Pro meu gosto o campeonato brasileiro por pontos corridos tem uma série de problemas, mas aparentemente tal fórmula virou um dogma, sendo impossível questiona-lá.
Gosto de final, onde o campeonato é decidido somente pelos postulantes ao título, e não por terceiros. Nos pontos corridos a disputa pode ser definida pelos interesses, nem sempre muito claros, de um Barueri.
Ano passado o Vitória mostrou uma vontade fora do comum para ganhar do Grêmio em Salvador. Foi mala branca? Foi revanche de Mancini? Ou simplesmente foi a vontade ganhar do então líder do campeonato?
Pois nas últimas semanas a tal da mala branca voltou a ser discutida (estranho como alguns temas aparecem e desaparecem na mídia). A princípio inexistiria problema de um jogador receber incentivo para ganhar. Contudo, a partir do momento em que se admite que o dinheiro influencia positivamente o rendimento é de se supor que a ausência do mesmo possa causar o efeito contrário.
O que se desenha no atual brasileiro é uma situação onde times sem pretensões próprias acabam tendo um imenso poder nas mãos, podendo barganhar e definir os rumos do campeonato, conforme lhes for mais conveniente. E com a distribuição absurda de vagas para Sulamericana são muitos os times que estão no limbo do campeonato. Entre estes está o Grêmio, fato reconhecido, ainda que tardiamente, por sua própria direção.
A tempo se desenhava a possibilidade de um ou outro resultado do Grêmio acabar ajudando ou prejudicando o Internacional. Inicialmente a discussão se estabeleceu na torcida. Ganhar e ajudar o rival ou perder e afundar eles junto?
Muito influenciado pelo que aconteceu em 2008, minha vontade era de que o Grêmio não fizesse o menor esforço para ganhar de São Paulo e Palmeiras.
Lá pelas tantas a imprensa local resolveu que era o momento de tratar do tema: Meira e Souza lamentaram o ocorrido em 2008, mas garantiram empenho total contra São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo.
Não me fizeram mudar de idéia. Surgiu a história da mala branca. Desavisado e ingênuo, Rafael Marques disse que aceitaria dinheiro do co-irmão. Igualmente não me agradou.
Contudo, ao ler os posts do Minwer, no Globo Esporte e do Cassiano, no Grêmio Libertador confesso que fiquei um pouco balançado. Falam com propriedade em jogar pela honra, pela camisa, pela tradição, para justificar o salário.
Tudo muito bem colocado, mas ainda assim eu pergunto. Jogar pela honra? Mas que honra é essa? Qual é a glória em disputar o sétimo lugar? Grêmio estaria honrando sua tradição caso estivesse disputando o título, ou se credenciando para disputar o maior certame das Américas, o que definitivamente não é o caso.
Podem chamar de mesquinharia, mas o fato é que vivemos em intensa rivalidade, em dualismo, onde a gangorra pode até quebrar äs vezes, mas funciona na maioria do tempo, onde um pragmatismo desiludido pode acabar sendo mais útil do que a suposta defesa da honra.
Claro que é uma questão complicada, envolvendo uma série de fatores e componentes, onde diversos são os pontos de vista válidos, ainda que conflitantes. Acho que só não há mais lugar para hipocrisia e para as velhinhas de Taubaté, com aquele velho e vencido discurso de que "isso não existe no futebol", ou "isso é coisa que acontecia no passado" e etc...
Ano passado o Vitória mostrou uma vontade fora do comum para ganhar do Grêmio em Salvador. Foi mala branca? Foi revanche de Mancini? Ou simplesmente foi a vontade ganhar do então líder do campeonato?
Pois nas últimas semanas a tal da mala branca voltou a ser discutida (estranho como alguns temas aparecem e desaparecem na mídia). A princípio inexistiria problema de um jogador receber incentivo para ganhar. Contudo, a partir do momento em que se admite que o dinheiro influencia positivamente o rendimento é de se supor que a ausência do mesmo possa causar o efeito contrário.
O que se desenha no atual brasileiro é uma situação onde times sem pretensões próprias acabam tendo um imenso poder nas mãos, podendo barganhar e definir os rumos do campeonato, conforme lhes for mais conveniente. E com a distribuição absurda de vagas para Sulamericana são muitos os times que estão no limbo do campeonato. Entre estes está o Grêmio, fato reconhecido, ainda que tardiamente, por sua própria direção.
A tempo se desenhava a possibilidade de um ou outro resultado do Grêmio acabar ajudando ou prejudicando o Internacional. Inicialmente a discussão se estabeleceu na torcida. Ganhar e ajudar o rival ou perder e afundar eles junto?
Muito influenciado pelo que aconteceu em 2008, minha vontade era de que o Grêmio não fizesse o menor esforço para ganhar de São Paulo e Palmeiras.
Lá pelas tantas a imprensa local resolveu que era o momento de tratar do tema: Meira e Souza lamentaram o ocorrido em 2008, mas garantiram empenho total contra São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo.
Não me fizeram mudar de idéia. Surgiu a história da mala branca. Desavisado e ingênuo, Rafael Marques disse que aceitaria dinheiro do co-irmão. Igualmente não me agradou.
Contudo, ao ler os posts do Minwer, no Globo Esporte e do Cassiano, no Grêmio Libertador confesso que fiquei um pouco balançado. Falam com propriedade em jogar pela honra, pela camisa, pela tradição, para justificar o salário.
Tudo muito bem colocado, mas ainda assim eu pergunto. Jogar pela honra? Mas que honra é essa? Qual é a glória em disputar o sétimo lugar? Grêmio estaria honrando sua tradição caso estivesse disputando o título, ou se credenciando para disputar o maior certame das Américas, o que definitivamente não é o caso.
Podem chamar de mesquinharia, mas o fato é que vivemos em intensa rivalidade, em dualismo, onde a gangorra pode até quebrar äs vezes, mas funciona na maioria do tempo, onde um pragmatismo desiludido pode acabar sendo mais útil do que a suposta defesa da honra.
Claro que é uma questão complicada, envolvendo uma série de fatores e componentes, onde diversos são os pontos de vista válidos, ainda que conflitantes. Acho que só não há mais lugar para hipocrisia e para as velhinhas de Taubaté, com aquele velho e vencido discurso de que "isso não existe no futebol", ou "isso é coisa que acontecia no passado" e etc...
9 comentários:
Se alguma dia esses times que estão lá na sula realmente usarem seu poder, se articulando e jogando estrategicamente, talvez o campeonato se torne mais interessante pra quem apenas cumpre tabela, e totalmente desesperador pra quem depende deles. Consequentemente, mais divertido pra quem ainda pode atrapalhar a vida do rival.
A fórmula do cameponato permite o uso desse tipo de artifícios, e como tu bem disse no texto, usar ou não é uma questão ética bem discutível.
É muito boa essa discussão, André. No dia que ela for levada a sério, talvez balancem os argumentos de quem considera o campeonato de pontos corridos a fórmula mais justa.
André, uma coisa que não escrevi ali porque acho que não cabia é que os vermelhos não disputam o título, só uma vaga na LA'10, com Atlético, Cruzeiro e Palmeiras. Os 2 últimos são nossos adversários fora de casa e a gente sabe bem o que tem acontecido.
Se for pra entregar, que sejam os jogos fora, onde ninguém desconfiaria. :) hehehe
E, se eles disputam o título estando a 6 pontos dos líderes, a gente pode perfeitamente ultrapassá-los, estando 5 pontos atrás.
Abs
Mais um ponto. É muito melhor terminar em sétimo que em décimo segundo...
Querem saber? Se o Grêmio vencer os 5 jogos que faltam, classifica para a Libertadores.
Óbvio que as chances disso acontecer são praticamente nulas, mas não dá pra desconsiderar.
Não posso concordar com o lance de "entregar" jogos, jamais.
Ano passado, eu não considerei que o Inter entregou para o São Paulo. Foi um resultado absolutamente normal, o Inter tomou 4 do Coritiba, 3 da Portuguesa, ficou 21 pontos atrás do SPFC.
No fim, fica bastante óbvia aquela minha teoria de que os que saem ganhando com a nossa divisão são os de fora. O SPFC teria ganho decisivos 3 pontos em 2008 e, quem sabe, em 2009, em virtude dessa birra.
Concordo contigo Martina, mas pra isso acontecer seria necessário dirigentes mais corajosos e menos hipocritas.
Minwer, também acabei nao mencionando tal fato. Momentaneamente eles nao disputam o título, o que deixa a situação menos dramática.
Sancho, não tem diferença. Os dois acabam na Sula
Gustavo, eu sou mais pragmatico. Claro que é outra situação, mas lembra do Telê em 78.
Lourenço, o resultado foi normal. Já a atuação...
AK,
Só exemplificando: se terminarmos em sétimo, não haverá nada senão resignação na Azenha pela mediocridade; se formos décimo segundo, mesmo que termine na Sul-Americana também, o clube implodirá de vergonha.
Sétima é uma posição média, ainda se está entre os 8. Já ser 12º é vexaminoso.
Um abraço.
Olhando por este lado eu concordo contigo
O ano já é um vexame em si, entreguem ou não entreguem. Só acho o seguinte. Não ganharam fora até agora, vcs acham que eles vão ganhar agora? Não é nem questão de entregar, é falta de vergonha na cara mesmo. Abs!
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