"Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, após o treino físico no estádio Olímpico, o técnico Paulo Autuori afirmou que terá mais 48 horas para definir sua permanência no time. Caso o treinador volte ao Al-Rayyan, do Catar, a direção trabalha com o nome de Silas, que atualmente treina o Avaí." (Final Sports - 10/11/2009 - 18:24:47 - por Gabriela Aerts)
Autuori: "–Pedi um prazo de 48h para ver se os clubes se acertam. Esta negociação entre os clubes é fundamental para definir minha posição. É uma situação diferente. Tem que ver o que será benéfico para o Grêmio em termos de grana, e isso também tem que ser definido pela direção, isso também conta, eu sou dependente disso" (ClicRBS, 10/11/2009, 18h26min)
Meira: “É importante que o Grêmio receba uma compensação financeira e nós apenas trabalhamos em cima dessa hipótese. Acredito que essa situação possa se resolver antes dessas 48 horas”
Autuori: "–Pedi um prazo de 48h para ver se os clubes se acertam. Esta negociação entre os clubes é fundamental para definir minha posição. É uma situação diferente. Tem que ver o que será benéfico para o Grêmio em termos de grana, e isso também tem que ser definido pela direção, isso também conta, eu sou dependente disso" (ClicRBS, 10/11/2009, 18h26min)
Meira: “É importante que o Grêmio receba uma compensação financeira e nós apenas trabalhamos em cima dessa hipótese. Acredito que essa situação possa se resolver antes dessas 48 horas”
Como é que os dirigentes permitem que o clube seja submetido a isto? Ainda mais depois de todo o tempo que o Grêmio esperou por Autuori?
Por que a torcida tem que ficar assistindo à esse jogo de empurra de clube e treinador, esperando que alguém de pulso tome uma atitude minimamente condizente com a situação.
O Grêmio não tem que dar 48, 24 ou 12 horas para Autuori. Tem é que dar um ultimato.
Como é que o presidente do clube não se manifesta mais enfaticamente numa hora dessas?
Compensação financeira? Alternativas? Plano B? O ano de 2009 não tinha sido sacrificado em nome do planejamento em longo prazo? em nome da convicçao em Autuori?
Grêmio começa mal 2010.
Não faço idéia de como é receber uma proposta milionária, mas Autuori não recebe um salário de fome no Grêmio. Se tem o mínimo de digninidade, deveria permanecer em Porto Alegre, pela obrigação de fazer um 2010 melhor do que 2009.
Uma análise mais racional do caso foi feita pelo Vicente Fonseca, no Carta na Manga. Análise esta que merece transcrição integral:
Um ultimato, por favor
Grêmio, Paulo Autuori e Al-Rayyan já protagonizaram a grande novela do ano de 2009, que conseguiu superar, inclusive, a da contratação de Maxi López (e olha que esta teve direito a final épico, com o jogador cruzando o Pampa de automóvel). Inacreditavelmente, estão prestes a repetir a dose.
Não é recomendável fazer jornalismo em cima de especulações, mas ninguém rebate firmemente nenhuma delas. Luiz Onofre Meira não garante o treinador no Olímpico para 2010. Diz confiar em sua palavra, mas também não nega ter um plano B. O mesmo discurso tece o presidente Duda Kroeff. Autuori diz estar focado no trabalho e no planejamento da próxima temporada, mas não nega que a proposta de R$ 16,8 milhões em salários (o equivalente ao campeão de 2009 da Fórmula-1, Jenson Button) lhe balança - a quem não balançaria?
Só não dá para saber quem tem a posição mais esdrúxula nesta história toda. Paulo Autuori fez o Grêmio esperar 50 dias em meio ao momento mais importante do ano para assinar contrato. Mostrou-se seduzido com a volta de poder competir em alto nível num gigante do futebol brasileiro, e ainda mais com a possibilidade de gerir as categorias de base do clube. Estava disposto a perder dinheiro. E agora pensa em voltar às Arábias para...ganhar dinheiro! O Al-Rayyan, por sua vez, deixou o treinador ir embora em maio e agora faz proposta exorbitante para que volte. Por que o deixou ir, então? Se os petrodólares compram tudo, por que não propuseram reajuste há seis meses atrás, e não agora? E o que falar do Grêmio, que esperou dois meses pelo seu novo técnico, pôs em risco a temporada em nome de um projeto maior e agora, na hora que Autuori seria realmente alvo maior de cobranças, na hora de planejar e pensar um time que ele próprio fosse montar, pode perdê-lo - e pior, para o mesmo clube do qual foi contratado?
Caso Autuori vá mesmo embora, e é a impressão que tenho a cada entrevista que ouço a respeito do caso, muitos ficarão com a imagem abalada. O próprio técnico, que foi motivo de angústia para a torcida por toda a espera que antecedeu sua vinda, e que não obteve bons resultados nos seis meses que comandou o time. Dificilmente ele deixará "portas abertas", como costuma dizer, no Olímpico, caso volte ao Catar. Duda e Meira, por sua vez, pagarão o mico do ano. Esperaram por um treinador que lhes abandonará seis meses depois. Com esta manobra de mão dupla, comprometeram o ano do Grêmio e o projeto todo envolvendo o futebol do clube. A relação com a torcida, que já é tensa, beiraria o insustentável. Já o Al-Rayyan estaria nos dando um exemplo de porque os times árabes, mesmo com todo o dinheiro que têm, não fazem nem cócegas em competições intercontinentais: falta-lhes um mínimo de coerência.
O mínimo que a direção gremista pode fazer para contornar este problema é ter uma conversa definitiva com o treinador e dar um ultimato sobre sua permanência ou saída. Mais uma novela, mais um mês de indefinição, desgastaria a imagem de todos e traria sérias consequências para o ano que vem, tão ou mais pesadas que as sofridas em 2009. É lógico que o clima para Autuori poderá ficar pesado caso sua saída seja confirmada logo, mas é preciso pensar no bem do Grêmio, uma vez que seja, afinal, a instituição está acima de todos. É hora de definições. Se Autuori bate o pé e fica, ótimo: o trabalho continua. Se não tem convicção ou quer sair, que deixe o clube logo. O Grêmio não pode esperar mais do que esperou por ele. Tem de aproveitar para já pensar em 2010 desde agora: Autuori? Adílson? Tite? Silas? É uma vantagem que tem relação a vários clubes que ainda disputam algo no Brasileirão. Uma vantagem que adquiriu pela incompetência demonstrada dentro de campo, como foi o abril de 2008, tão bem aproveitado, e que gerou um belo Brasileirão no ano passado.
Que o tricolor saiba aproveitar esta chance de recuperação, então, agindo logo. Ter este tempo, no Brasil, é raridade. Seguir perdendo tempo, e repetir a longa espera de abril e maio deste ano, é pecado mortal.
Grêmio, Paulo Autuori e Al-Rayyan já protagonizaram a grande novela do ano de 2009, que conseguiu superar, inclusive, a da contratação de Maxi López (e olha que esta teve direito a final épico, com o jogador cruzando o Pampa de automóvel). Inacreditavelmente, estão prestes a repetir a dose.
Não é recomendável fazer jornalismo em cima de especulações, mas ninguém rebate firmemente nenhuma delas. Luiz Onofre Meira não garante o treinador no Olímpico para 2010. Diz confiar em sua palavra, mas também não nega ter um plano B. O mesmo discurso tece o presidente Duda Kroeff. Autuori diz estar focado no trabalho e no planejamento da próxima temporada, mas não nega que a proposta de R$ 16,8 milhões em salários (o equivalente ao campeão de 2009 da Fórmula-1, Jenson Button) lhe balança - a quem não balançaria?
Só não dá para saber quem tem a posição mais esdrúxula nesta história toda. Paulo Autuori fez o Grêmio esperar 50 dias em meio ao momento mais importante do ano para assinar contrato. Mostrou-se seduzido com a volta de poder competir em alto nível num gigante do futebol brasileiro, e ainda mais com a possibilidade de gerir as categorias de base do clube. Estava disposto a perder dinheiro. E agora pensa em voltar às Arábias para...ganhar dinheiro! O Al-Rayyan, por sua vez, deixou o treinador ir embora em maio e agora faz proposta exorbitante para que volte. Por que o deixou ir, então? Se os petrodólares compram tudo, por que não propuseram reajuste há seis meses atrás, e não agora? E o que falar do Grêmio, que esperou dois meses pelo seu novo técnico, pôs em risco a temporada em nome de um projeto maior e agora, na hora que Autuori seria realmente alvo maior de cobranças, na hora de planejar e pensar um time que ele próprio fosse montar, pode perdê-lo - e pior, para o mesmo clube do qual foi contratado?
Caso Autuori vá mesmo embora, e é a impressão que tenho a cada entrevista que ouço a respeito do caso, muitos ficarão com a imagem abalada. O próprio técnico, que foi motivo de angústia para a torcida por toda a espera que antecedeu sua vinda, e que não obteve bons resultados nos seis meses que comandou o time. Dificilmente ele deixará "portas abertas", como costuma dizer, no Olímpico, caso volte ao Catar. Duda e Meira, por sua vez, pagarão o mico do ano. Esperaram por um treinador que lhes abandonará seis meses depois. Com esta manobra de mão dupla, comprometeram o ano do Grêmio e o projeto todo envolvendo o futebol do clube. A relação com a torcida, que já é tensa, beiraria o insustentável. Já o Al-Rayyan estaria nos dando um exemplo de porque os times árabes, mesmo com todo o dinheiro que têm, não fazem nem cócegas em competições intercontinentais: falta-lhes um mínimo de coerência.
O mínimo que a direção gremista pode fazer para contornar este problema é ter uma conversa definitiva com o treinador e dar um ultimato sobre sua permanência ou saída. Mais uma novela, mais um mês de indefinição, desgastaria a imagem de todos e traria sérias consequências para o ano que vem, tão ou mais pesadas que as sofridas em 2009. É lógico que o clima para Autuori poderá ficar pesado caso sua saída seja confirmada logo, mas é preciso pensar no bem do Grêmio, uma vez que seja, afinal, a instituição está acima de todos. É hora de definições. Se Autuori bate o pé e fica, ótimo: o trabalho continua. Se não tem convicção ou quer sair, que deixe o clube logo. O Grêmio não pode esperar mais do que esperou por ele. Tem de aproveitar para já pensar em 2010 desde agora: Autuori? Adílson? Tite? Silas? É uma vantagem que tem relação a vários clubes que ainda disputam algo no Brasileirão. Uma vantagem que adquiriu pela incompetência demonstrada dentro de campo, como foi o abril de 2008, tão bem aproveitado, e que gerou um belo Brasileirão no ano passado.
Que o tricolor saiba aproveitar esta chance de recuperação, então, agindo logo. Ter este tempo, no Brasil, é raridade. Seguir perdendo tempo, e repetir a longa espera de abril e maio deste ano, é pecado mortal.
5 comentários:
Foi-se.
Temos mais sorte que juízo.
Q vá a puta que o pariu esse veado de merda, e se voltar ao RS que seja para o lado do lago, que o futebol baitola dele tem mais a ver com o pessoal de lá.
Felizmente, nossas preces foram ouvidas, André. A situação se resolveu rapidamente, pelo bem do Grêmio.
Lamentável que uma direção que perdeu DOIS MESES NO MEIO DA LIBERTADORES para trazer um treinador não consiga mantê-lo agora. Lamentável também que este treinador que veio para cá dizendo que queria competir e perderia dinheiro por isso se vá agora justamente por dinheiro e PARA O MESMO CLUBE DE ONDE SAIU.
Que fecho melancólico de ano do Grêmio. Bem diferente do que todos nós queríamos e esperávamos. Agora é torcer para darem uma dentro e contratarem um técnico bom para começar o ano que vem. Silas e Adílson me agradam.
Não sei se Autuori é dinheirista, covarde ou mal-caráter. Boa coisa é que não é.
Veio em nome de um trabalho a longo prazo, recebeu tudo o que pediu, e aproveitou a primeira oportunidade para pedir o boné e fugir de um barco que ele mesmo contribuiu para afundar.
Deveria ter sido DEMITIDO pelos resultados apresentados, após o empate com o Sport no Olímpico, em 4 de outubro. Ele teve todo o mês de setembro com apenas um jogo por semana, e o time não melhorou com os treinos. Entretanto, por acreditar que ele deveria ter a chance de começar e conduzir um trabalho desde o começo, a direção menteve o treinador.
Como ele agradece a confiança? Pedindo demissão.
Pois, já vai tarde! Tchê, espero nunca mais ter que ouvir o nome desse cidadão...
André,
Isso posto (com o que concordo), é preciso não incentivar dois erros que custariam muito mais caro ao clube (e já tem blog gremista propondo isso):
1) Portaluppi não é técnico: só trabalha em clubes cariocas ou no Grêmio e é um mero motivador, que não entende nada de táticas. Seria direto à Série B sem escalas. Ídolo-mor dentro de campo. Façam uma estátua dele, mas deixem-no quieto. Além disso, foi o único ex-atleta que cobrou pelo depoimento ao filme "1983: O Ano Azul"(R$30 mil).
2) Felipão é caro demais e pretende ficar na Europa até o final de 2010. O SPFC deverá ficar com ele, caso Ricardo Gomes não dê certo. Além disso, Felipão nunca se deu bem em torneios de pontos corridos porque é muito mais motivador do que tático.
O futebol de longo prazo exige outro tipo de competência. Adilson Batista e Silas são os mais prováveis, mas não ficaria triste com Muricy, pois acho que ele não irá continuar no Palmeiras.
[]'s,
Hélio
Duda? Meira? Cacalo?
Idiotas completos. Sem mais.
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