Quando se fala em soluções para violência nos estádios invariavelmente a Inglaterra é citada como exemplo. Apesar de apontarem para várias medidas, no debate no Brasil, esquecemos de citar a principal mudança trazida após o relatório do Lord Justice Taylor: O aumento do preço dos ingressos e a consquente mudança do público que vai a campo.Em suma o classe operária inglesa abandonou o estádios e seu lugar uma endinheirada classe média passou a lotar as arquibancadas.
Sempre achei que essa não era a saída para o Brasil, uma vez que imagino que não tenhamos um público com maior poder aquisitivo querendo ir a estádios de futebol.
Nesse domingo a o caderno Mais da Folha de São Paulo publicou uma entrevista com o sóciologo francês, Patrick Mignon,professor de sociologia do esporte. Para ele o aumento dos ingressos também não é solução para a França:
"PERGUNTA - Deve-se seguir a Inglaterra e aumentar o preço das entradas para os jogos?
MIGNON - Do meu ponto de vista, não. Por duas razões. A primeira é de princípio. Acho que o futebol deve ser um esporte acessível a todos. Segunda razão: não acredito que a medida funcionaria na França, porque não sei se na França, em Paris, Marselha ou Lyon há pessoas fora dos estádios esperando uma chance de entrar. Na Inglaterra, é possível aumentar os preços porque há uma fila de espera. Não acho que estejamos na mesma situação."
Sempre achei que essa não era a saída para o Brasil, uma vez que imagino que não tenhamos um público com maior poder aquisitivo querendo ir a estádios de futebol.
Nesse domingo a o caderno Mais da Folha de São Paulo publicou uma entrevista com o sóciologo francês, Patrick Mignon,professor de sociologia do esporte. Para ele o aumento dos ingressos também não é solução para a França:
"PERGUNTA - Deve-se seguir a Inglaterra e aumentar o preço das entradas para os jogos?
MIGNON - Do meu ponto de vista, não. Por duas razões. A primeira é de princípio. Acho que o futebol deve ser um esporte acessível a todos. Segunda razão: não acredito que a medida funcionaria na França, porque não sei se na França, em Paris, Marselha ou Lyon há pessoas fora dos estádios esperando uma chance de entrar. Na Inglaterra, é possível aumentar os preços porque há uma fila de espera. Não acho que estejamos na mesma situação."
3 comentários:
O aumento no preço na Inglaterra não foi um mero "vamos aumentar os preços", mas resultado das reformas impostas aos estádios pelo Estado. Como a capacidade diminuiu e aumentou o conforto, associado aos custos da reforma, os aumentos foram inevitáveis. Eles continuaram a subir em virtude da demanda reprimida (muito, exatamente, pela redução na quantidade de ingressos).
Um abraço.
a questão é que o antigo público não foi educado.
O que aconteceu foi que ele foi sendo substituído por quem pagava mais.
Inclusive tem que compare os atuais torcedores da Premiership a turistas japoneses
No brasil corre-se o risco de aumentar a qualidade, aumentando o preço por consequuencia e não ter ninguem, que possa pagar, disposto a ir.
André, se o que dizes ("não ter ninguem, que possa pagar, disposto a ir") a conseqüência é o preço baixar. Há público disposto a ir aos jogos, não vão por diversos motivos: dificuldade de acesso ao estádio, estádios que mais parecem possilgas, alto custo/benefício no programa, rendimento baixo do time, segurança, etc.
Eu duvido que os ingressos fiquem muito mais caros do que já estão. Mas, estarão mais condizentes com o conforto, comodidade e segurança oferecidos.
Não te esqueças que os baderneiros são minoria. Uma minoria violenta, ruidosa e chata. Mas minoria.
Um abraço.
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