso alguns jogadores já deixavam a bola para ir com mais violência no adversário. Mas Luis Torres ainda controlava as ações. Éder já tirava bola em sua área pelo lado direito, o Grêmio ia recuando, tentando jogar em contra-ataques, uma tática que sempre deu os melhores resultados contra mesmo adversário. A defesa do Inter avançava, procurando se juntar ao ataque. O tempo ia passando, entrou nos 15 minutos finais, quando começou, pouco a pouco, a invasão de campo pelos torcedores. Primeiro os do Grêmio, eufóricos com a vitória. E a invasão de campo aconteceu porque a torcida achou que a partida estava terminada, quando o juiz paralisou uma jogada aos 42 minutos. Houve invasão geral, alguns jogadores do Inter brigaram com torcedores, acabou abandonando o estádio a partida teve de ser suspensa. O Grêmio fez sua festa, só não pode complementá-la, embora a euforia dos torcedores fosse justa, o time jogou melhor, merecia sair vitorioso. Teve a melhor campanha do campeonato, foi o melhor no Gre-Nal da decisão. Agora a questão se transfere para os tribunais, o Grêmio com a garantia de ter vencido dentro de campo, enquanto o Inter desesperado vai tentar mudar o resultado no TJD. E só se consola em ter prejudicado a grande comemoração do adversário.
GRÊMIO: Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan, Ladinho, Vitor Hugo, Tadeu, Iúra (Vilson), Tarciso, André (Alcindo) e Éder.
Técnico: Telê Santana
INTER: Benitez, Beretta (Jair), Gardel, Marinho, Vacaria, Caçapava, Batista, Escurinho, Valdomiro, Luisinho, Santos (Dario).
Técnico: Gainete
Arbitragem: Luis Torres, auxiliado por Adão Alipio Soares e Paulo Serafim.
Local: Estádio Olímpico.
Público: 57.186 pagantes
Renda: CR$ 1.642.960,00
Paulo Sant'Ana
Enfim campeão
O Grêmio é o legítimo campeão de 1977. Venceu ontem o quarto Gre-Nal deste ano. Marcou nas suas quatro vitórias incontestáveis sobre o Internacional 8 gols. Sofreu apenas 3 do seu adversário. Em apenas 3 minutos de jogo o Internacional não poderia ontem desfazer a vitória gremista. André acertou bem o pé e fez o que já é normal fazer este ano: gol da vitória do Grêmio sobre o Internacional.
Campeão o Grêmio, Luiz Torres esperou 30 minutos para que o Internacional voltasse. Foi pública a espera de Torres e outra coisa ele não poderia ter colocado na súmula senão o abandono do Internacional do campo de jogo. Apesar dos acontecimentos lamentáveis de ontem, o Grêmio é o campeão legítimo. Provou no campo.
Não ontem. Mas no quatro Gre-Nais que venceu: 3 a 0, 2 a 1 e 1 a 0.
Chega? Ou vão fazer o Grêmio jogar mais Gre-Nais? Não poderão haver outros resultados que não sejam vitórias do Grêmio. Porque aquilo que venho dizendo há meses é a única verdade: o Grêmio é melhor.
A invasão acontecida ontem no Olímpico é comum em todas as decisões. Em 1969 houve invasão no Beira-Rio. Em outros Gre-Nais aconteceram, por ocasião de decisões — e até mesmo em Inter x Gaúcho, invasões no Beira-Rio. Nem por isso os times visitantes, entre eles o Grêmio, se retiraram. Se Luiz Torres foi agredido, como sugere uma foto, aquela agressão só poderia ter partido de um torcedor do Internacional. Aos torcedores do Grêmio não interessava a paralisação da partida. O Grêmio vencia com um gol de André e com um pênalti perdido por Tarciso.
Mas o que interessa é o futebol. E o que se viu foi uma única equipe organizada em campo. O que se viu foi um único time à procura do gol. O Gre-Nal de ontem acima de tudo provou que não há remédio para o Internacional que seja a reconstrução do seu time, em cima da contratação de novos valores. Joguem-se quantos Gre-Nais quiserem jogar, o Grêmio os vencerá sempre. É mais time, tem mais estrutura. E só não vê quem não quer ver: só o Grêmio tem treinador à altura de um componente da dupla Gre-Nal
Terminou o campeonato. Venceu o melhor. Perdeu apenas um turno e assim mesmo aos 91 minutos de um Gre-Nal em que o Grêmio não teve o seu centroavante titular. Todas as quatro vezes que o Grêmio teve ou André ou Alcindo, venceu os clássicos. Perdeu um com os reservas. Mas time contra time, jogador por jogador, parece claro a todos a quem só interessa a discussão sobre futebol que o Grêmio é um oceano de diferença mais time que o Inter.
Ontem foi o coroamento da campanha mais especular de um time nos últimos anos em nosso campeonato. Defesa menos vazada, ataque mais positivo, marcando a impressionante soma de 65 gols, em tudo e por tudo a torcida merece a grande comemoração de ontem em todo o Estado e na capital, que ainda hoje é vista em todos os cantos. O Grêmio melhor e volta para o pedestal da vitória. Parabéns a Telê, a Dourado, a Olmedo, aos jogadores e à torcida, que foi maior também em arrecadações. Vibra o Rio Grande gremista, o Grêmio se reencontra com o seu destino de grande campeão, uma equipe capaz do recorde de não ter contra sua meta ou sua linha de fundo uma bola sequer chutada pelo Internacional no Gre-Nal de 2 a 1, primeiro tempo, e uma só bola chutada por Valdomiro, assim mesmo de falta, na primeira etapa de ontem. O resto é conversa e reação, já esperada por mim, no sentido, de contestar o Grêmio. Mas não se pode contestar o melhor.
Enfim campeão
O Grêmio é o legítimo campeão de 1977. Venceu ontem o quarto Gre-Nal deste ano. Marcou nas suas quatro vitórias incontestáveis sobre o Internacional 8 gols. Sofreu apenas 3 do seu adversário. Em apenas 3 minutos de jogo o Internacional não poderia ontem desfazer a vitória gremista. André acertou bem o pé e fez o que já é normal fazer este ano: gol da vitória do Grêmio sobre o Internacional.
Campeão o Grêmio, Luiz Torres esperou 30 minutos para que o Internacional voltasse. Foi pública a espera de Torres e outra coisa ele não poderia ter colocado na súmula senão o abandono do Internacional do campo de jogo. Apesar dos acontecimentos lamentáveis de ontem, o Grêmio é o campeão legítimo. Provou no campo.
Não ontem. Mas no quatro Gre-Nais que venceu: 3 a 0, 2 a 1 e 1 a 0.
Chega? Ou vão fazer o Grêmio jogar mais Gre-Nais? Não poderão haver outros resultados que não sejam vitórias do Grêmio. Porque aquilo que venho dizendo há meses é a única verdade: o Grêmio é melhor.
A invasão acontecida ontem no Olímpico é comum em todas as decisões. Em 1969 houve invasão no Beira-Rio. Em outros Gre-Nais aconteceram, por ocasião de decisões — e até mesmo em Inter x Gaúcho, invasões no Beira-Rio. Nem por isso os times visitantes, entre eles o Grêmio, se retiraram. Se Luiz Torres foi agredido, como sugere uma foto, aquela agressão só poderia ter partido de um torcedor do Internacional. Aos torcedores do Grêmio não interessava a paralisação da partida. O Grêmio vencia com um gol de André e com um pênalti perdido por Tarciso.
Mas o que interessa é o futebol. E o que se viu foi uma única equipe organizada em campo. O que se viu foi um único time à procura do gol. O Gre-Nal de ontem acima de tudo provou que não há remédio para o Internacional que seja a reconstrução do seu time, em cima da contratação de novos valores. Joguem-se quantos Gre-Nais quiserem jogar, o Grêmio os vencerá sempre. É mais time, tem mais estrutura. E só não vê quem não quer ver: só o Grêmio tem treinador à altura de um componente da dupla Gre-Nal
Terminou o campeonato. Venceu o melhor. Perdeu apenas um turno e assim mesmo aos 91 minutos de um Gre-Nal em que o Grêmio não teve o seu centroavante titular. Todas as quatro vezes que o Grêmio teve ou André ou Alcindo, venceu os clássicos. Perdeu um com os reservas. Mas time contra time, jogador por jogador, parece claro a todos a quem só interessa a discussão sobre futebol que o Grêmio é um oceano de diferença mais time que o Inter.
Ontem foi o coroamento da campanha mais especular de um time nos últimos anos em nosso campeonato. Defesa menos vazada, ataque mais positivo, marcando a impressionante soma de 65 gols, em tudo e por tudo a torcida merece a grande comemoração de ontem em todo o Estado e na capital, que ainda hoje é vista em todos os cantos. O Grêmio melhor e volta para o pedestal da vitória. Parabéns a Telê, a Dourado, a Olmedo, aos jogadores e à torcida, que foi maior também em arrecadações. Vibra o Rio Grande gremista, o Grêmio se reencontra com o seu destino de grande campeão, uma equipe capaz do recorde de não ter contra sua meta ou sua linha de fundo uma bola sequer chutada pelo Internacional no Gre-Nal de 2 a 1, primeiro tempo, e uma só bola chutada por Valdomiro, assim mesmo de falta, na primeira etapa de ontem. O resto é conversa e reação, já esperada por mim, no sentido, de contestar o Grêmio. Mas não se pode contestar o melhor.
2 comentários:
A conquista do Gauchão de 2006 foi outra façanha impressionante. Em 2006, o Inter era o favorito porque vinha de uma grande campanha no brasileiro do ano anterior, mas com um golzinho o Grêmio levou a taça para casa, calando a torcida colorada e a imprensa gaúcha, justamente o Grêmio que tinha retornado ao campeonato da série A e feito uma péssima campanha na Copa do Brasil.
Mas é claro que a conquista do ano passado não chega nem aos pés dessa em 77.
É impressionante sim, claro que não lembro desses momentos, era muito pequeno para entender de futebol, mas ler esses textos só faz lembrar da nossa história recente de imortal.
O Grêmio é especial por isso, é um time imortal? Sim. Mas mais do que isso é um time de alma, não resta dúvidas. Parabéns!
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