segunda-feira, novembro 23, 2009

Seminário MGI - Rodrigo Caetano e Julinho Camargo

Ontem compareci no seminário Gestão de Futebol, promovido pelo Movimento Grêmio Independente (MGI). Os palestrantes foram Rodrigo Caetano (diretor de futebol do Vasco da Gama) e o Julinho Camargo (técnico do Caxias).


Julio Camargo falou sobre “A Montagem de um Time de Futebol”:
- Disse que um time deve contar com cerca de 40% de atletas oriundos da base
- Explicou as diferenças de métodos e fases de aprendizagem através das idades
- Falou que a melhor fase para "trabalhar" um jogador é dos 7 aos 11 anos, mas que os atletas fatalmente chegam nos clubes mais tarde
- Lembrou que hoje as comissões técnicas são composta por diversos profissionais, de diversas áreas, e que todos devem ser valorizados.
- Concordou com a dificuldade dos times do sul em formar atacantes, muito embora tenha sido perguntado especificamente sobre o Grêmio e centroavantes.
- Falou sobre a questão do jogador estar pronto ou não. Lembrou os caso do Lucas e Carlos Eduardo, ambos nascidos em 1987, mas o volante foi lançado em 2005 enquanto o meia só subiu para os profissionais em 2007.
- Nos profissionais, disse que prefere iniciar trabalhando com um grupo menor, e depois ir somando atletas. Lembrou a máxima "jogador ruim, cedo ou tarde, acaba jogando"
- Na base, disse que quanto menor a idade, maior deve ser o grupo de jogadores, pois a margem de erro é maior. Lembrou o caso do Douglas Costa, que vindo do Futsal (Cepe de Canoas) demorou a se firmar.


Rodrigo Caetano, falou sobre “Organização e Estrutura do Departamento de Futebol Profissional”:
- Iniciou falando sobre a sua formação, ressaltando que vinha da área da Administração, e não da Educação Física, como a maioria dos profissionais do futebol.
- Lembrou que trabalhos como o seu normalmente são feitos em clubes em crise, e que o profissional tem que estar preparado para isso, levando com ele um modelo a ser implementado
- Disse que o profissional tem que conhecer o clube, o estatuto o organograma, e entender as diferenças de cada time. Lembrou que o Vasco tem os esportes olímpicos até no hino.
- Por diversas vezes disse que o gestor do futebol deve respeitar o orçamento apresentado, bem como trabalhar em conjunto com os departamentos jurídico e financeiro.
- Disse que, tirando dívidas antigas, não há razão para um clube de futebol ser deficitário. Saudou o fato de o Vasco estar no grupo I das cotas de TV.
- Disse que é possível trabalhar com orçamento limitado, sendo necessário o uso de criatividade.
- Disse que pior do trabalhar com pouco dinheiro é trabalhar com pouca estrutura.
- Saudou o Grêmio por desenvolver seus próprios softwares de gestão. Lamentou que o Vasco não faça o mesmo.
-Valorizou a profissionalização no futebol, mas disse que os dirigentes políticos são fundamentais.
- Disse que era preciso saber trabalhar com empresários. Sobre parcerias em direitos de jogadores, disse que é preciso que os clubes estabeleçam critérios claros sobre o tema (uma espécie de cartilha)
- Lembrou que é preciso valorizar os profissionais que trabalham na base, que por vezes recebem pouco, comparado com os valores que acabam gerando pro clube. Cogitou a idéia de alguma participação dos mesmo em resultados.
- Também cogitou a possibilidade de se remunerar os atletas profissionais com um salário fixo e outro variável, de acordo com metas e etc...
- Disse que os clubes precisam abrir espaço para jogadores da base. Disse que o ideal é trabalhar com um grupo de 30 atletas, onde cerca de 25 seriam fixos e as outras 5 vagas iriam sendo preenchidas por jogadores da base (Aqueles atletas que o treinador puxa da base para observar melhor) .


Enfim, acho que era isso. Sei que a palestra departamento de futebol, e não sobre a vida do Rodrigo Caetano, mas acho que ele poderia ter falado um pouco mais sobre a sua trajetória no futebol. Abaixo segue uma reportagem da Zero Hora, do ano de 1995, falando a carreira dele até então:

6 comentários:

Anônimo disse...

Creio que os softwares de gestão foram desenvolvidos pelo Antonini, quando era diretor de informática.

Anônimo disse...

Creio que os softwares de gestão foram desenvolvidos pelo Antonini, quando era diretor de informática.

martina disse...

que legal, andré.
baita relatório pra quem não pode ir.

que dirigentes políticos sejam importantes, não há dúvida. mas quando se trata de dirigir áreas específicas, profissionalismo e conhecimento técnico é importante, né. não é no mkt do clube que o cara vai aprender o que é mkt, por exemplo.

sobre o salário variável, que ele propõe: seria uma espécie de bicho institucionalizado?

André Kruse disse...

Quase isso, teria premio por títulos, posições e etc.., mas principalmente pelo número de jogos que disputou no ano.

Francisco Luz disse...

Até onde eu sei, o Atlético de Madrid tem um esquema parecido com esse, mas com a diferença no variável: cada um recebe o mesmo salário ao longo do ano, e a diferença de cada caso (entre quem recebe x e 2x por mês) é paga só em maio, quando termina a temporada.

Assim, teoricamente todos acabam ganhando a mesma coisa enquanto jogam. Não tem dado muuuito certo, entretanto.

André Kruse disse...

Ele deu o exemplo do Barcelona, em que o numero de jogos é levado em conta na remuneração anual