terça-feira, outubro 14, 2008

Eleições nos sócios


A notícia boa da noite foi a de que o futuro presidente do Grêmio será escolhido pelos sócios:

"Agora é uma certeza: haverá segundo turno para a eleição à presidência do Grêmio. Ontem à noite, em votação no Conselho Deliberativo do clube, os dois candidatos à sucessão de Paulo Odone, Duda Kroeff (chapa 1) e Antônio Vicente Martins (chapa 2), obtiveram votos suficientes para passar ao segundo turno – a ser realizado no próximo sábado, com o voto do associado do clube. Kroeff fez 177 votos (62,7% dos votos válidos) e Martins, 102 votos (36,1%). Com o anúncio do resultado, houve comemoração dos apoiadores das duas chapas. Cada candidato precisava garantir ao menos 30% dos votos do Conselho para atingir o segundo turno da eleição.

No segundo turno votam os cerca de 20 mil associados com pelo menos dois anos de clube. O pleito será realizado neste sábado, das 8h às 18h, no Olímpico. A expectativa de participação, porém, é de 6 mil eleitores. O próximo presidente comandará o Grêmio no biênio 2009/2010. "
(Zero Hora - 14/10/08)

Novamente, a prática das eleições enfraquece os argumentos de quem defende uma cláusula de barreira tão elevada. O candidato da situação ficou muito próximo da margem de corte. Se fosse eliminado, o que iria se dizer? Que era um aventureiro?

Vamos ser francos. Essa cláusula serve para (tentar) manter no conselho deliberativo um poder que (em teoria) foi delegado para os sócios.

O jornal O Sul traz outras informações interessantes:

"282 dos 306 conselheiros aptos a votar - 291 efetivos e 15 ex-presidentes do clube e do Conselho - partiparam do processo"

O que justifica a ausência destes 24 conselheiros?

11 comentários:

Anônimo disse...

Bom post, André. Nada a acrescentar.

Vicente Fonseca disse...

Já expliquei, lá por 2006, quem são os reais aventureiros. Porém, felizmente, decidiremos o presidente. Se dependesse só do Conselho, Odone não teria se elegido em 2004.

Anônimo disse...

Quais são os sócios aptos a votar?

Vicente Fonseca disse...

Não sei ao certo, mas me parece que são aqueles que já têm dois anos ininterruptos de contribuição no Quadro Social, seja sócio-torcedor ou não. Dos 44 mil, seriam 20 mil aptos.

Anônimo disse...

CAPÍTULO V
Da Assembléia Geral
Art. 55. A Assembléia Geral é constituída dos associados maiores de 16 (dezesseis) anos, pertencentes ao quadro social há mais de 2 (dois) anos, ininterruptamente, e em situação regular
com o GRÊMIO nos 12 (doze) meses anteriores a realização da eleição.
Parágrafo único. Não integram a Assembléia Geral os Familiares Inscritos.

San Tell d'Euskadi disse...

Não nos esqueçamos que fomos nós quem escolhemos o Conselho. E a chapa do Kroeff obteve 33% das cadeiras e a do Odone 67%.

A verdade é que o Vicente Martins "cagou" para a eleição do Conselho, apostando tudo na eleição dos sócios e no apoio maciço da Geral, e quase pagou caro por isso.

Reafirmo que a cláusula de barreira no Conselho está muito bem do jeito que está. O Primeiro Turno é IMPORTANTE, pode e deve decidir uma eleição, e deve ser respeitado. O que está errado é a cláusula de barreira da eleição PARA o Conselho.

O Conselho é eleito pelos sócios, os coselheiros são quem representa os sócios, e podem - sim - definir quem é o presidente dependendo do grau de consenso existente.

Por fim, se o Kroeff ganhasse no 1. Turno se diria que era o melhor candidato e que Vicente Martins não teve apoio suficiente para estar apto a disputar os votos dos sócios.

Um abraço.

Anônimo disse...

Antonio Vicente Martins não cagou para eleição no conselho. Vejo a coisa muito mais pelo outro lado, do Duda tentando "matar" a eleição ali. Vale lembrar que uma vez garantido os 30% não há razão para maiores mobilizações e desgastes na buscas de novos votos, uma vez que a partir daí a eleição passa a ser decidida pelo voto do associado.

(exemplo hipotético: do que adiantaria AVM buscar apoio de Obino para fazer mais alguma dezena de votos no conselho se este apoio lhe causaria consideravel perda de votos junto ao associado?)

Para mim, independentemente do grau de consenso existente, a escolha do presidente do clube não pode ser feito exclusivamente pelos conselheiros.

quanto a "representatividade", um dado: Nessa eleição 20 mil aptos a votar. Na eleição de 2007 10 mil aptos. Ou seja, em um ano dobrou-se o numero de votantes, e metade deste votantes não escolheu, e portanto não está representada pelo conselho.

Anônimo disse...

Os faltantes foram todos justificaveis. 90% deles doentes e inclusive em UTIS e isso pode acontecer. Doença não espera eleição passar.
Outros 04 estavam numa viagem a CHINA, com uma delegação grande, inclusive o Vice da Chapa 2- Tevah.
O Chato é ter três ou quatro conselheiros que vivem fora do Estado, nunca vem assistir as reuniões do conselho, mas aparecem para votar. Alguns inclusive com passagens pagas pela chapa interessada.
Um deles um ex-presidente não vai mais ao Olímpico por vergonha, pois suas contas levaram anos e anos para serem aprovadas.

San Tell d'Euskadi disse...

André, pelo que entendo concordamos que o Vicente Martins apenas se limitou a trabalhar para alcançar o percentual necessário para chegar ao 2. Turno.

Sobre representatividade, os conselheiros representam TODOS os sócios, inclusive aqueles que não votaram; exatamente como os deputados representam o meu sobrniho de um ano, mesmo que ele tenha nascido depois das eleições e só votará daqui à 15 anos. Diria até que representam a totalidade dos TORCEDORES do Grêmio. Os próprios sócios são uma representação da torcida como um todo.

Sobre a cláusula de barreira, hoje, a maioria qualificada para eleger um presidente no primeiro turno é falsa pois um chapa com apoio de UM QUINTO do associado fica de fora. Com a redução da clásula de barreira para 15% ou até mesmo 10%, ficaria mais difícil para um candidato atingir o consenso necessário para eleição em um turno, mesmo com a manutenção dos 30% na eleição para presidente. Esse percentual inclusive obrigaria o diálogo num Conselho oxigenado e pluri-representativo. Caso fosse reduzido, abriria brechas a brigas e rachas.

Um abraço.

Anônimo disse...

No fundo, é a continuação daquele debate:

http://gremio1983.blogspot.com/2007/10/ainda-eleies.html

San Tell d'Euskadi disse...

Na verdade, eu gostaria até que o regime fosse "parlamentarista"...