quinta-feira, janeiro 21, 2010

Maxi Lopez no Catania


Não se sabe ainda se o é final da novela, mas convenhamos que é no mínimo um capítulo bastante interessante.

Maxi Lopez vai para o glorioso Catania, supostamente ganhando € 800.000,00 por temporada (66.666 por mês, numa matemática grosseira). No Grêmio ganhava alegados U$ 100.000,00 por mês (U$ 1,2 milhão por ano, na mesma matemática grosseira).

Se efetivamente forem estes os valores envolvidos, fica muito difícil entender o negócio, haja visto que Maxi queria um aumento para permanecer em Porto Alegre.

Mas e "futebolisticamente"? Maxi teve um "up-grade" ao trocar o Grêmio pelo vice-lanterna do campeonato italiano? Me parece que não, ainda que o futebol europeu tenha muito mais visibilidade que o sul-americano. E será que Maxi não poderia se valorizar com um bom primeiro semestre de 2010 no Grêmio e negociar valores superiores na janela do meio do ano?

E pro Grêmio foi bom? Me parece que novamente a resposta é negativa (sem entrar no mérito se o clube conseguiu um substituto melhor/mais barato). O time perdeu um jogador bastante útil, tremendamente identificado com a torcida. Sem contar esse desgastante e arriscado processo judicial que a direção iniciou para tentar assegurar a permanência do atleta.

Então, foi bom pra quem? Imagino que pro Catania obviamente tenha sido. Mas também não consigo deixar de lembrar dos empresários, que recentemente choraram a perda de uma comissão por terem deixado de negociar Maxi em Julho. Suponho que para o empresário uma transferência renda muito mais do que uma mera renovação de contrato. Nada contra alguém que queira ganhar mais dinheiro com seu trabalho, mas fica muito estranho entender esse lucro quando ele aparentemente prejudica 2 das 3 partes envolvidas no negócio.

10 comentários:

augusto g. disse...

o lance é o seguinte, andré:

* o maxi forçou a saída do grêmio, claramente não queria ficar aqui. se por dinheiro, prestígio ou bunda-molismo, não importa. os motivos não interessam.

* o grêmio, que fez valer seu direito contratual, claramente se irritou com o jogador e agora busca maneiras de prejudicá-lo. todo clube interessado em contratar maxi recebeu uma notificação do grêmio avisando do pré-contrato e das intenções do clube de ir a fifa.

* isso posto, é fácil perceber que clubes como a lazio e o west ham não quiseram se arriscar e maxi acabou indo para o único clube que topou comprar a briga.

* o catania, no fim, foi inteligente. até sair uma determinação da fifa e o caso estar resolvido irá usar o jogador, que certamente será útil na luta contra este rebaixamento.

martina disse...

outro dia vi uma entrevista com o treinador do hanover, falando sobre a relação jogador x detentor dos direitos, que ele chamou de escravidão.
eu achei um absurdo, dadas as fortunas que recheiam suas contas bancárias. mas eu adoraria saber quanto poder de decisão o jogador tem, quando seu empresário decide fazer negócio.

Társis Salvatore disse...

Catania? Nem sabia que existia!

Eu partilho da curiosidade da Martina, mas sinceramente acho que o jogador é quem decide para onde quer ir, como qualquer outro trabalhado.

Em todo caso, como ataque que temos atualmente, sou muito mais a trinca Jonas, Borges e Leandro.

Abs!

André Kruse disse...

Augusto, eu discordo de ti. Acho que os motivos da saída do Maxi importam sim. Se foi pela grana, a ida pro Catania aparentemente não se justifica.

Martina e Tarsis, eu não gosto muito dessa história de que o jogador nao tem controle. E sempre tem a conveniencia de fazer o empresario fazer o papel de malvado enquanto o atleta segue sendo bonzinho

martina disse...

bah, mas geralmente quem faz o papel de malvado ou ingrato é o jogador, quase nunca se fala no empresário. nesse episódio do maxi, por exemplo, acho que tu foi o único que tocou no assunto.

mas enfim, meu comentário alí encima era mais pra ser isso: eu gostaria de saber o quanto nessa história de jogador ser refém do empresário é lenda, e o quanto é verdade.

a propósito: na mesma entrevista ele acusou a imprensa de ser a responsável pela agressividade dos torcedores.

Sancho disse...

O jogador nesses casos, não é um escravo na acepção LEGAL do termo, mas comporta-se como um.

Aristóteles já falava de pessoas que seriam "escravas por natureza" (nada a ver com cor de pele, pelamordedeoz). Na modernidade, conseguiu-se que tais pessoas recebessem proteções contra abusos no trabalho, que fossem assalariadas, mas por óbvio não conseguiu o impossivel; não lhes alterou a natureza.

Vicente Fonseca disse...

Bah, muito legal essa prancheta, cara.

AK > PVC

Hehe, abraço.

Gustavo disse...

Parece que o Maxi está jogando fora sua carreira. Ele ainda é jovem, poderá inverter esse caminho, mas não pára quieto, digamos.

Talvez para ele fosse mais "saudável" retornar a algum grande time argentino (o River, provavelmente) e tentar recomeçar, como vários jogadores brasileiros já fizeram com sucesso.

Não consigo ver prejuízo ao Grêmio, pois era um jogador caro e de eficiência questionável.

E pra quem acha que ele tinha alguma preferência pelo Grêmio, basta lembrar de uma entrevista que ele deu pro Olé logo que foi contratado pelo tricolor, dizendo que queria voltar para a Europa o quanto antes, dando a entender que vir para cá era uma espécie de "recuo estratégico".

Frederico disse...

Gurizada, como o Gustavo lembrou, ele veio para o Grêmio dizendo que queria voltar para a Europa. Queria apenas ficar perto da família porque o filho iria nascer. Portanto, já sabíamos do que se tratava. Eu não me enganei com as juras de amor e a tal identificação com a torcida.

Para piorar, vide entrevista do Meira ontem, a subcelebridade Wandanada, deve ter buzinado os ouvidos dele querendo voltar p/ a Europa. Quando a mulher enche as pelotas, não adianta...

Para mim ele não faz falta, desagregava o vestiário, custava caro e não foi decisivo quando precisamos naquele jogo do Mineirão.

martina disse...

bueno. tem mais uma coisa: bem ou mal, o catania tá jogando o campeonato italiano, a primeira divisão. por pior que seja, é mais vitrine do que o gauchão.