Jean (na vaga de Héverton) era a única novidade da equipe no barradão. O Grêmio começou bem, tendo a iniciativa do jogo e dominando o Vitória. Cedo no jogo Marcel entrou na área e levou um carrinho do jogador do Vitória, que não acertou a bola. Pênalti? Obviamente que Héber não marcou. O Grêmio tinha volume de jogo, chegava pelos dois lados do campo, mas, tirante um chute de Reinaldo e um carrinho de Réver, o Grêmio não teve grandes oportunidades. Aos 17 Reinaldo novamente se machucou, André Luís entrou ligado no jogo. Aos 25, justiça no placar: Marcel lançou Souza, que escapou pela ponta direita e cruzou rasante para a área, Anderson Martins foi se antecipar à André Luís e acabou fazendo contra. Justiça sim, porque até os 30 minutos Victor era mero espectador da partida. O Grêmio relaxou um pouco com o gol, permitindo que o Vitória se aproximasse com facilidade da área tricolor. O jogo ficou aberto. Victor salvou em lance surgido após linha de impedimento mal feita. Tripodi desperdiçou chance criada por Marquinhos, após bola recuperada em lance que o árbitro deu suposta vantagem para a equipe gremista. Em compensação o Grêmio teve ao menos 3 chances claríssimas de matar o jogo. A bela jogada de André Luís e o chute por cima de Rafael Carioca. A cabeçada de André Luís após lançamento de Tcheco e a indecisão do mesmo André Luís quando ficou cara a cara com o goleiro.
Com o resultado paralelo em São Januário eram dois os sentimentos no final do primeiro tempo: a) o campeonato poderia terminar ali. b) "Não podemos perder tantos gols assim num jogo como esse. Depois isso faz falta, levamos pressão lá atrás no fim do primeiro tempo" conforme profetizou Tcheco"
O segundo tempo começou mal com o anúncio do gol de Hugo para o São Paulo. Ficou ainda pior com o gol de Leandro Domingues logo aos 4 minutos. O Grêmio sentiu o golpe, o futebol apresentado no primeiro tempo desapareceu. Como já aconteceu antes no campeonato, havia tempo para uma reação, faltava futebol. Amaral foi expulso, o time sentiu mais ainda. Aos 17 a virada do Vitória, num lance que combinou a falta de qualidade com o azar. Hélder foi cortar o cruzamento e jogou contra os pés de Williams, a bola acabou tomando a direção do gol, sem que Victor pudesse fazer algo. Roth tentou mudar (colocou Paulo Sérgio no lugar de Rafael Carioca). Não melhorou e nem piorou. O relógio mostrava que o Grêmio ainda tinha tempo de sobra para buscar um virada. Mas o time parecia desenganado. Rapidamente, em 2 chances em 4 minutos o Vitória fez mais dois gols. Pragmático, troquei de canal e fui torcer aonde ainda haviam chances, mas peguei um Vasco já sem nenhum poder de reação. Voltei ao jogo tricolor a tempo de ver Souza fazer um gol que tão somente servirá para preencher o quadro dos gols mais bonitos de programas esportivas.
Foi muito "bom" acompanhar pela imprensa a semana que antecedeu a este jogo decisivo para o Grêmio. No espaço dos esportes só se falou em casos de polícia e no despudorado lobby feito para uma segunda vaga a libertadores para um time gaúcho. Obviamente não foi por isso que o Grêmio perdeu. Para evitar o masoquismo, não acompanhei a repercussão do jogo e da rodada.
Foi no mínimo estranho o relato de Jean sobre o que lhe disse o juiz do jogo:“Quando eu fui reclamar da expulsão do Amaral, sabem o que ele falou para mim? 'Jean, segura lá na defesa e se prepara para o balaio que vocês vão tomar hoje aqui'”.
A expulsão de Amaral não foi um erro absurdo, mas sim um exagero. Um bico dado na canela de Marcel, as travas deixadas na coxa de Souza, um chute no calcanhar de Rafael Carioca: nenhuma dessas jogadas teve cartão amarelo como punição. A falta de Amaral, sem violência, no metade do campo, junto à lateral, levando-se em conta o mesmo critério, igualmente não merecia advertência.
Héber foi pressionado por Renan do Vitória, fez um teatro de que não sabia que aquele era o segundo amarelo do jogador gremista, o expulsou e depois se virou para o jogador do time baiano como que querendo demonstrar que não aceitaria pressões.
Não entendo como o Grêmio não reclama da presenta constante de Héber Roberto Lopes na imensa maioria dos jogos decisivos do tricolor. Mas também não foi por isso que o Grêmio perdeu.
Ficou bem claro que a Mala Preta, que demorou a chegar, desembarcou sim em Salvador. Uma coisa é um time jogando sério, como foi o Coritiba no Olímpico (Vi o "teipe" no sábado); Outra é uma equipe hiper-motivado como foi o Vitória, jogadores alucinados quando faziam um gol que lhes valeria muito pouco. Ok, faz parte do futebol, mas nem por isso eu devo gostar e achar tudo legal. Mas tenham certeza, Vitória, seus jogadores e seu treinador estão "marcados na paleta".
Quanto à torcida presente no barradão, digo que cada um determina suas preferências, que neste caso justificam uma histórica subserviência.
Vitória 4 x 2 Grêmio
Anderson Martins (contra) 25´
Leandro Domingues 49´
Williams 62´
Jackson 70´
Marcelo Cordeiro 74´
Souza 90+1
VITÓRIA: Viáfara, Marco Aurélio, Leonardo Silva, Anderson Martins e Marcelo Cordeiro; Vanderson (Wallace, 27'/2ºT), Renan, Wiliams e Leandro Domingues; Marquinhos e Trípodi (Osmar, intervalo) (Jackson, 7'/2ºT).
Técnico: Vágner Mancini.
GRÊMIO: Victor; Amaral, Réver e Jean; Souza, Rafael Carioca (Paulo Sérgio, 18'/2ºT), William Magrão, Tcheco e Hélder (Orteman, 30'/2ºT); Reinaldo (André, 17'/1ºT) e Marcel.
Técnico: Celso Roth
36ª Rodada - Campeonato Brasileiro 2008
Data: 23/11/2008 – Domingo - 17h00min
Estádio: Barradão, Salvador (BA)
Público: 9.515 pagantes
Renda: R$127.425,00
Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR)
Auxiliares: Gilson Bento Coutinho (PR) e Flavio Gilberto Kanitz (GO)
Cartões Amarelos: Renan, Marcelo Cordeiro, Leandro Domingues e Viáfara (Vitória); Paulo Sérgio (Grêmio)
Cartão Vermelho: Amaral, 14'/2ºT (GRE)
Gols: Anderson Martins (contra), 25'/1ºT ; Leandro Domingues, 4'/2ºT Williams, 17'/2ºT ; Jackson, 25'/2ºT ; Marcelo Cordeiro, 29'/2ºT ; Souza, 46'/2ºT
6 comentários:
Tem time! O que não tem é técnico! Então vejamos apenas dois exemplos:
1. Batemos o Goiás no Serra Dourada e com folga no primeiro turno. Perdemos de virada, no Olímpico, no segundo turno.
2. Batemos o Figueirense de goleada, no Orlando Scarpeli, no primeiro turno. Empatamos, depois de estarmos vencendo, no Olímpico, pelo segundo turno.
O time é o mesmo. Que um ou outro jogador mude o comportamento... Mas o time inteiro??? A torcida é a mesma. E ela não mudou o comportamento! Continua apoiando a equipe sempre!
O técnico... Bem, este não teve mais o comando da equipe. Depois de dar explicações na PF por evasão de divisas, nunca mais foi o mesmo... O comandante mudou ou a forma como os comandados o viam mudou! O brabo é que ninguém fez nada e praticamente perdemos um campeonato que estava ganho...
Parabéns, Celso Roth! Chutado para fora do Gauchão, da Copa do Brasil e, a cereja do bolo, do Campeonato Brasileiro!
Apenas corrigindo: O Figueira saiu na frente e o máximo que conseguimos foi um empate, jogando no Olímpico pelo segundo turno.
PS.: Bobeia, o Celso Roth ainda nos deixa na Sul Americana do ano que vem...
"Não entendo como o Grêmio não reclama da presenta constante de Héber Roberto Lopes na imensa maioria dos jogos decisivos do tricolor. Mas também não foi por isso que o Grêmio perdeu."
Concordo muito. E, apesar de estar em minoria, acho o Heber até um bom árbitro. Mas tenho um dado alarmante aqui, que diz respeito ao Brasileiro de 2007, já desta escolha repetida de Heber pra apitar jogos seguidos do Grêmio, o que tende a criar naturais desgastes. Essa briga dele com o Jean ontem certamente deriva da expulsão dele contra o Palmeiras.
Mas vejam só quantos jogos importantes do Grêmio ele apitou:
05/08/2007 - Grêmio 0 x 2 São Paulo, 17ª rodada
02/09 - Grêmio 3 x 0 Botafogo, 23ª
08/09 - Cruzeiro 2 x 0 Grêmio, 25ª
16/09 - Grêmio 1 x 0 Inter, 26ª
06/10 - Palmeiras 2 x 0 Grêmio, 30ª
É muita coisa pra um juiz só!
sim, o time do gremio relaxou depois do gol... o erro foi não ter mudado isso, pois o gol do vitória tava escrito
outra coisa, chegaste a ver a entrevista do tcheco depois do jogo? ele tava achando que o são paulo tinha perdido pro vasco... não era nem empatado, era perdido mesmo
Nelson, acho equivocado colocar toda a culpa no Roth.
Vicente, em outra opurtunidade eu te explico melhor o porque da minha restrição ao Heber.
Caio, não ouvi rádio nenhuma depois do jogo. Mas comentei com amigos que, fosse eu o treinador, não saberia se falava ou não o resultado do outro jogo para os meus comandados.
O sorteio das chaves da Libertadores 2009 explica a queda gremista na tabela: será vice DE PROPÓSITO. Muito copeiro esse meu time! :)
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