quarta-feira, dezembro 10, 2008

Caso Madonna-Tardelli II

Surpreendentemente o STJD toma atitudes acertadas na investigação da denúncia:


"STJD "quebra" sigilo telefônico

Tribunal requer contas de telefones de São Paulo e FPF por denúncia sobre arbitragem do Nacional

Constituição prevê o sigilo de dados telefônicos a todos os cidadãos, o que só pode ser quebrado pela Justiça comum em casos criminais

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em ato inédito, o STJD reivindicou dados telefônicos dos envolvidos na denúncia da FPF (Federação de Paulista de Futebol) de suposta tentativa de manipulação nos resultados no jogo final do Brasileiro. Foram pedidos dados de correspondência e as contas de telefones fixos e celulares da entidade e do São Paulo, no inquérito que investiga o caso.
Só que o tribunal esportivo não tem essa prerrogativa. A Constituição Federal determina que o sigilo de correspondências e ligações é inviolável. Só podem ser quebrados por ordem da Justiça comum.
Os pedidos de dados telefônicos foram feitos em despacho do presidente do tribunal, Rubens Approbatto, que é ex-presidente da OAB Nacional.
"Queremos ver se houve realmente essas conversas entre secretárias. Quem não deve não teme. Se não cumprirem, vamos ver o que fazer", disse.
Os envolvidos estão ameaçados de punição por não cumprir decisão do tribunal. As penas são multa ou suspensão.
O caso iniciou-se quando o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, denunciou à CBF que o São Paulo enviara à entidade envelopes com ingressos de shows da Madonna. O cartola disse que, em conversa com secretária da federação, uma funcionária são-paulina informou que alguns eram para o árbitro Wagner Tardelli, que apitaria o jogo entre São Paulo e Goiás.
O juiz foi afastado do jogo pela CBF. O São Paulo negou mandar bilhetes ao árbitro, mas confirma o envio à FPF.
Em seu despacho, Approbatto, que alegou não saber os números, não especifica quais contas de telefones celulares e fixas devem ser entregues. Pede as de São Paulo e as da FPF dos sete dias antes do jogo.
Em processos criminais, as quebras de sigilo são autorizadas por um juiz em números certos. "Acho que isso não cabe. Só um juiz pode pedir o sigilo. É como o sigilo bancário", afirmou o vice jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdala, que decidirá com sua diretoria se atende o pedido do tribunal.
A assessoria de imprensa da federação informou que não iria se pronunciar sobre o caso.
Ainda são reivindicados ao São Paulo à FPF protocolos de correspondências, documentos, convites ou envelopes.
Foram convocados para depor Del Nero, o vice da FPF, Reinado Carneiro Bastos, Tardelli e as secretárias Lilian Cardoso (FPF) e Maria Estela (do São Paulo) e o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio.
Será analisado se houve infrações de pessoas ao CBJD por dar ou prometer vantagens a árbitro ou a dirigente. E também se houve falsa comunicação de crime à CBF. As penas vão de suspensões a exclusão."
(Folha de São Paulo, 10/12/08)

"Sobre o “caso do envelope”: o Ministério Público de São Paulo anunciou que não se pronunciará. Se for um sinal de que não se envolverá, é uma pena.
Só o MP teria condições de identificar de onde partiu o telefonema que a secretária de Marco Polo Del Nero teria recebido.
E sem essa identificação, a pizza já está saindo do forno.
A coisa deveria ser simples: condutas investigadas, história esclarecida, culpados punidos.
Mas essa sequência, no Brasil, só em filme." (André Kfouri - 9 de dezembro de 2008)

Presidente promete rigor:

"Caso Tardelli: STJD promete rigor na investigação Rubens Approbato, presidente do STJD, garantiu que a investigação será levada a sério e o futebol, desta vez, dará exemplo. 'Vamos fazer uma apuração minuciosa', prometeu. 'Não será uma investigação superficial. No Brasil, costumam falar que as denúncias não dão em nada, mas desta vez será diferente." (Correio do Povo, 10/12/2008)


Mas...

PRESIDENTE DE TRIBUNAL TEM AMIZADE COM UM DOS INVESTIGADOS
"Tenho uma relação de amizade com ele." É assim que o presidente do STJD, Rubens Approbatto, define seu laço com o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, um dos investigados no processo de suposta tentativa de manipulação de arbitragem no Brasileiro. "Mas vou apurar a verdade. E não tenho um impedimento. Não tenho esse problema", afirmou. Ele vai julgar o caso no pleno do tribunal. Disse que, se alguém alegar que ele não deve julgar o caso, o próprio STJD vai analisar seu impedimento. (Folha de São Paulo, 10/12/08)


Não sei qual a posição atual do Grêmio sobre o assunto. Única informação que achei foi a seguinte:

"IRMANDADE. Na festa de encerramento do Brasileiro, anteontem, no Rio, o caso Tardelli foi o assunto principal dos cartolas. Sem provas, palmeirenses, corintianos e gremistas diziam que o São Paulo é culpado. " (Coluna Painel FC - Folha de São Paulo, 10/12/08)

Um comentário:

Unknown disse...

Meu amigo, sinceramente, pára de sofrer à toa. O grêmio perdeu o título e pronto. Pára de chorar as pitangas.


Abraço!!

TRICOLOR DE VERDADE SÓ O PAULISTA!!!
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