Eu sempre vi nos jogos com estádio acanhado e campo embarrado uma característica histórica, para não dizer folclórica, do futebol gaúcho. Sem saber de maior detalhes fiquei contente em saber que o gramado do Aldo Dapuzzo estava encharcado. Mas hoje em dia deveria existir uma linha que separa o que é tradicional/vintage/rústico do totalmente incompatível com a prática do futebol profissional. Infelizmente sou obrigado a colocar o que vi sábado em Rio Grande (reparem na foto abaixo no desnível na junção da meia lua com a linha da grande área próximo ao pé do Rhodolfo) nesta última categoria.
Diante desse cenário e do fato do Grêmio ter tido um compromisso desgastante no meio de semana, eu me valho da definição do Carta na Manga, que afirmou que a ideia de usar o time titular contra o São Paulo foi um exagero que se revelou um erro. No primeiro tempo a equipe de Enderson Moreira teve algum domínio, mantendo a posse de bola, chegando a ingressar na área adversária, mas não tendo efetivamente grandes oportunidades de marcar. Parece ter faltado um pouco mais de inspiração/transpiração para tanto, e talvez seja uma demasia exigir a presença destes elementos imediatamente após uma partida de Libertadores. Mas também é preciso fazer a ressalva de que o São Paulo saiu vencedor não só pelo gramado ruim ou pela falta de foco do Grêmio. O time da casa fez uma partida correta, sendo eficiente na sua estratégia, suportando bem os 45 minutos iniciais e crescendo na segunda etapa.
O campeonato gaúcho tem uma série de problemas que por si só nos fazem questionar a competência da federação em organizar a competição. Mas quando vemos que alguns clubes são obrigados a enfrentar mais problemas do que outros podemos questionar outros aspectos além da competência da FGF. Vimos aqui que o Grêmio, historicamente, tem mais partidas como visitante do que o seu principal rival. Logo, tem sempre mais chances de ser obrigado a enfrentar uma fumaceira como a de ontem em Rio Grande. Também se demonstrou que o Grêmio é obrigado a percorrer maiores distâncias do que o co-irmão, logo tem maiores chances de desgastar ao longo da competição. E assim em diante.
O nível de desonestidade no Gauchão é tão grande que se rouba até quando não é necessário. O Inter já estava praticamente garantido como 1° geral. E o São Paulo tinha grandes chances de segurar a vitória sem a ajuda da arbitragem.
Disse aqui que Eleno Todeschini segue a escola gaúcha de arbitragem de fazer cara de mau e procurar confronto com os jogadores. Poderia fazer isso sem rasgar as regras do jogo. Ele acabou marcando um pênalti numa falta cometida fora da área. E fez isso de maneira autossuficiente, sem consultar os seus auxiliares (justamente ele que recebeu reclamações por uma lance parecido poucas rodadas antes).Tão grave quanto isso foi o fato dele ter dado um amarelo para Wendell na falta que culminou com o pênalti e não ter dado cartão para o lateral Nêgo por uma falta muita parecida em Luan em uma jogada ocorrida poucos segundos antes.
Poderia relevar isso tudo se acreditasse que haveria o reconhecimento de tais erros e a partir disso poderíamos ver um processo de aprendizado e melhoria da nossa arbitragem. Mas isso simplesmente não vai acontecer. Não é o que o status quo quer. Tão logo o jogo acabou já tinha jornalista defendo o juiz. O diretor do Grêmio disse que o árbitro ofendeu ele e os seus atletas. E a reação do sindicato dos arbitros foi emitir uma nota ameaçando o dirigente (e todo mundo se pergunta onde estava o mesmo sindicato quando D´alessandro disse que o Inter havia sido "roubado" por Leandro Vuaden no início de fevereiro?)
É uma pena ter que se aproximar da conclusão de que o Grêmio tem que abandonar o campeonato. Jogos como esse de Rio Grande poderiam ser bem legais.
Fotos: Daniel Corrêa (Sport Club São Paulo)
São Paulo 2x1 Grêmio
SÃO PAULO: Pablo; Nêgo, Cesinha, Júnior Sergipano e Correia (Wanderley, 39'/2ºT); Guilherme, Balduíno, Murilo e Michel (Nata, 21'/1ºT); Chumbinho (Gilian, 21'/2ºT) e Carlos Alberto
Técnico: Luis Lombardi.
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Pará, Rhodolfo, Bressan e Wendell; Edinho, Ramiro, Riveros e Zé Roberto (Dudu, Intervalo); Luan (Maxi Rodríguez, 30'/2ºT) e Barcos (Lucas Coelho, Intervalo)
Técnico: Enderson Moreira
12ª Rodada - Campeonato Gaúcho 2014
Data: 1º de março de 2014, sábado, 16h20min
Local: Estádio Aldo Dapuzzo, Rio Grande.
Público: 8.269 (6.224 pagantes)
Arbitragem: Eleno Gonzalez Todeschini
Auxiliares: Alduino Mocelin e Vilmar Burini.
Cartões amarelos: Correia, Murilo, Cesinha, Balduíno (S); Ramiro, Riveros, Wendell (G)
Gol: Carlos Alberto, aos 12 minutos, Murilo (de pênalti), aos 22 minutos, e Dudu, aos 41 minutos do segundo tempo.
2 comentários:
a direção do Gremio parece ter assinado um pacto de subserviencia a FGF, prensa-vermelha e SCI ( não seria a mesma coisa ) já vai mais de decada. Somos roubados, rejudicados, ofendidos e nossos diretivos se borram prá criticar. qual a logica de suportar um Carlos Simon apintando grenais por mais de década? e o funcionario que vibrou em pleno Olimpíco detras da goleira por um penalti contra nós?
Primeira fase com 19 rodadas é uma insanidade. A do Camp. Mineiro tem 11, nem muito nem pouco.
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