quarta-feira, abril 04, 2007

Diferenças

Na Zero hora de terça feira foi publicado uma coluna de autoria de Luís Augusto Fischer (escritor, crítico literário, professor de literatura da UFRGS) sobre as diferenças da dupla grenal. Achei o texto bem interessante e coerente. De qualquer jeito vou transcrever aqui somente a parte que me convem e grifar a parte que eu bem entendo:

"Esses dias, num almoço com presença de colorados e gremistas, um francês passageiro coloca a pergunta fatídica: qual é mesmo a diferença entre o Colorado e o Grêmio? A pergunta ficou picando entre mim, colorado desde antes de nascer, e um amigo gremista, o Flávio Azevedo. Nos olhamos, ele e eu, e, por gentileza, o Flavinho deixou que eu começasse. E eu dei a minha versão das diferenças.

Ponto zero: há vários tipos de colorados e de gremistas, de forma que a generalização será sempre problemática. Mesmo assim, disse eu, ponto um: o Grêmio é um time mais parecido com os platinos, ao passo que o Colorado é um time mais brasileiro. No Olímpico, há uma fé na dedicação, na aplicação, no carrinho, ao passo que no Beira-Rio se cultiva mais a figura do craque, do bom de bola, como modelo desejável. Ponto dois: a torcida do Grêmio me parece mais apoiadora do time, ao passo que a torcida colorada me dá a sensação de ser rebocada pelo time, que quando está bem traz junto a massa.

O francês perguntou pela história de "clube do povo", e nós respondemos que de fato isso correspondeu a um momento da história dos dois clubes, quando o Inter acolheu negros e judeus, prática ausente no Grêmio naquele momento, numa diferença que hoje se diluiu. Ponto três: desde a origem, o Grêmio me parece manter uma ética coerente, que se pode chamar de burguesa, no sentido histórico do termo: nele se cultiva a idéia do empenho que resulta em fruto maduro, em lucro, o que se vê na hegemonia dos treinadores com tal visão, os de origem alemã antes, os de origem italiana agora (e o atual, Mano Menezes), enquanto no meu time transparece uma ética mais ibérica, do capitão ou do craque iluminado, um El Cid ou um Vasco da Gama do gramado, com resultados maiores adquiridos com treinadores brasileiros (Minellli, Dino Sani, Abel). "

3 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí!
Parabéns e continue com o ótimo blog. Eu acesso todo dia.
Abraço!

Anônimo disse...

Muito interessante.

Anônimo disse...

super bom o blog ;D